Bom dia, guriass, tudo bem? Chegando um pouquinha atrasada, mas é isso. Esperamos que gostem e fiquem calmas, ainda tem muita estória pela frente.
Durante aquele fim de semana eu segui me sentindo a pior pessoa da face da terra, muito embora eu tivesse consciência que isso não mudaria nada. No fim das contas eu concluí que a melhor coisa a ser feita por enquanto era me afastar da Valentina, eu me enrolei nessa história, me coloquei nessa situação, não teria jeito de não perder nada.
Após descobrir o que ela estava fazendo com o dinheiro, não havia a menor possibilidade de usar isso para me livrar da Catarina, eu também não queria que Valentina me odiasse, então contar a ela agora não era uma opção. Talvez um afastamento brusco fizesse Catarina desistir dessa ideia de me usar para vigiá-la.
Durante aquela semana Catarina me pressionou duas vezes sobre eventuais informações sobre Valentina, eu menti que ela estava distante de mim e que eu não sabia porque. Na faculdade eu fiz o possível para ter contato com ela apenas junto com o restante do pessoal, me distanciei como pude sem que abrisse brecha para ela me perguntar o porquê.
Duda tinha reparado e até tocou no assunto algumas vezes, o fato é que a minha irritação estava muito alta e minha bateria social quase a zero, cheguei a me olhar no espelho e ter vontade de socar a minha própria cara, mas ainda não tinha chegado a esse grau de loucura.
Eu soube que eles iriam sair juntos no sábado, inclusive insistiram muito para que eu fosse, mas consegui me desvencilhar dos convites.
No sábado Valentina e eu nos encontramos para fazer o trabalho, eu tentava não falar sobre assuntos aleatórios com ela, claro que eu respondia quando ela falava, mas não me esforçava para dar continuidade. Quando terminamos estávamos nos encaminhando para a rua quando ela questionou.
- Certeza que não quer ir ao bar hoje? - perguntou.
- Tenho sim, obrigada por convidar.
- Lu, você está bem mesmo? Eu não quero ser chata, mas você está muito estranha - falou enquanto caminhávamos.
- Está tudo bem, Valen. Não é nada com você. Eu só estou com uns problemas meus.
- Humm, entendi, tudo bem então, só me preocupo, você está distante.
Suspirei pensando no que dizer, eu não queria que ela ficasse chateada pelo meu jeito, mas também não sabia mais o que fazer, não era certo ficar próxima, era torturante na realidade e eu não tinha o direito de enganá-la dessa forma.
- Não fica assim, está tudo bem mesmo. Você está bem? Precisa de algo? - perguntei.
- Não, estou bem.
- Eu vou embora, se você precisar de qualquer coisa me chama, eu não quero que pense que eu estou me afastando.
- Mas você está.
- Eu só estou tirando um tempinho para mim, mas eu estou aqui pra você, tá bom?
- Tudo bem, eu vou respeitar o seu espaço - me respondeu.
Me aproximei e lhe dei um beijo no rosto, a vi fechando os olhos ao sentir meu toque, fiquei uns segundos parada sentindo a pele dela na minha e me afastei bruscamente, caminhei para longe dela o mais rápido possível.
Peguei um ônibus de volta para casa, durante o trajeto fiquei perdida nos meus pensamentos, lembranças, tentava entender o que eu sentia estando perto dela, mas era difícil, pois eu me condenava tanto que os sentimentos ficavam confusos, eu não sabia se o que se sobressaia era a culpa de enganar uma pessoa maravilhosa que não merecia o que eu fiz, por ela confiar em mim, o sentimento de falta de estar perto dela, o desejo reprimido cada vez que nossos olhares se cruzavam ou seu cheiro chegava ao meu olfato ou se realmente existiam sentimentos límpidos por ela.
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Segundas Intenções
FanfictionValentina Albuquerque é filha de Catarina e Marcos vem de uma família rica e poderosa, sempre teve tudo que o dinheiro pode comprar. Tem uma relação com os pais que está longe de ser ideal, pois recebeu muito mais afeto de Sonia, a empregada da famí...