ME FAZ ESQUECER

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Bom dia, suas lindas, como estamos? Terça-feira com surtos leves e tênis, pra cima que vai dar certo, até porque errado já deu né!! Esperamos que gostem.





Acordei num pulo no dia seguinte ao perceber que tinha esquecido de colocar o despertador. Era passado das 15 horas e tinha várias mensagens da Valentina perguntando que horas eu ia fazer o trabalho, se estava tudo bem, se eu estava brava com ela, puta merda.

Abri a conversa da Valentina no WhatsApp.

"Oi, eu dormi demais, perdi a hora, me desculpa" respondi.

"Oi, Lu, que susto, achei que você está brava comigo"

"Você não me deu nenhum motivo, eu vou me arrumar e estou indo aí"

"Tá bom"

Levantei apressada, tomei banho, coloquei uma roupa simples, comi literalmente qualquer coisa e pedi um uber para a casa dos Albuquerque. O lugarzinho longe, pensava durante o trajeto.

Cheguei e andei com pressa até a entrada, bati na porta e aguardei Valentina abrir como ela fazia todos os sábados. Para a minha surpresa, a minha mãe abriu a porta para mim.

-Oi, filha, achei que vinha mais cedo - disse dando espaço para que eu entrasse.

-Acabei perdendo a hora - comentei - A Valentina não está? - perguntei confusa.

-Está no quarto, vai lá e juízo, hein.

-Tá bom.

Caminhei pelo corredor do segundo andar até a porta do quarto dela, a porta estava aberta, entrei e percebi que estava vazio, ela devia estar no banheiro.

A luminária sobre a escrivaninha estava acesa, com alguns lápis espalhados e um desenho que aparentemente estava em produção. Me aproximei por curiosidade para ver o que ela estava desenhando.

Minha boca abriu quando eu vislumbrei o desenho, ela estava me desenhando, peguei o papel analisando o desenho, era uma imagem de mim, dormindo, sem roupa.

Ela saiu do banheiro e se surpreendeu com a minha presença.

-É sério isso, Valentina? - mostrei o desenho - Fecha a porta - pedi.

-Lu, desculpa - ela falou fechando a porta e se voltando para mim - Eu ia jogar fora, eu só não conseguia te tirar da cabeça e fui desenhar para espairecer, mas eu não conseguia pensar em outra coisa, me desculpa - ela fala rápido atropelando as palavras, percebi que ela tinha entendido errado.

-Não, espera, não é isso. O desenho está perfeito, eu não me importo que você faça, desculpa, eu me expressei mal, é que a porta estava aberta e a minha mãe poderia ver, só isso. Tem que tomar mais cuidado - expliquei vendo ela ficar aliviada.

-Ah, isso, sim. Você não se importa?

-Claro que não, está perfeito. Só que estamos dando muito mole. Eu não sei mais o que estamos fazendo, mas o fato é que estamos nos colocando num risco muito grande.

Ela suspirou e sentou na beira da cama reflexiva.

-Eu sei, era mais fácil quando a gente se odiava.

-Mas não é possível que a gente não consiga limitar a nossa relação - falei sentando na cadeira.

-A gente tem que conseguir, eu não sei o que me deu ontem, a verdade é que eu fiquei em cima de você porque estava morrendo de medo de você ficar com outra.

Segundas IntençõesOnde histórias criam vida. Descubra agora