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Bom dia, bom dia, bom dia! Até adiantada eu estou, pensem nisso, agora leiam com calma, reflitam, não me xinguem, boa sorte, obrigada por tudo, espero que gostem!



Durante a aula tratamos de nos concentrar na matéria, durante o intervalo Valen e Rick saíram, fiquei me questionando o que foram fazer, mas quando voltaram ficaram conosco sem dar explicações, achei que não seria de bom tom perguntar, embora eu estivesse bem curiosa.

No fim da aula Valentina veio até mim, tínhamos combinado que ela me daria uma carona para casa, Deus me dê forças para lidar com essa garota perto de mim.

Nos despedimos do resto do pessoal e saímos juntas em direção ao estacionamento, Valentina catou uma chave na mochila e apertou o botão para destrancar, um dos carros parados sinalizou com luzes, meu queixo caiu.

- Que que é isso, Valentina? - perguntei ao ver qual carro teria correspondido a sua ação.

- Ué, o meu carro - falou sem entender.

- Você tem esse carro e anda naquele treco barulhento e desconfortável? - questionei sem acreditar no que meus olhos viam.

O carro de Valentina era um Range Rover Velar branco, ou seja, uma super SUV, tinha até teto solar. Ela gargalhou da minha pergunta enquanto entramos no carro. Valentina pressionou um dos painéis com touchscreen e colocou uma música qualquer. Eu sabia que a família dela tinha muito dinheiro, mas parece que eu tinha esquecido, afinal a Valentina andava sempre naquela moto para cima e para baixo.

- Eu não gosto muito de andar por aí com esse carro, na verdade - comentou concentrada em manobrar para sairmos no estacionamento.

- Para, você tem um carro desses e não gosta de usar? Por que comprou ele então?

- Eu não comprei, foi um presente do meu pai.

- Preferia andar com um Fiesta 1.0? - falei ironicamente.

- Espera, deixa eu me corrigir, eu adoro dirigir ele, é ótimo, mas parece que quando as pessoas me vêem dentro dele algo muda, você não tem ideia a quantidade de gente que já se aproximou de mim por interesse - ok, aquilo fez com que eu me sentisse levemente mal, afinal o motivo inicial da minha aproximação foi o pior dos interesses.

- Entendo - falei, eu não queria mais falar sobre aquilo.

- Mas o meu pai queria ter me dado um carro quando fiz dezoito anos, igual ele fez com o Igor, sabe?! Mas eu insisti na moto, ele me deu a moto para a decepção da minha mãe, no ano seguinte ele fez uma surpresa, eu havia comentado que esse carro era muito legal, ele comprou para mim e me deu. Eu mal uso.

- Está até com cheiro de novo mesmo - comentei - Ele não fica chateado de te dar um presente desses e você não usar?

- Acho que não liga muito - falou com simplicidade - Ele não precisava ter me dado um carro tão caro, não acha?

- Você disse isso para ele?

- Claro que não, eu agradeci, o abracei muito, levei ele para dar uma volta, essas coisas.

- Que amor - comentei.

- Você tem carteira? - perguntou.

- De motorista? - ela assentiu - Tenho, porque?

Repentinamente ela encostou o carro no acostamento, tirou o cinto de segurança e virou para mim com um sorriso de quem vai aprontar.

- Eu vou sair e você pula para o meu banco, mas rápido porque está chovendo muito. Ok?

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora