Segundas Intenções

DECEPÇÃO

Boa noite, boa noite. Não íamos atualizar porque o foco seria outro, mas todo mundo já sabe. Agora foca aqui, boa sorte pra nós e vitória na guerra!

Meu coração parecia que ia sair pela boca, meu estômago embrulhou, será que ela ia contar tudo para Valentina? O que dizer a ela?

- Mãe, me ouve - Valentina começou.

- Ouvir o quê? Eu já vi o suficiente - respondeu com a maior calma.

- Catarina, eu posso explicar - falei segurando o choro na garganta.

- Não tem o que explicar. Sabe, Luiza, quando eu disse que você era capaz de qualquer coisa, eu nunca imaginei que estaria tão certa. Agora você me surpreendeu. Encontrou uma forma de tirar ouro direto da fonte.

- Pode parando, mãe, não começa com essa sua doença de que todo mundo que se aproxima da gente é por interesse.

- Doença? - ela gargalhou e bateu palmas - Sabe, minha filha, eu sempre reparei na sua inocência, mas a esse ponto remete a pura falta de inteligência, você acha mesmo que a Luiza não se aproximou de você por interesse? Há anos a família dela tenta integrar a nossa através de você e do Igor, a diferença é que o seu irmão não caiu nessa.

- Do que você está falando? Você pirou de vez? - Valentina perguntou demonstrando indignação.

- Ah, agora você vai se fazer de desentendida? Acha mesmo que eu não sei do caso que ele tem com a irmã da Luiza? A diferença é que o seu irmão faz o que tem que fazer e depois ele lembra do tipo de gente que ele deve assumir, diferente de você que caiu na armadilha como um patinho.

Eu não conseguia pensar em nada para falar, eu não sabia até onde ela iria, a forma que ela se referiu a Carol, ela pensava o mesmo de mim e com tudo que ela tinha de informações, eu não queria que ela contasse para Valentina assim.

- Valen, vamos embora daqui, eu quero conversar com você a sós - quase implorei.

- Ah, você quer ir embora? Quer contar para ela longe dos meus olhos para enfeitar essa história? Não seja presunçosa, Luiza, você já enganou a Valentina o suficiente. Conte a ela na minha frente para que eu tenha certeza que você irá se ater a realidade. Vamos, conte a ela.

- Do que ela está falando, Luiza? - Valentina me encarou confusa.

- Valen, aqui não, por favor - falei sentindo meus olhos marejarem.

- Mas quanta enrolação - Catarina berrou - Não vai contar, então conto eu.

- Não, por favor - falei em desespero.

- Valentina, a Luiza se aproximou de você porque eu a paguei para fazer isso, eu quis que ela se aproximasse, virasse sua confidente, quis que ela ganhasse a sua confiança e me relatasse o que você anda aprontando por aí.

- Como é que é? Isso é verdade, Luiza? - Valentina me olhou com a expressão de quem acabava de levar um tapa no rosto.

- Valen, olha para mim, as coisas não são bem assim...

- Me poupe, as coisas são exatamente assim, ela não te suportava, palavras da própria Luiza, então eu paguei ela com dinheiro, efetivação, liberação de horário, emprego para aquela irmã dela, tudo que ela queria para ela te vigiar de perto.

- Eu não estou acreditando nisso.

- Olha os extratos bancários dela se precisar já que nem a sua mãe falando é suficiente para te convencer que essa garota só está perto de você por dinheiro. Claro que ela estava tranquila, conseguiu uma forma muito melhor de ganhar dinheiro, pensou no que? Casamento com comunhão universal de bens? Assumir a minha posição na empresa, já que a minha filha é uma desinteressada no próprio patrimônio? Você teria o controle de tudo que é dela, isso que pensou, Luiza?