Todos os Motivos para Odiar Mase Mitch.

Capítulo 27

Skyler desejou que não fosse segunda-feira no momento em que abriu os olhos.

Ele sabia que o dia seria horrível, como uma premonição sensitiva que se acumulava em seu estômago. Seus olhos enxergavam borrões embaçados em meio a luz esbranquiçada que adentrava o quarto pelas frestras da cortina, e ele se perguntou por um segundo o quão facilmente sua mãe o deixaria faltar na escola.

As chances, como ele sabia bem, eram poucas.

Isso se dava principalmente por ela própria ser professora, então considerar a presença em aulas era como algum preceito de religião. Skyler só faltava aulas quando estava doente, no nível de estar precisando de transfução de sangue e quarentena prolongada. Fora isso, suas tentativas de ficar em casa geralmente eram cortadas com um grande "não" bem humorado por parte de um de seus pais.

Logan, seu pai, não via faltas no colégio como algo significativo e preocupante. Apesar de ser um advogado dedicado e formado ainda muito jovem, sua visão de aprendizado e futuro eram bem mais... expansivas do que a maioria das outras pessoas, incliuindo Alison. Ele dizia que notas resultante de estudos não media inteligência das pessoas, e que o sistêma de estudo era feito para destruir e cansar o psicológico das pessoas a longo prazo.

Uma vez, ele cogitou de forma séria em meio a uma viagem de família a Costa Oeste sobre a possibilidade de largar o emprego bem remunerado e mudar para a beira da praia por simplesmente se sentir bem humorado.

A proposta, para a tristeza de Skyler, foi recusada de imediato na época.

Então, de forma geral, ele se sentia mais aberto a compartilhar o que pensava perto do pai. Era bom poder falar sobre suas perspectivas de futuro e do agora sem que essa pessoa lhe dissesse que seus objetivos e sonhos não pagariam contas e todas as outras merdas pessimistas que vinham junto com esse discurso antigo, e isso simplesmente não acontecia quando se tratava de Logan.

Ele sempre incentivou o lado artísitco de Skyler desde que ele conseguia se lembrar, comprando bonecas que ele desejava quando passava por lojas quando pequeno... sua primeira máquina de costura foi presente dele, na verdade. E Skyler nem poderia pensar em quanto dinheiro perdido em tecidos desde então.

Skyler piscou os grandes olhos castanhos para o reflexo do espelho, as lembranças e pensamentos se dissolvendo como fumaçada. Não havia mais seu pequeno eu brincando de vestir bonecas e decobrindo como máquinas de costura funcionavam, nem a sensação eufórica de ser carregado pelo pai nos ombros em meio a uma caminhada no calçadão da praia em pleno verão.

Era apenas Skyler, e a aparência fixa que ele estava cansado de econtrar toda a manhã.

Sua escolha de roupas para o dia seguiu seu humor, como o hábitual. Ele não havia muitas peças pretas ou de cores frias, mas conseguiu puxar para baixoda cabeleira loira um moletom azul marinho de grandes proporções que quase parecia preto. A parte de baixo foi algo bem menos vibrante ou revelador em comparação a escolha dos últimos dias, também.

-Bom dia- disse, sua voz sendo reconhecida por todos os ali reunidos na pequena cozinha de forma automática.

Seu pai ergueu os olhos castanhos do mesmo tom dos de Skyler sob a xícara que bebericava. Alison virou a cabeça da onde estava posicionada a espera de torradas frescas para responder o mesmo, e sua avó deu pequenas batidinhas na cadeira ao seu lado, indicando para que ele se sentasse.