O Tédio da Deusa da Castidade

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Pov's S/n

Ela tinha um leve sorriso nos lábios e não aparentava estar nervosa, não, Ártemis parecia estar se divertindo com a situação enquanto eu estava tentando conciliar com tudo.

— Você é minha mãe? — Resolvo quebrar o silêncio.

Ártemis solta uma leve risada.

— Não criança. Eu não sou sua mãe e você não pertence a esse universo.

Okay, vamos reformular a pergunta:

— Você é a mãe do corpo a qual possuo? É a mãe da filha do Edward Newgate?

Ártemis abriu um sorriso caminhando até mim, seus dedos dedilharam meus fios soltos e ela suspirou se afastando em seguida encarando qualquer lugar que não fosse eu.

— Sou. — Respondeu por fim. — Sou a mãe de Andrina Newgate, metade deusa e outra metade sereia.

— Ela tinha um nome então...

— É claro que tinha, ela certamente não se chamava S/n Santos Alexandrino Alves Pereira Gomez Machado. — Ártemis gargalhou. — Minha filha se chamava Andrina Newgate, mas não foi difícil moldar a mente de todos e deixá-la como S/n Newgate.

— Esse universo é uma marionete para você, deusa da castidade? — Pergunto e ela me olha como se me analisasse. — Por que você veio para cá?

— Porque eu estava entediada. — Ela responde simples. — Eu não sou uma deusa reconhecida criança, ficar naquele templo é tedioso demais. Meu irmão gêmeo tem uma vida mais agitada que eu e eu devo me contentar em obedecer às ordens de meu pai? — Ártemis riu sem humor. — Era só eu me agarrar em uma estrela que ela me levaria para um novo lugar e foi esse universo que ela me jogou.

— Tudo foi uma diversão, no final das contas, realmente todos aqui são uma marionete para você. Até eu.

— Principalmente você. — Ela confirma me fazendo respirar pesadamente, aquele assunto era demais para mim. — Era uma diversão, meu passatempo, eu podia moldar meu corpo na forma que eu quiser e eu escolhi cada coisinha.

Ártemis olhou uma foto de Newgate com os demais e sorriu negando com a cabeça e me encarando em seguida:

— Tirei você de lá, porque não demoraria muito para Hades sentir uma pobre alma vagando pelo meu templo. E eu já estou de saco cheio de ouvir merda.

— Fez isso por você.

— Mas é obvio que sim, eu não me importo com essa alma pobre sua, morreu por besteira, deixou sua mãe desolada e mais bêbada do que já é e seu irmão, ele está quase afundando na depressão, mas olha o lado bom, seu pai foi preso. — Ártemis fala como se fosse a coisa mais normal do mundo, enquanto o meu chão parecia desabar sobre mim. — Dinheiro ia ir e vim, eu vi seu futuro, você iria conseguir um emprego melhor, se apaixonar, mas resolver ir atrás daquele traste por pura birra de criança sem amor de um pai e deu no que deu. Você morreu e a culpa foi sua.

— Cale a boca! — Digo e ela gargalha. Novamente ela parecia estar se divertindo muito. Ártemis deixou a foto na mesinha novamente, eu sorri. — Você não tinha isso planejado, se apaixonou por ele mesmo não é?

A deusa me olhou com superioridade como se fosse me atingir, mas eu não me esquivei e continuei:

— Você se apaixonou pelo Barba Branca e me.. E teve a Andrina. Mas o que você podia fazer? — Andei ao seu redor vendo-a fechar o punho. — Era apenas uma deusa mimada que queria tudo do seu jeito, mas as marionetes ganharam vida e conseguiram fugir de suas cordas.

A Rainha do Mar - One PieceOnde histórias criam vida. Descubra agora