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Na história quando aparecer :

(Wei Ying) partes do diário de Yiling Laozu
Quando Lan Zhan falar com Wuxian vai chamá-lo de Wei Ying

E quando for cenas de Wuxian vai ser usado o nome dele porém ele está no corpo de Wei Ying !!!
Bjs e boa leitura 😊

CAPÍTULO II

    Wuxian escondeu o rosto entre as mãos. Trêmulo, deu as costas ao espelho, enquanto se perguntava sem cessar: Como isto pôde acontecer? Seria um sonho? Ou um pesadelo? Estaria ele sofrendo alucinações? Ou teria enlouquecido? Com uma ponta de esperança, deixou as mãos caírem e olhou mais uma vez a seu redor, esperando encontrar algo familiar. Talvez, por obra de um milagre, pudesse ver-se no cômodo que o abrigara desde a mais tenra infância; e assim, quando tomasse a se mirar no espelho, enxergaria seu próprio semblante emoldurado pela cabeleira curta….

    Mas qual não foi a decepção de Wuxian quando o espelho insistiu em lhe devolver outra imagem que não a sua! Lá estava, refletida na superfície polida, a beldade de olhos cor prateados e longos cabelos pretos. E, para seu desespero, o quarto também permanecia o mesmo: o luxuoso aposento de uma era perdida no tempo. Os olhos de Wuxian então detiveram-se em algo que antes havia lhe passado despercebido. Numa das paredes, pendia o fatídico retrato que ele se habituara a ver durante toda a sua vida. O retrato de Yiling Laozu , que guardava a câmara secreta do castelo dos Wei.

    Wuxian aproximou-se lentamente do quadro. Estendeu a mão vacilante para tocá-lo. Nisso, a porta do quarto se abriu.
Wuxian virou-se no mesmo instante. Uma pequena multidão de farristas, liderados por um anão fantasiado de bufão, invadiu o recinto.
    — Aí está ele !  O noivo virginal! – o anão esclamou, brandindo um bastão cheia de fitas coloridas e guizos.
    Wuxian  recuou aterrado. Sob as longas mangas do robe enfeitado, crispou as mãos. Seus olhos pousou na multidão que exibia roupas festivas e ricamente adornadas. Ainda que desorientado, ele reconheceu aquelas roupas do período antigo. A seguir, tornou a examinar o anão. Suyan. Ao constatar que sabia o nome dele, sua confusão aumentou. Sentiu-se como se tivesse sido atingido por um raio.

(WeiYing )

    "Ordenei que Suyan, o anão, fosse chicoteado hoje. Mas apenas com cordões de seda. Talvez isso servisse para atiçar sua imaginação e o fizesse empenhar mais para me entreter…"

Wuxian sentiu uma onda de náusea ao recordar aquele comentário corriqueiro de Wei Ying em seu diário. Sempre se perguntara qual seria a aparência do pobre bobo da corte que seu ancestral perseguia sem piedade. Meneou a cabeça com franco estarrecimento. Aquilo não podeia estar acontecendo. Tudo não passava de um sonho bizarro. Era evidente que não tardaria a acordar em sua própria cama, no castelo dos Wei.

    O anão veio saltitando até ele, a cabeça parecendo desproporcional para o corpo de baixa estatura. Pulou sobre um banco, de modo a ficar da mesma altura de Wuxian. Ele sentiu seu hálito impregnado de vinho e inconscientemente se encolheu. O anão voltou-se então sorridente para sua pequena platéia.

    — Yiling Laozu lo bello! – Suyan encarou-o, por um segundo, seus olhos encheram-se de surpresa e perplexidade.
– Por que fica aí parado como um cão acuado, quando tem pela frente uma noite de prazeres com seu novo senhor?   

    Dito isso, o anão pulou do banco, abaixando a cabeça como se temesse levar uma bordoada. Entretanto, como Wuxian não fizesse menção de estapeá-lo, ele se endireitou. Como medida de precaução, afastou-se do amo e só então perguntou:
    — Mas o que houve? De certo esse não é o Laozu que todos conhecemos!  Suyan endereçou um olhar enviesado para sua audiência. Apertou a mão contra o peito e franziu a testa em sinal de incredulidade.
– Onde está nosso poderoso Laozu, capaz de aniquilar a vida de um alfa com um mero aceno?

As duas vidas de Wei WuxianOnde histórias criam vida. Descubra agora