Mariana estava feliz ao observar o trabalho que ela e as amigas haviam feito no seu novo lar, por toda a manhã. Paulo havia chegado no comecinho da tarde, e juntamente com o pai de João, já haviam consertado a cerca, e agora finalizavam a pintura na parte de trás do sítio.
O coração de Mariana batia acelerado, e uma grande agitação a tomava.
Desde que deixou a casa onde nasceu, anos atrás, seu lar tinha sido o quarto de hospital que o irmão ocupava. Em alguns momentos, chegou a ter esperanças de que um dia, ela e o irmão sairiam daquele hospital, e eles poderiam encontrar um bom lugar para morarem.
Mariana suspirou com a lembrança. Seu irmão amaria aquele lugar. Ela acreditava que sua esperança havia morrido com ele. Porém, o sorriso que ela via no rosto do homem em cima de uma escada de madeira que desafiava a gravidade, fazia-na voltar a sentir a esperança a domina-la novamente.
-Amiga! Ei, você tá aí?
Angélica estalava os dedos na frente do rosto de Mariana, que só então se deu conta de que, estava perdida em seus pensamentos.
-Sim, estou aqui.
-Olha, já terminamos com as cortinas. Ficou lindo, não ficou?
Mariana sorriu seguindo a amiga até a pequena sala, que agora com as cortinas de tecido fino e florido estava muito mais leve e aconchegante, do que era antes.
-Ficou lindo meninas, eu nem sei... como agradecer.
Adele se juntou a elas em um abraço apertado.
-Não precisa agradecer, Mariana. Só queremos que você fique bem, você vai ficar bem?
Mariana secou uma lágrima e voltou a sorrir para as duas meninas a sua frente.
-Eu vou ficar bem.
-Bom, já vai começar a escurecer, temos que ir. Voltamos amanhã, quando terminar a sua aula.
Mariana acenou concordando e acompanhou as amigas até o pequeno portão de madeira, onde Pedro guardava suas ferramentas e algumas tábuas na carroça, também já se preparando para partir.
Mariana agradeceu novamente a ajuda dos três, e ficou no portão observando as amigas seguirem pela estrada de terra, enquanto a carroça de Pedro seguia para o lado oposto.
O perfume chegou primeiro, logo depois ela pôde sentir a presença dele ao seu lado.
-Terminei a pintura das janelas. Não sou um pintor excepcional, mas, acho que ficou bom.
Mariana sorri em resposta ao sorriso que Paulo lhe dedicava. O coração sempre acelerando as batidas, só por estar perto dele.
-Ficou lindo demais. Se precisar, bom, já tem uma profissão.
Os dois riem juntos.
-Vem, você precisa se lavar. Tem tinta até nos seus cabelos.
Mariana guiou Paulo pela mão, e o acompanhou até o pequeno banheiro, que ficava dentro do quarto.
Paulo lavou as mãos na pia do banheiro e tentava tirar a tinta dos cabelos, enquanto Mariana procurava uma toalha para dar a ele.
-Assim você vai ficar todo molhado.
Mariana riu divertida.
-Eu disse que não era um pintor excepcional, não sei como consegui sujar meu cabelo desse jeito. Vou ter que lavar tudo.
Paulo disse rindo, e retirou a camisa de mangas compridas que usava, por sobre a cabeça e mergulhou os cabelos sob a água. Ele levou um tempo ali, e não percebeu o encantamento de Mariana ao admirá-lo. Ela nunca o tinha visto sequer de mangas curtas, e agora estava completamente surpresa por ver as tatuagens que Paulo tinha pelo corpo.
As imagens coloridas cobriam-lhe os braços e parte das costas.
Ele olhou no espelho, e viu que havia conseguido se livrar de toda a tinta. Mariana lhe estendeu a toalha para que ele pudesse se secar.
-Não sabia que padres podiam ter tatuagens.
Paulo riu ainda secando os cabelos.
-Eu fui jovem antes de ser padre, Mariana...
Paulo deixou a toalha sobre a pia e ajeitou os cabelos com os dedos, sem conter seus passos até onde Mariana estava.
-...Fiz algumas escolhas, que talvez, não as fizesse hoje.
-Se arrependeu então?
Paulo observou Mariana com cuidado, e percebeu que ela não estava mais sorrindo.
-O que é essa ruguinha aqui?
Paulo perguntou, se aproximando mais um pouco de Mariana, tocando o indicador na testa dela e deixando-a presa, entre o seu corpo e a parede.
Ela estremeceu com a proximidade, por um instante perdeu completamente a capacidade de raciocinar. Ansiava pelo calor que apenas os braços de Paulo poderiam transmitir, e como se ele pudesse ouvir seus pensamentos, ela sentiu as mãos dele envolverem sua cintura, enquanto os lábios tocaram suavemente os seus.
-Me diz, o que a preocupa?
Paulo questionou voltando a fixar seu olhar no dela.
-Que você vá e... eles, o convenção a ficar.
Paulo sorriu, percebendo o quanto Mariana estava abalada com sua proximidade. Ela só não imaginava, o quão abalado ele também estava.
-Eu não costumo ser convencido, Mariana. Eu sou o que convence.
Ele disse com convicção, deixando o coração de Mariana mais tranquilo, nem que fosse só por mais algum tempo.
Ela responde fechando os olhos, se rendendo ao som da voz dele e ao carinho de seus lábios deslizando pela pele de seu pescoço que queimava por onde ele passava.
-Eu te amo, Mariana! Ninguém vai me fazer desistir de você.
-Promete?
O sorriso de Paulo seria o suficiente como resposta, porém ele queria muito mais do que fazer uma promessa.
-Posso fazer mais do que só... prometer.
Delicado, ele a trouxe mais para si. Seus lábios se tocaram, no início com suavidade, até que os lábios se abriram em um convite mais ousado, e o beijo ganhou intensidade. As mãos dele deslizavam pelo corpo de Mariana, fazendo seu coração bater descompassado e ansioso para ser saciado.
Sem cessarem o beijo, Paulo a guiou de volta ao quarto, tentando conter toda a ansiedade e o desejo que o dominavam naquele momento.
Ele não queria pensar em nada mais que não fosse Mariana.
Cuidadoso, ele ajuda-a com o vestido de pequenos botões, que Paulo abriu, um por um, sem desviar seus olhos dos dela. As peças íntimas foram caindo lentamente, seu olhar queimava a pele delicada de Mariana, que suspirou extasiada quando os dedos dele deslizaram delicadamente por ela, deixando um rastro ardente de paixão.
Mariana não se envergonha da nudez. Está completamente cativa dos olhos de Paulo, que apesar de serenos, transmitiam todo o amor que habitavam o seu coração.
Retomaram o beijo, agora ainda mais intenso. Paulo já estava sem a camisa, e em segundos o resto das peças também se espalhavam pelo chão, enquanto os dedos dela começavam a desvendar as formas do corpo dele, a pele quente de encontro aos seus dedos que não temem percorrer-lhe, ávidos por descobertas. Mais nada havia entre os corpo a não ser o desejo de se entregarem a paixão. Paulo a levou até a cama, os dois ávidos para descobrirem-se diante da forma mais plena, poderosa e resplandecente do amor.
***
Paulo beijou os lábios de Mariana ainda mais apaixonado do que quando chegou naquele sítio, no início da tarde.
Permaneceram deitados, apreciando a noite lá fora, que era visível pelas janelas do quarto abertas.
Mariana fechou os olhos aconchegando-se no abraço de Paulo, escondendo o sorriso em seu peito. Ele deslizou os dedos pelas suas costas de forma suave e ritmada.
-No que está pensando?
Mariana perguntou ao percebê-lo pensativo. Teve medo que pudesse ser o arrependimento, que tardio pudesse finalmente ter chegado.
Paulo notando a expressão preocupada de Mariana, lhe beijou suavemente a testa e sorriu, lhe acariciando o rosto.
-Foi sua primeira vez.
Constatou, acariciando o rosto de Mariana próximo ao seu.
-Nunca confiei em homem algum para chegar a tanto.
Ela tentou baixar os olhos, mas Paulo não permitiu, queria olhar nos olhos dela.
-Mas confiou em mim.
-Eu confiei em você, no segundo em que o conheci.
Ela disse em meio ao sorriso, que Paulo recebeu com um beijo suave.
-Estou feliz, minha querida. Não há arrependimentos em meu coração.
Você merecia muito mais que uma promessa, e eu quis lhe dar uma certeza.
A certeza de que nunca mais voltarei a exercer o sacerdócio.
Mariana só agora sentia o peso do que haviam feito. O imenso significado do gesto de Paulo. E ela o amou ainda mais, naquele momento.
Paulo secou uma lágrima solitária que desceu pelo rosto dela, e a beijou no lugar por onde ela passou.
-Talvez eu... não encontre palavras para expressar o que sinto nesse momento, mas tenho um sentimento imenso dentro de mim... e se eu... pudesse de alguma forma dar um nome a ele, com toda certeza seria, Mariana.
Ela sorriu completamente emocionada.
-Mariana.
Paulo disse em seu ouvido, o coração acelerado a fez sorrir ainda mais, começando a entender como seu corpo reagia a ele em diferentes estímulos. Sua voz, sempre lhe foi um tormento, toda vez que Paulo dizia seu nome, como em uma carícia suave para seus ouvidos. Seus olhos, sempre focados nos dela, como se ela fosse a pessoa mais importante no mundo. Suas mãos, sempre buscando as dela, como se... assim como ela, ele também precisasse sentir o calor que emanava delas e se espalhava feito labaredas pelo corpo todo.
Tudo nele parecia um convite à perdição.
Fora assim desde o primeiro momento. Mariana acreditava que, nunca houve uma alternativa para ela, a não ser, amá-lo.
-Eu quero que essa noite dure para sempre.
-Enquanto ela estiver em nossos corações... vai durar.Imagens Meramente Ilustrativas
Texto ainda sem correção
Música Tema do Capítulo
Peter Cetera e Crystal Bernard- Forever Tonight/ Para sempre esta noite.
Olá pessoal!!!
Que momento hein 🥰🥰🥰
Capítulo mais que emocionante. Estou com meu coração cheio de amor por esse casal.❤️❤️❤️❤️
Espero que tenham gostado, me digam o que acharam do capítulo.
Ouçam a musica tema desse capítulo, ela diz muito sobre Paulo e Mariana.
Bjs😘 Não esqueçam de votar 😉
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Tentação
RomanceMariana perdeu tudo que amava na vida. Ela só encontrou dor por onde passou. Mesmo sendo ainda tão jovem, ela já não tem perspectivas de futuro. Em seu íntimo ela já desistiu. Descrente de que haja um Deus no céu, pois ela não acredita que um Deus...