As duas vidas de Wei Wuxian

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CAPÍTULO III

    — Sim. Meu esposo. — Hanguang-jun confirmou, e sentiu uma pontada de desejo ao pensar que aquele ômega lhe pertencia.
    Ele haveria de resguardar seu espírito e seu coração, pois nenhum membro da família Wei era digno de confiança. Isso, porém, não o impediria de possuir o corpo de Wei Ying e dar prazer a ambos…

    Lan Zhan correu os dedos pelo seu peito, tateando a carne macia, acariciando-lhe a nuca. Inclinou-se ligeiramente, e seus rostos ficaram muito próximos. O ômega estremeceu.

    No momento seguinte, seus lábios se uniram. Na boca de Lan Zhan, Wuxian sentiu o gosto de vinho frutado e amêndoas. E, ainda, outro sabor mais sutil, difícil de definir: o gosto da paixão. Uma paixão que se intensificava perigosamente e beirava a selvageria. Ele deixou escapar um gemido de protesto e ficou rígido.

Lan Zhan reagiu automaticamente, desacelerando o compasso de seus próprios instintos para beijá-lo com uma lentidão enlouquecedora. Wuxian fechou os olhos, acreditando que estava prestes a desfalecer.
    Os lábios dele deslizaram por sua face, depois a língua. Lan Zhan inspirou o perfume de sua pele, que lhe recordava o perfume de rosas. Ele mordiscou-lhe o lóbulo da orelha, semicerrou as pálpebras, sentiu-se cada vez mais embriagado com a fragrância de rosas que atordoava seus sentidos.

O corpo flexível de Wuxian fundira-se ao de Lan Zhan, suas curvas suaves moldando-se à parede de músculos rijo suas mãos descansando na cintura estreita dele. Por um momento, Lan Zhan interrompeu o beijo para fitá-lo.

Wuxian descerrou as pálpebras, e seus olhos estavam enevoados pela paixão. Ele sorriu. Wei Ying podia ser bom ator, mas agora era certo que não fingia. Lan Zhan podia sentir o pênis do ômega duro e o cheiro da sua lubrificação era de puro desejo.

    As mãos dele escorregaram do pescoço para os ombros de Wuxian. Descendo até o abdômen onde estava o laço da sua calça
    Ao contato do ar frio com sua tez abrasada, Wuxian teve um arrepio. Lan Zhan afastou as mãos dele de seus quadris. E baixou suas calças.
    Wuxian não teve tempo de raciocinar. Lan Zhan tomou-o nos braços e carregou-o até o leito.
Wuxian permaneceu imóvel por um longo minuto, entorpecido na névoa do desejo que Lan Zhan lhe despertara. Observou-o mover-se pelo quarto com a graça de um felino. Ele atirou a corrente de ouro que usava sobre uma mesa. Enquanto desabotoava a jaqueta com fechos de rubi, apanhou um jarro de vinho, encheu uma taça de ouro e deixou-a displicentemente sobre a mesa.

    Relanceando Wuxian, livrou-se das próprias roupas rapidamente. À visão de sua esplêndida nudez, que ele exibia com casualidade e sem a menor modéstia,
Wuxian afinal caiu e si e deu-se conta de sua situação: estava deitado no leito núpcias de Wei Ying, nu, e dentro de instantes um estranho se apossar de seu corpo. Rubro de vergonha, sentou-se muito ereto e cobriu-se com a colcha de seda púrpura.Quando Lan Zhan virou-se para ele, Wuxian ficou sem fôlego, contemplando sua beleza máscula. Seu primeiro impulso foi baixar o rosto, mas não resistiu e fitou Lan Zhan. Ele apanhou uma maçã, enquanto com a mão livre segura a adaga, e acercou-se da cama.Com o coração aos saltos, Wuxian acompanhou com olhar sua aproximação.
    Inconscientemente, apertou a colcha contra o peito. A alguns passos da cama, Lan Zhan se deteve. Mordeu a maçã, mastigou devagar, seu olhar percorrendo as formas de Wuxian com fria insolência. Ele tornou a enrubescer, dessa vez de cólera.

    De repente, com um movimento inesperado, Lan Zhan atirou-lhe a maçã. Automaticamente, ele soltou a colcha e estendeu as mãos para apanhá-la. A colcha escorregou para sua cintura, desnudando-lhe o peito. Tarde demais, Wuxian percebeu que essa fora exatamente a intenção de Lan Zhan. Indignado, arremessou-lhe de volta a maçã. Por pouco não o acertou no ombro.