Capítulo 68

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Black

Se a intenção da Lauren era me acalmar, depois do exemplo que ela me deu dentro do carro, eu já não sei se fico calmo ou nervoso.

Eu fico me perguntando como os pais da Lauren podem ser tão rico e ela teve dificuldade em manter uma permanência nos Estados Unidos, mas pensando bem, quando se tratava de segurança ou imigração o meu país não está para brincadeira, carregamos um bom legado de pessoas que migravam para o EUA, e por isso as leis ficavam a cada dia mais rigorosas, onde não importava se você era rico ou pobre, elas sempre iam andar ao seu lado e te fazer cumpri-las.

Fazia um tempo que eu não vinha na Itália, na verdade, eu nem me lembro a última vez que estive nesse país, talvez quando eu tinha uns 20 anos?... acho que foi com essa idade.

Segurei a mão da Lauren e ela apertou nossas mãos. Eu podia sentir um pingo de suor escorrendo na minha testa, porra... eu tenho 27 anos, mas pareço um adolescente de 17. Não era para mim estar tão nervoso, mas graças a minha mulher a situação piorou.

— Lauren, mia piccola—Um homem alto com os cabelos grisalhos abriu a porta e sorriu quando olhou para a mulher que está ao meu lado.

Lauren soltou a minha mão e foi dar um abraço nele.

— Mi manchi, papà —Lauren o respondeu.

Os olhos deles se opuseram em mim e eu engoli em seco.

— E quest'uom, presumo sia tuo marito? — Nessa hora eu agradeci mentalmente o meu pai por ter colocado eu e os meus irmãos para fazer aula de italiano.

Agora o único problema era que eu até os entendia, mas quem dominava o idioma mesmo era o James, digo em relação a falar o idioma perfeitamente.

— Sì papà. Questo è Black, mio ​​marito. — O homem esticou a mão para mim e eu aceitei de bom agrado —Sai parlare inglese, quindi potremmo comunicare solo in inglese?—A minha deusa como sempre pensando em mim.

— Claro, minha piccola. — Ele sorriu para ela, mas me olhou sério —Então você é o homem que ganhou o coração da minha principessa? Você sabe o quão sortudo você é?

— Sim, senhor. Eu sei o quão sortudo eu me tornei a partir do momento em que a sua filha entrou na minha vida —As palavras não saíram gaguejas, pelo contrário, falei firme e tentei passar o máximo de tranquilidade na voz, mas por dentro eu estou a mil.

— Então você ama a minha filha? — Ele ainda tinha dúvida? Só o fato de eu estar aqui, já era para servir mais do que prova de que eu amo a filha dele.

— Claro, senhor Mattia. Eu amo a sua filha mais do que qualquer coisa nesse mundo, ela é a pessoa mais importante para mim neste mundo.

— Era isso o que eu queria ouvir, rapaz —E então ele estendeu a sua mão para me cumprimentar.

Eu já estava acostumado com o tipo de contato que os italianos gostam de ter, porque o meu pai gostava muito de abraçar e cumprimentar com contratos físicos, principalmente quando estava feliz.

— Filha? — Uma mulher numa versão um pouco mais velha da Lauren apareceu na porta —Não acredito que você está aqui. — A mulher falava em outro idiota, um no quão eu não conseguia identificar, mas supus que fosse português, afinal ela era brasileira.

Agora eu conseguia entender de onde a minha mulher puxou tanta beleza, a mãe dele é tão linda quanto. Eu diria que Lauren puxou a personalidade do pai, digo isso pelo pouco que acabei de conhecê-lo, já a aprecia veio da mãe.

— Eu queria fazer uma surpresa para a senhora —Lauren deu um beijo no rosto da mãe e a abraçou —Eu preciso que a senhora fale em inglês, porque o Black não sabe falar português e o italiano dele não é o dos melhores — Lauren disse algo a ela que a fez olhar na minha direção.

Seus olhos brilhavam para mim, e eu não sei se isso é um bom sinal ou ruim. Ela soltou a filha do abraço. Mas o que mais me impressionou mesmo foi ver a Lauren falando em português, eu não sabia que a minha mulher falava três idiomas, afinal nunca a vi falando em português, essa foi a primeira vez.

— Então você finalmente vai me deixar conhecer o meu genro? Eu esperei tanto por esse momento. — Dessa vez ela falou em inglês —É um prazer lhe conhecer, Black —Ao contrário do seu marido, o primeiro contato dela foi o abraço.

— O prazer é todo meu, senhora Jones.

— Por favor, não me chame de senhora que eu me sinto uma velha, eu ainda estou na flor da idade rapaz —Falou brincando e todos rimos. — Me chame apenas de Alice, sim? — Concordei com a cabeça —Vamos, entrem. — Ela não deu passagem e eu peguei as nossas malas.

Tinha uma coisa boa na Itália que na minha cidade não tinha, o ar fresco. Era perceptível a leveza que o ar daqui tem, mesmo você estando em lugares fechados.

— Como vocês não avisaram que iriam vir, eu não cheguei a preparar nenhum quarto, porém o de Lauren fica sempre limpo, creio que possam se hospedar lá.

— Mas mãe, o meu quarto não é um lugar apropriado, a gente pode ficar no quarto de hóspedes mesmo... —Então quer dizer que Lauren não, quer que eu conheça o seu quarto? Isso só aumenta a minha curiosidade de conhecer.

— Linda, eu ia amar conhecer o seu quarto, afinal foi onde a mulher que eu amo passou a maior parte da sua adolescência –Lauren me fuzilou com os olhos e eu me segurei para não rir.

— Ai... tá vendo, até o seu marido quer ficar nele. — Lauren se virou para a mãe.

— É lógico que esse can... —Ela ia me chamar de canalha, mas se tocou do que ia dizer –Meu amor iria querer isso. — Quando seus olhos encontraram os meus, eu lhe dei um sorriso de lado.

— Então vá logo colocar as coisas no seu aposento e aproveite para tomar um banho e descansar, aposto que vocês devem estar exaustos. — Eu realmente estava, tudo o que eu desejava era uma cama para poder descansar um pouco.

Lauren saiu na frente e eu a segui com as mãos ocupadas com as nossas malas, ela pisava duro no chão, o que me deixava ainda mais feliz, porque isso significava que o nosso sexo iria ser bom, ou ela acha mesmo que só porque estamos na casa dos seus pais eu iria deixar esse corpinho em paz? Não mesmo.

Minha outra metade -Livro 3 da saga Irmãos BenacciOnde histórias criam vida. Descubra agora