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Chapter 1

Olá,bem vou trazer essa história que eu amo demais e espero que gostem , primeiro vamos lá ,ela fala sobre viagem no tempo , intrigas e muito drama ,vou colocar os principais porém na medida da história os personagens vão se revelando

CAPÍTULO I

    Yunmeng, China Março de 1794

    Embora sentisse o calor do sol às suas costas, Wei Wuxian estremeceu com um arrepio. A noite que passara em claro afetara-lhe os nervos. Enfiou as mãos nos bolsos do calção que um dos cavalariços esquecera no estábulo e perambulou pela vereda, relutando em retomar ao castelo. Lá, paredes frias e salões vazios o aguardavam. Todos os criados já haviam partido.
    Sua missão correra a contento, mas, a despeito do alívio que sentia, Wuxian ainda estava agitado. A cada vez que se postara na praia, olhando o barco de pesca do velho Pai Bao levar um grupo de fugitivos, ele experimentara um calafrio de medo e apreensão. Bem que tentara a todo custo ignorar o próprio nervosismo. Afinal, havia muito que aprendera a ignorar coisas que não podia mudar. No entanto, nunca chegara a alcançar pleno êxito. Em vez de indiferença, tudo o que conquistara fora o conformismo.

Wuxian massageou a nuca para aliviar os músculos doloridos. Enquanto ia caminhando, chutava aqui e ali os pedregulhos que surgiam na terra revolvida pela tempestade ocorrida dois dias antes. Sua boca generosa, de lábios cheios e muito vermelhos, curvou-se num melancólico sorriso quando ele se recordou de como seu mamã insistira em ordenar que aquele caminho fosse aberto em uma trilha ondulante. Wuxian suspirou e apertou os olhos para não chorar.

    Um súbito ruído fez com que ele se virasse instintivamente. Firmou a vista. Mas tudo continuava igual: árvores e arbustos despidos de folhagem espalhavam-se pelo parque abandonado.

    Outra vez o ruído... Antes mesmo que o cérebro de Wuxian registrasse o choro de uma criança, ele se pôs a correr. Deteve-se nas franjas do roseiral que crescia desordenado e chamou pela criança. Não obteve resposta. Sem 'fazer caso dos galhos despedaçados que se enroscavam em sua camisa, abaixou-se, passou sob a treliça e avançou. Avançou tão rápido que quase passou pela criança sem vê-Ia.

    A criança gemeu fracamente. Wei Wuxian virou-se depressa na direção do som, abriu passagem entre os arbustos e deparou com um ômega jovem encolhido por entre as hastes da relva alta. Ele apertava uma criança contra o peito.

    — Eu lhe imploro, não machuque minha criança! — suplicou e, a despeito da voz embargada, seus olhos luziram com determinação. — Faça o que quiser comigo, mas não maltrate minha criança!

    Wuxian ajoelhou-se a seu lado e, fitou-o.

    — Está tudo bem, acalme-se. Ninguém Ihes fará mal algum..

Os olhos do outro encheram-se de lágrimas. A suavidade daquele ômega pareceu reavivar-Ihe o pouco que restava de suas forças.

    — Então, o senhor não é um deles? Mas eles me viram na estrada. Estou certa de que me viram... — o desconhecido sussurrou, enquanto olhava nervosamente em tomo de si.

    — Quem o viu?

    — Os homens... os homens que me seguiram desde Qinshan.

    — O rapaz engoliu com dificuldade e olhou por sobre o ombro de Wuxian. A seguir, voltou a encará-Io e endireitou-se. — Eles mataram meu marido, Nie Mingjue. Sou Nie Guangyao.

    O ômega logo reconheceu o nome do nobre que tentara resgatar o pequeno delfim de seus captores e pagara com a própria vida por sua ousadia.

    — Eu o ajudarei no que estiver a meu alcance — assegurou-lhe.

As duas vidas de Wei WuxianOnde histórias criam vida. Descubra agora