ACABOU

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Boa tarde, pessoal. Como estão? Espero que bem. Capítulo difícil, mas leiam com calma e compreensão. Esperamos que não desistam de nós.




Era próximo do fim de tarde quando nos organizamos para ir embora. Valentina informou ao Rick que iria para a minha casa fazer o trabalho. Entre algumas piadinhas ele disse que pegaria carona com Duda de volta já que o apartamento dele ficava consideravelmente longe da minha casa.

Voltamos num clima bem gostoso, conversando sobre a vida, nenhum assunto importante, apenas uma boa conversa para nos distrair na viagem.

Chegamos em casa, houve a festa habitual da minha família quando Valentina entrou comigo, eles foram extremamente discretos quanto a curiosidade para saber da nossa relação, embora já imaginassem pelos últimos acontecimentos.

Entramos no meu quarto e fechamos a porta, ela sentou nos pés da cama e ficou me observando pegar o notebook, ligar na tomada e iniciar o sistema.

- Lu - me chamou atenção enquanto eu pegava os livros - Senta aqui, eu quero conversar uma coisa com você.

Eu fui até a cama e sentei virada para ela atenta ao que ela gostaria de falar.

- Fala - pedi apreensiva, ela estava muito séria.

- Me conta como foi exatamente o acordo que você fez com a minha mãe? - ela pediu calmamente. Meu coração apertou, eu poderia enumerar uma lista de piores assuntos para falar e esse estaria ocupando os dez primeiros lugares.

- Agora? - perguntei.

- Eu não consigo parar de pensar nisso. Eu quero saber e agora estamos sozinhas.

Eu assenti e comecei a pensar no que exatamente eu diria para ela, era um assunto doloroso para nós duas, mas muito mais para ela. Eu queria abordar de uma forma que não a machucasse mais.

- A Catarina não te contou nada? - perguntei e ela negou com a cabeça, isso era bom, sinal que a minha palavra ainda tinha valor para ela já que me perguntava para ouvir de mim como tu aconteceu - Tá. Foi no início do semestre, logo depois que fomos sorteadas para fazer os trabalhos de direito de família em dupla. Você se lembra do dia que você esteve na empresa e nós discutimos? - ela assentiu - Então, foi nesse dia. Ela conversou com você e você saiu furiosa da sala dela, eu entrei em seguida, ela começou a desabafar sobre você, ela nunca tinha me falado nada sobre a vida pessoal, mas eu sabia que vocês tinham uma relação conturbada. Aliás, todo mundo sabe. Ela parecia preocupada com você, decepcionada também, mas ela demonstrou preocupação. Falou que estava monitorando as suas contas bancárias, que viu transações estranhas. Sugeriu que você estivesse envolvida com algo pesado como tráfico, sei lá.

- E você acreditou - ela concluiu.

- Eu acreditei. Na época a gente não se dava bem e eu realmente admirava a profissional que a Catarina era, sabia dos problemas de relacionamento de vocês, mas ela me fez acreditar que era sua culpa e eu também estava tendenciosa a acreditar nisso porque eu tinha uma implicância enorme com você. Ela me pediu ajuda, mas ela disse que já pretendia me efetivar pelo meu trabalho, meu estágio estava acabando, era isso ou demissão, ela disse que pretendia me efetivar e que precisava confiar em alguém para ajudá-la a se certificar que você não estivesse fazendo coisas erradas. Os valores que ela me repassou depois, eu nunca imaginei que seriam naquele montante, ela falou ajuda de custo. Depois disso ela me disse que não havia necessidade de cumprir horário à risca. Eu realmente não imaginei que ela fosse essa pessoa, sabe?! Aí ela viajou para os Estados Unidos, eu precisei esperar ela voltar para dar fim nisso. Eu tentei não me envolver com você antes que ela voltasse, mas aquele dia na sua casa, nossa, parecia que o mundo não existia além da gente.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora