DESPACITO

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Bom dia, pessoal!! Um sábado lindo com um capítulo lindo, esse eu amei escrever e espero que vocês amem ler.




Estávamos quase terminando de comer ainda em silêncio quando o celular da Valentina tocou, ela atendeu imediatamente.

-Fala gatinho - quase rolei os olhos, mas me controlei - Vamos sim, é aquele barzinho perto da faculdade, né? Certo. Não, eu vou de uber para evitar problemas, pode ser às 20h. Combinado, beijo.

Ela desligou e voltou a ficar em silêncio.

-Rolê de hoje? - perguntei tentando amenizar o clima.

-Aham, porque quer saber? Quer ir? - perguntou debochada. Pensando bem, não seria uma má ideia.

-Eu posso? - questionei fazendo seu sorriso sumir.

-Você quer ir? Isso sim é novidade.

-Ué estou sem opções e querendo me distrair - dei a desculpa mais furada do mundo torcendo pra colar.

-Pode ir, sem problemas - disse um pouco desconfiada.

-Onde vai ser?

-Eu te passo o bar e o horário no whats.

-Tá bem.

Ficamos novamente em um silêncio ensurdecedor. Mas que droga, eu não estava conseguindo manter uma convivência tranquila, o que eu posso falar?

-Você não lembra nada da nossa infância mesmo? - perguntou fazendo tudo que eu não conseguia fazer, puxar um assunto decente.

-Claro que lembro, eu só não penso muito nisso, pois não me acrescenta em nada hoje em dia, mas eu lembro.

-Sabia que eu tinha uma quedinha por você? - olhei para ela rapidamente, porque ela estava falando isso? O que responder? - Mas relaxa, eu já superei. Vamos lá no quintal, ainda tem um tempo até a sua mãe sair.

-Vamos - não consegui falar nada além disso.

Levantamos e fomos para o quintal, os balanços que o meu pai tinha feito para nós na árvore enorme que ficava no quintal ainda estavam lá. Fomos até eles e sentamos como fazíamos quando crianças.

- Você ainda vem muito aqui? - perguntei.

- Às vezes, mas sozinha não tem graça.

- Trás seus dates aqui?

- Óbvio que não.

- Não acredito em você. Esse lugar é propício para isso.

- Até porque eu poderia dizer que o céu é azul que você ia dizer que é mentira.

- Você fala como se eu fosse um monstro - disse rindo.

- Falou a pessoa mais agradável do mundo - disse, fechando a cara parecendo sem paciência.

Resolvi novamente não responder. Acho que a ideia do bar foi um erro, íamos começar a brigar, estragar a noite de todos.

- Eu acho melhor não sair hoje - falei.

- Porque? - me olhou.

- Porque não vai dar certo, a gente não consegue fazer isso - falei com sinceridade.

- Isso o quê? - questionou.

- Agir como pessoas civilizadas, você parece uma bipolar.

- Ah, eu sou bipolar?

- Sim, uma hora você gentilmente diz que vai buscar uma cadeira e eu digo que não precisa, você é grossa comigo, agora estamos conversando numa boa e você diz que eu sou desagradável.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora