SINTONIA

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Boa noite, suas lindas. Alguém por aí? Chegamos na metade da nossa estória, queria dizer que sou imensamente grata por cada leitura, curtida e comentário e bora pra mais um!


Levei um tempo até me recuperar plenamente, Valentina e eu ficamos na cama de carinhos e beijos como sempre fazíamos, após uns minutos em um silêncio confortável enquanto ela estava de bruços ao meu lado na cama apoiada nos cotovelos.

- Amor, é? - falou referindo a maneira que eu a tinha chamado durante o sexo.

Senti meu rosto ficar quente, provavelmente estava corada, nós nunca tínhamos nos chamado assim, não que não houvesse verdade nas minhas palavras, a realidade é que eu nunca havia chamado ninguém assim e na hora eu mal lembrava o meu nome, então apenas escapou.

- E você, hein? Onde aprendeu isso tudo? Qualquer dia ainda me mata - desconversei.

- Onde eu aprendi? - ela riu ficando um pouco tímida também - Aprendi por aí - respondeu dando um beijo no meu ombro.

- Por aí?

- É, com algumas pessoas bem menos importantes do que você - respondeu me deixando sem palavras novamente.

A puxei delicadamente pelo rosto e dei início a um beijo delicado, repleto de carinho, como uma demonstração física dos nossos sentimentos.

- Valen, você é o meu amor - falei passando meu nariz no dela.

- Sou?

- Sim, você é o único amor que eu já tive.

- Você também é o meu amor.

- Não esquece disso, tá bom? Não importa o que aconteça, o que nós temos é real.

- Porque você está dizendo isso?

- Porque eu não quero que você esqueça nunca que eu amo você. Promete?

- Prometo. Eu também amo você - sorri enquanto fazia carinho no seu rosto e a puxei para se aconchegar em mim.

Adormecemos abraçadas, o dia havia nos cansado bastante, então não levou muito tempo. Acordei sentindo o balanço do barco na água, Valentina ainda dormia ressonando. Levantei devagar para não acordá-la, vesti a camiseta de ontem junto com uma calcinha e um short que peguei na mochila, olhei pela janela próxima a porta que estava fechada, era possível ver que o tempo tinha virado. O céu estava nublado, as nuvens carregadas anunciavam que provavelmente a chuva viria. Abri uma fresta da porta e sai na parte externa, fui até em cima e sentei para admirar a paisagem mais um pouco, mesmo com o tempo cinza era lindo.

Naquele momento, com o silêncio absoluto com exceção do vento, dos pássaros e do barulho do mar, consegui permitir-me sentir grata pelo meu aniversário, a comemoração ser com alguém tão especial que foi afastada de mim. Refleti por alguns minutos se a ideia de um destino que uniria duas pessoas realmente poderia existir, eu sempre fui uma pessoa cética, mas como duvidar? Foi graças a todas as circunstâncias que nós nos aproximamos, mas a que preço? Será que o que nos aproximou seria justamente o que nos afastaria? Na realidade só me restava acreditar que o destino não faria isso comigo, me colocar aqui de novo e retirar. É desesperador ter apenas algo abstrato para acreditar, mas resolvi me apegar a isso.

- Luu? - a ouvi me chamando.

- Ooi, amor, aqui em cima - respondi.

Ela logo surgiu no meu campo de visão, toda enrolada em uma manta com cara emburrada.

- Senta aqui comigo - convidei.

- Você não está com frio? - perguntou sentando nas minhas costas, passou as pernas e braços com a manta em volta do meu corpo.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora