34.NOISE

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Toda trémula Lee Ari escutou todo aquele terror sozinha, sem fazer um mínimo barulho sequer, quando finalmente cessou não sabia se ficava aliviada ou preocupada.

Após isso a casa ficou um completo silêncio, a deixando mais agoniada e pálida de medo, o completo breu também não ajudava, toda aquela escuridão a deixava insegura.

Após alguns minutos sendo torturada por aquele medo invisível, Lee Ari desceu da cama, ainda tomando todo cuidado para não fazer nenhum barulho, com medo abriu a porta, tentando procurar o que havia acontecido.

Por sorte, pelo menos todos os cômodos pareciam ter luzes ligadas.

Passando pela cozinha havia copos e pratos quebrados ao chão, Lee estava ficando mais amedrontada ainda, vendo uma frigideira no chão, pensou que seria melhor pegá-la para se defender de qualquer coisa que pudesse acontecer.

Ainda tentando se manter silenciosa, a jovem foi para a sala de estar, se deparando com uma cena que não esperava.

Ao chão Jungkook estava sendo estrangulado por um homem grande, o homem desconhecido estava sobre o corpo de Jeon, o deixando totalmente imobilizado, seu rosto totalmente pálido dizia claramente que estava prestes a morrer.

Com uma adrenalina e fúria, Lee Ari se aproximou correndo, atingindo aquele homem com a frigideira, acertando exatamente no meio de sua cabeça.

A batida fez o homem gritar de dor, rolando para o lado, deixando Jungkook finalmente livre para respirar.

Ainda com medo, Lee Ari se aproximou de Jungkook verificando se ainda estava vivo.

— Jungkook! Você está bem? — Lee tentou se manter firme para não chorar de medo, o homem desconhecido não havia desmaiado, em algum momento ele iria levantar e ela precisaria se defender, e ela não gostaria de passar por isso sozinha, Jungkook precisava acordar. — Jungkook, por favor! Acorda! Levante-se!

A jovem viu o moreno abrir os olhos, sua expressão perecia péssima, como se realmente estivesse passado por seus últimos segundos de sua vida, em sua bochecha esquerda havia um corte, assim como em seus braços, sua barriga estava com uma mancha de sangue, Lee Ari deduziu que provavelmente seu corte havia aberto.

Ela sabia que Jungkook não iria se levantar a tempo, com desespero tentou procurar algo para se defender - além da frigideira - mas apenas conseguiu encontrar um pedaço de vidro.

— Desde quando esta putinha está aqui?! — O homem ainda desconhecido se levantou em pura fúria, seu rosto além da expressão raivosa havia uma tatuagem tribal que marcava da sua testa até a bochecha, seus cabelos eram curtos, dando um aspecto de quase raspado. Lee Ari nunca antes havia visto aquele homem.

Era um completo desconhecido, porém, muito perigoso.

Sentiu o seu corpo congelar quando percebeu que o desconhecido se aproximava, Jungkook ainda continuava no chão, Lee Ari não sabia o que fazer, seus reflexos estavam aguçados, porém, seu corpo não se mexia, sua estrutura não se movia.

Ela podia correr ou tentar se defender atacando o homem novamente com a frigideira ou o pedaço de vidro, mas nada fez, nada conseguiu.

Estava paralisada de puro medo.

Aquele homem era alto demais para conseguir enfrentá-lo, grande demais para ter coragem, era uma batalha perdida, uma luta covarde.

Em um ato de três segundos, o homem havia derrubado Lee Ari ao chão, uma dor imensurável lhe percorreu por todo corpo, novamente estava sendo agredida por um homem, aquilo estava sendo pior que um pesadelo, havia passado dos limites.

Jogada ao chão, o homem aproveitou sua vulnerabilidade para chutá-la, uma sensação horrível invadiu sua barriga, seu estômago doía, aquele homem era extremamente forte, e muito impetuoso e covarde para deixar a jovem em paz.

– Pare por favor! – Lee sussurrou sentindo sua estrutura desmontar, se perguntava o porquê teve que paralisar justamente em um momento tão crítico. Parecia que a morte a perseguia, em menos de 24h novamente estava sofrendo o risco de morrer.

A dor de ser agredida covardemente.

– O que foi? Já se arrependeu de bancar a heroína do seu namoradinho? O chefinho vai adorar saber que você está aqui... – O homem se aproximou desarmando a jovem. – Só preciso pensar o que posso fazer com você... porque seu namoradinho com certeza vai sair daqui morto.

– D-do que você está falando? Quem iria adorar saber que estou aqui? – Lee se surpreendeu com aquela fala, alguém sabia realmente que ela estava ali? Quem poderia ser? Talvez Kim Namjoon? Então ele estava vivo? Ele iria salvá-la, certo?

Mas o desconhecido não deu tempo para pensar, com brutalidade a levantou pelos cabelos, a levando para o sofá da sala, com agilidade pegou as algemas que estavam em seu bolso, mas quando foi prendê-la, com rapidez Lee o chutou no meio de suas pernas.

– Ahh! Sua filha da puta! – O homem gemeu alto de dor, porém, com raiva a desferiu um tapa forte em seu rosto, a deixando completamente tonta e com muita dor.

Aquele tapa com certeza foi o mais doloroso e o mais insuportável que já tinha levado, muito pior do que o tapa de Jungkook, Lee Ari queria chorar, correr o mais longe possível daquele homem, mas seu corpo estava muito abatido para isso.

– Jungkook! Me ajuda! – Aflita, Lee o chamou com o seu coração tremendo, se continuasse ali aquele homem poderia matá-la com um único soco.

– Cala sua boca, sua puta!... seu namoradinho já deve estar morto, ninguém irá te salvar! – O homem disse novamente acertando mais um tapa em seu rosto.

Sua face parecia estar dormente de tanta dor. Sua visão estava turva, já estava pensando em desistir de lutar aquela batalha perdida.

Quando olhou para cima, viu que o homem iria a agredir novamente, rapidamente espremeu seus olhos esperando mais uma bomba de dor a atingir, mas nada aconteceu, quando abriu seus olhos viu Jungkook dando um mata-leão no desconhecido, fazendo os dois caírem ao chão, com Jeon ainda segurando com força o pescoço daquele homem.

Seu coração murchou de alívio, estava sendo salva pelo seu sequestrador, porém, Jungkook parecia muito fraco para aguentar segurar aquele homem por muito tempo, de maneira impensável Lee Ari se levantou do sofá indo até a cozinha, quando avistou a primeira faca a pegou voltando correndo para a sala, Jungkook já estava fraquejando em manter aquele homem imobilizado, logo ele iria conseguir se soltar.

Sem pensar muito, Lee Ari correu até o homem, em um grito de raiva e coragem ela desferiu a faca em sua barriga, com força novamente desferiu outra facada, outra e mais outra, naquele cômodo só era possível escutar os gritos daquele homem, ele estava berrando de dor.

Mas Lee não parava.

Jungkook a encarou perplexo, largando o pescoço daquele homem.

– Já chega Lee Ari! – Jungkook se aproximou da jovem, a segurando e pondo-a levantar. – Ele já está morto.

Lee Ari fitou o homem imóvel, sua barriga estava toda furada, havia sangue por toda parte, a jovem piscou em descrença, sentindo seu corpo tremer.

Olhando aquele corpo encharcado de sangue percebeu o quanto estava cega de raiva.

– E-eu o m-matei?! – Lee olhou para sua mão toda pintada de sangue, ainda segurava a faca, olhou novamente ao redor totalmente perplexa. – Não pode ser... Jungkook chame uma ambulância... Ele deve estar vivo... Eu não o matei... Não pode ser... Não pode ser! NÃO PODE SER!

Em um grito de pânico Lee Ari jogou a faca longe, começando a chorar desesperadamente, não podia acreditar que realmente matou aquele homem, sua intenção não era aquela, ela não queria matar... ela não queria se tornar uma assassina, não queria se tornar um monstro.

Ela não queria carregar o peso de uma morte em suas costas.

My Bad Killer Bunny - Jeon Jungkook 🐰Onde histórias criam vida. Descubra agora