PROTEÇÃO

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Atrasada, mas tô aqui!! Esse capítulo é um dos meus favoritos até agora, então leiam com calma e atenção. Espero que gostem.




Após alguns minutos, seu choro foi cessando aos poucos, ela se soltou de mim devagar e limpou o rosto com a manga do casaco.

- Você quer tomar um banho? - perguntei, ela concordou com a cabeça - Consegue sozinha?

- Acho que sim - respondeu baixinho.

- Se quiser eu posso te ajudar - falei.

- Eu consigo - falou, mas não me passou nenhuma segurança, porém resolvi não insistir.

- Tá, pode ir que eu já levo uma toalha e uma roupa para você, qualquer coisa me chama que eu corro ali.

- Tá bem.

Ela foi em direção ao banheiro enquanto eu a acompanhei com olhos até que entrasse, levantei e fui no meu quarto, peguei uma camiseta e uma calça de pijama, o clima está um pouco frio hoje, então melhor uma roupa mais quentinha. Ouvi o chuveiro ser ligado antes de sair do quarto e ir, bati de leve na porta e entrei. Fechei a porta e tranquei. Quando me virei, a vi através do vidro do box, ela estava com as duas mãos escoradas na parede. Escondia o rosto nas mãos, mas era possível ver que tinha voltado a chorar.

Não pensei duas vezes antes de largar as peças em cima da pia e tirar as minhas roupas, prendi meu cabelo num coque e entrei lentamente no box. A imagem do seu corpo destroçou meu coração. Ela tinha hematomas nas costas, nos ombros, um raspão no cotovelo, fechei os olhos para me concentrar para não surtar, afinal estava ali para segurar a onda dela.

Muito lentamente toquei a mão no seu braço, aproximei meu corpo até tocar as suas costas, dei um beijo leve no seu ombro.

- Vira pra mim - pedi falando baixinho.

Ela virou e eu a abracei inteira, era muito difícil entender o que estava se passando com ela, apesar de que era compreensível seu desespero pelo nível dos ferimentos que ela possuía. Ela não resistia quando eu me aproximava, pelo contrário, se agarrava no meu corpo como se a sensação de proteção fosse real, como se ela realmente estivesse longe de qualquer perigo ali.

Ela foi se acalmando novamente com o passar dos minutos, beijei seu rosto onde as lágrimas se misturavam com a água do chuveiro que restava sob a sua pele. Permaneci com a boca encostada onde havia acabado de beijar. Ela respirou fundo e me olhou de perto.

- Você quer que eu saia? - perguntei.

- Não, não me deixa sozinha, por favor.

- Eu não vou deixar.

Soltei o seu corpo e peguei o sabonete, a ajudei, assim como fiz com os cabelos. tudo com a maior calma e delicadeza, até porque tinha poucos lugares do seu corpo que não possuía um hematoma ou corte. Quando terminamos entreguei a toalha para ela e peguei a minha que, por sorte, havia ficado pendurada no ganchinho na parede.

Terminamos de nos vestir, eu entendi o que ela havia dito sobre me olhar usando a camiseta dela, não sei o que exatamente significa, mas era um sentimento bom de vê-la assim. Estendi a mão para ela, que pegou e a puxei pelo corredor para o meu quarto. Entramos, eu fechei a porta e disse para ela sentar na cama, peguei o secador e sentei nas suas costas. Terminei de secar os seus cabelos, ela sentou de frente para mim.

- Você quer comer alguma coisa? Eu posso preparar - falei.

- Não, eu estou sem fome, obrigada.

Levantei, peguei um relaxante muscular em uma das gavetas da cômoda, fui na cozinha, peguei água e entreguei a ela.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora