Capítulo Vinte e Três: Não devia estar acordada, meu amor

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Eu senti sua presença antes mesmo de abrir os olhos

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Eu senti sua presença antes mesmo de abrir os olhos. Mesmo que eu tenha tentado, eu realmente não consegui dormir depois que Amon saiu do quarto. E por mais que ele tenha dito que eu poderia ficar tranquila, eu sabia que se ele tinha que ir no meio da noite era por que algo estava bem errado.

Acendo a luz do abajur logo quando vejo ele atravessar a porta. Quando o brilho da luz preenche o quarto, vejo que seu semblante está tenso e ódio brilha em seus olhos.

Então foi algo muito ruim. Definitivamente.

— Não devia estar acordada, meu amor. — ele diz deixando meu coração cambaleante todas as vezes que me chama assim.

Eu me sento na cama, agora estando mais acordada do que nunca, e digo sem conseguir esconder minha preocupação:

— O que houve? Você está tenso.

Ele se aproxima mais da cama, mas parecendo ansioso demais para se sentar, ele fica de pé a minha frente e fala:

— Acabei de discutir com Dionísio, e digamos que as coisas saíram do controle.

Como assim? Por que eles dois discutiriam? E como assim "saíram do controle"?

— Amon, vem aqui. — digo batendo minha mão delicadamente contra o espaço no colchão a minha frente.

Vejo o momento em que ele reflete se deveria ir ou não. Mas ele vai, e se senta exatamente onde eu pedi.

Eu tiro o edredom de meu colo, e dou pequenas batidas na minha coxa para Amon, que logo entende o recado e deita sua cabeça na mesma, eu sabia que ele adorava isso e que poderia ajudar a acalmá-lo. Então, fazendo carinho em seu cabelo, digo calmamente:

— Me conta, o que houve?

Ele respira e se aconchega mais, ficando de lado em cima de seu braço direito, e abraçando minha cintura no movimento.

— Nosso plano com Pantera deu certo, mas deu tão certo que Apolo está puto e ameaçou a todos nós de morte. Havia fotos precisas de muitos Págamo, de meus irmãos, minha cunhada, minha mãe, meu sobrinho. — ele diz com a voz falhando — Tinha uma foto... sua.

Sinto um tipo de ansiedade, ou pânico, ou sei lá, dentro de mim nesse momento. Era bom que eles tivessem conseguido o tal Pantera, mas eu não ficava feliz em saber que todos quem eu amo estavam sendo ameaçados de morte. E sinceramente, a preocupação comigo mesma era a que menos importava.

— Nem sei o que dizer. Precisamos arrumar um jeito de proteger a todos.

Ele se vira mais um pouco, me dando visão de seus olhos que estavam sombrios nesse momento, e sua voz era um sussurro quando ele diz:

— Eu não preciso proteger a todos, mas eu preciso desesperadamente proteger você.

Eu sabia que isso não era totalmente verdade, afinal, ele amava muito sua família e ele nunca ficaria confortável em deixar a todos expostos dessa maneira. Mas fico emocionada de qualquer maneira ao ver o fervor em seus olhos ao falar de mim.

Mia Bella, SurpresaOnde histórias criam vida. Descubra agora