Prólogo

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Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta!!!

E aí, guriassss. Mais uma loucura cheia de amor saindo diretamente da minha cabeça e da minha amiga Lorena, esperamos que gostem.

Quem veio de Verdade ou Desafio, saudades, quem está chegando agora, sejam bem-viadaaasss.



~ OITO ANOS ANTES ~

17 de fevereiro de 2015

Era uma tarde ensolarada de domingo na cidade de São Paulo, típica daquelas que as crianças brincam como se o dia nunca fosse acabar, também pudera, aos doze anos de idade ninguém se importa com o que vai acontecer ao fim dos dias de verão, a única coisa que importa é que o dia seguinte amanheceria e passariam novamente todas as suas horas aproveitando cada segundo das férias escolares.

Assim foram aquelas férias para Luiza e Valentina. Luiza era levada com a mãe para brincar com a amiga e colega de escola, Luiza sabia que a sua vida era muito diferente da que Valentina tinha, apesar de estudarem na mesma escola, terem os mesmos colegas e amigos, Luiza nunca tinha viajado para a Europa, também não tinha empregadas e babás, pelo contrário, sabia que seus pais se viravam como podiam para criar ela e a irmã.

Sonia e Augusto, pais de Luiza e Carol, eram funcionários da família Albuquerque, a dona da maior companhia brasileira no ramo de exportação e importação de jóias, há aproximadamente 17 anos, desde o nascimento do primeiro filho do jovem casal, Igor. Quando Sônia engravidou achou que não se manteria no emprego, mas o pequeno filho do casal, que na época contava com apenas três anos, tinha um apego muito forte pela funcionária, assim como ela por ele, era um sentimento quase maternal. Assim, Catarina lhe fez propostas irrecusáveis, ofereceu aumento salarial a ela e ao marido, que fazia parte da segurança da mansão, inclusive se dispôs a custear a educação dos seus filhos se aceitasse continuar no emprego.

Após o acerto, Sonia teve Carol, sua primeira filha, e dois anos depois Luiza, que nasceu 7 meses antes da segunda filha dos patrões, Valentina.

Catarina engravidou novamente por acidente para a sua frustração e alegria do marido, o empresário Marcos, levou a gravidez adiante e diferente do que fez com o primogênito, retornou ao trabalho uma semana após o parto, Valentina foi entregue a responsabilidade de Sônia que fazia o possível para cuidar das duas meninas.

Elas foram criadas igualmente por Sonia, que concentrava em lhes dar todo afeto e principalmente, fazia o possível para que Valentina jamais entendesse o desprezo da mãe, embora tivesse consciência de que não poderia protegê-la para sempre.

Na tarde daquele domingo as meninas brincavam na rua e a sua maior preocupação era apenas a divisão dos brinquedos, o que para elas nunca foi um problema uma vez que Valentina com toda doçura cedia tudo que tinha para Luiza. Algumas vezes Sônia chegava a se questionar se ela entendia que Luiza não tinha condições para ter os mesmos brinquedos que ela, mas por fim concluiu que ela fazia apenas para ver Luiza feliz.

"Algumas pessoas simplesmente nascem boas", pensava ao ver Valentina entregando a Luiza os seus brinquedos favoritos e dizendo que poderia ficar com eles se ela gostasse.

- Meninas, daqui a pouco já será hora de entrar, está começando a ficar tarde - gritou da porta de casa tentando localizá-las no enorme quintal da mansão.

Luiza surgiu desacompanhada, o que a deixou apreensiva, afinal Valentina era muito levada, sempre que estava quieta demais ou sumida demais, poderia contar que haveria uma arte para esconder de Catarina.

- Mãe, a Valentina sumiu - falou me aproximando da porta de casa.

- Como assim sumiu, meu amor? - perguntou.

- Nós estávamos brincando perto do jardim e ela disse que ia buscar uma coisa, mas já voltava, só que ela ainda não voltou - explicou entrando.

