7.LIFE

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— Eu não sou sua Coelhinha.

— Mas agora você é, apenas aceite. Agora vamos logo antes que eu não resista. — Lee se virou, sem entender o que aquilo significava. Mas por fim, apenas ignorou aquelas palavras.

O homem pegou em sua mão a levando para fora do banheiro.

— Espera, o que irei vestir? Você cortou as minhas roupas...

— Você vai ficar assim a partir de agora. — Disse simplesmente.

— O que?! Quer que eu morra de frio?! Eu não me sinto confortável em estar assim! — Lee retrucou, mas ela pensou novamente e percebeu que deveria ter ficado quieta.

— Isso não é problema meu, agora vamos! — O homem a puxou se dirigindo novamente para o porão.

Ari não queria voltar, não mesmo, ela não queria pensar que teria que ficar mais tempo naquele lugar.

Por tempo indeterminado.

Antes de Ari descer as escadas, a jovem parou subitamente, deixando o homem novamente irritado.

— Eu estou com fome... E também preciso usar o banheiro, estou muito apertada. — Lee confessou olhando nos olhos daquele homem, ela esperava alguma resposta, mas foi ignorada completamente.

O homem novamente a puxou, desta vez com mais força, fazendo com que Lee Ari quase caísse escada abaixo.

Ela não entendia porque ele agia daquela forma, mas não se obteve tanto nesse pensamento, simplesmente também ignorou, afinal, aquele cara não era nem um pouco normal.

Era um completo psicopata.

E Lee não entendia o porquê deveria estar passando por todo aquele sofrimento e humilhação.

A jovem nunca esteve tão exposta na frente de uma pessoa, nunca se pôs a ficar nua na frente de um homem.

E estar assim, totalmente vulnerável, a deixava totalmente desconfortável – Lee se sentia violada, se sentia humilhada por aquele homem.

Se sentia uma mulher sem voz, sem posição, apenas uma completa fantoche.

Uma boneca nas mãos de um dono malvado.

— Se comporte, Coelhinha. Mais tarde volto para alimentá-la e comer pouco da sua carne. — O homem piscou com um sorriso cheio de luxúria, fazendo o estômago da jovem revirar.

Como aquele homem poderia ser tão asqueroso?

Lee queria se livrar logo daquele pesadelo.

— Espere! O chão está cheio de caco de vidro... E eu realmente preciso ir ao banheiro! Por favor...

— Bye bye! — O maior simplesmente deu as costas, subindo as escadas e fechando a porta, deixando Ari completamente sozinha.

Lee Ari não gostava nem um pouco da companhia daquele homem, mas agora, ela se sentia muito dependente, como iria sobreviver se ele bloqueava todas suas necessidades?

Ari sentou no chão – em um canto que não tinha cacos de vidro – e suspirou frustrada. Ela não conseguia pensar com clareza , ou ao menos pensar em um plano para sair daquele lugar.

Nada vinha em sua cabeça, Ari só conseguia se sentir muito mal, não podia acreditar que em pouco tempo, aquele homem conseguiu a infernizar, machucar e humilhar sua própria pessoa.

Toda aquela tortura psicológica e física acabava com sua estrutura, Ari não conseguia pensar se queria desistir de viver ou ter esperanças de um dia sair daquele lugar.

Nem ao menos conseguia chorar, ela apenas sentia o vazio a puxar cada vez mais.

Mas Lee levou um susto quando percebeu que o homem tinha voltado, quando o visualizou percebeu que ele trazia consigo uma espécie de balde e uma vassoura.

— Aqui está o seu banheiro e uma vassoura para você varrer o chão. — O homem que agora estava mascarado novamente, nem ao menos desceu as escadas, apenas atirou os objetos ao chão.

— Espera! — Lee gritou quando percebeu que ele já estava se retirando do local. — Que tipo de ser humano você é para dizer que um balde é um local para se fazer algum tipo de necessidade? Que tipo de ser você é para me deixar pelada como um animal em um porão frio e úmido?!

— Calma Coelhinha, posso te levar ao banheiro sim, mas isso iria custar um preço maior... — Ari não precisava ver a expressão daquele homem, só de ouvir o tom de sua voz já entendia o que ele pensava, e novamente sentiu vontade de vomitar.

— Vá pro inferno! — Lee Ari gritou com toda a sua força, sentindo as lágrimas voltarem a cair.

— Claro Coelhinha, você já está no inferno comigo! — O mascarado gargalhou saindo do cômodo, deixando a jovem totalmente desamparada.

Ari agora tinha certeza que foi sequestrada por um animal, um monstro, um ser maligno, pois o que estava passando, não tinha 1% de humano.

Ou talvez sim, Ari ainda era muito inocente para perceber o quanto o ser humano podia ser cruel, e malévolo.

Sentindo o frio lhe consumir, Lee não conseguia fazer nada, afinal, como poderia se aquecer sem roupas ou sem um cobertor? Ela já estava perdendo a esperança de um dia sair dali.

No momento ela só queria que tudo isso passasse, que um milagre acontecesse.

E foi com esses pensamentos que Lee Ari se agonizou enquanto o tempo passava lentamente, cada segundo que passava parecia um minuto, se sentia minuto atrás de minuto no próprio inferno.

— Eu vou matar aquele monstro infeliz, assim como ele matou a minha vida.


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My Bad Killer Bunny - Jeon Jungkook 🐰Onde histórias criam vida. Descubra agora