- Calma que eu vou lá ver se eu acho ela. Me espera aqui, tá bom?! - a pequena assentiu.

Sônia caminhou até o jardim e visualizou a outra menina correndo em sua direção com algo nas mãos. Sônia percebeu que era uma das flores vermelhas que nasciam no jardim dos Albuquerque.

- Oi, meu amor, vamos entrar? Está na hora do lanche - falou se ajoelhando na frente da pequena e encarando aqueles olhinhos claros.

- Vamos, a Luiza foi embora? - perguntou olhando para a flor.

- Não está lá dentro, porque? - questionou.

- Porque ela disse que acha essa flor a mais bonita do mundo, eu fiquei todos os dias esperando ela desabrochar, o meu pai disse que ia desabrochar e que logo eu poderia tirar e dar de presente para ela - falou com inocência.

- Ela vai adorar, vamos lá dar essa flor para ela - falou e Valentina correu na frente da babá ao encontro da amiga.

Quando Sônia entrou na cozinha vislumbrou as duas.

- É linda, a mais linda que eu já vi. Obrigada, Valentina.

Disse enquanto se abraçavam, Sônia apenas observou a cena em silêncio antes de servir o lanche para as duas.

Mais um dia chegava ao fim, Sônia e Augusto retornaram para casa com Luiza. Carol ficava na casa da vizinha, a qual no período de férias tinha uma moça que ficava com as crianças do bairro até que os pais retornassem para as suas casas, o salário da moça era dividido entre as famílias.

O casal chegou e como sempre alimentou e acomodou as filhas para dormir. Após a casa ficar silenciosa, Sônia se aproximou do marido que bebia uma cerveja sentado na frente da casa, ela sentou ao seu lado e procurou as melhores palavras para começar uma conversa difícil.

- Amor, eu estou pensando em afastar as meninas - falou para dar início.

- As meninas? - questionou sem entender de quem a esposa falava.

- Luiza e Valentina - explicou.

- Porque? Elas se gostam tanto.

- Exatamente por isso, eu venho observando as duas a um tempo, estou desconfiada desse gostar excessivo.

- Desconfiada de que exatamente?

- Eu não sei, posso estar enganada, mas é difícil que esteja, elas estão apegadas demais, são gestos diferentes, às vezes eu tenho a impressão que é algo a mais.

- A mais? - disse sem entender, Sônia o deixou que refletisse um pouco e ele finalmente começou a entender - Mas Sônia, elas são apenas crianças.

- É, são, mas estão crescendo, pode não ser nada, mas e se for? Você imagina a reação da Catarina?

- E o que você sugere? Trocar a Luiza de escola?

- Isso não, a Catarina escolhe a escola, afinal ela que paga, eu não posso pedir mais isso para ela.

- Colocamos a Luiza numa escola pública?

- Eu andei conversando com a minha mãe a respeito, ela ofereceu para que a Luiza fosse morar com ela até a poeira baixar, um ano, talvez dois, só o suficiente para romper esse vínculo - sugeriu.

- E você estaria disposta a mandar a nossa filha para morar no Rio de Janeiro com os seus pais? Precisa mesmo de uma atitude tão drástica? Não acho que seja uma boa opção, nós abriríamos mão da convivência com a nossa filha.

- Mas Augusto, pensa comigo, assim eu poderia convencer a Catarina de que a Luiza vai a pedido dos meus pais, ela vai ter os estudos pagos no Rio, rompemos o laço entre elas, a Catarina não iria questionar nada.

- E ela não percebeu nada? - questionou Augusto.

- Ela não perceberia nem que aquela menina chegasse na frente dela toda pintada de roxo.

- Eu não sei...

- Será por pouco tempo. É para a proteção da nossa filha, para garantir que a Catarina não veja o mesmo que eu vi.

- Se você acha que é a melhor solução.

- Vamos amadurecer a ideia, mas a partir de amanhã não a levarei mais comigo - disse Sônia deixando o marido pensativo.

E aí?? Não esqueçam de conversar com as autoras.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora