Tensão instalada.

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(..) POV: ROMERO.

No momento em que abri meus olhos, uma forte dor de cabeça me atingiu, como se estivesse perfeitamente programada para se iniciar, quando eu despertasse.

Me sentei na cama, mantendo uma das mãos contra a testa, numa falha tentativa de aliviar o desconforto que eu sentia.

Então as memórias da noite passada vieram e me perguntei, como eu havia parado no quarto? Definitivamente não lembrava de ter ido parar ali, minha última lembrança foi capotar no sofá do escritório e nada mais.

Fiquei mais em dúvida ainda por perceber que eu não usava nada, além de uma cueca.. O que tinha acontecido?

Notei a presença de Atena, assim que ela adentrou ao cômodo, me olhando com um olhar que eu pouco poderia decifrar.

- Oi.. Nós? Eu..? — Me atrapalhei por não saber como perguntar e ela pareceu entender.

- Você quer saber se a gente transou? — Arqueou uma das sobrancelhas.

Apenas movi a cabeça em concordância, pois a cada palavra, minha cabeça latejava.

- Você não lembra de nada? — Ela parecia esperar por uma resposta. - Imaginei..

- Só me lembro de ter dormido no sofá.

- Você dormiu, mas no meio da noite eu fui no escritório e você acordou, começou a passar mal e te trouxe pro quarto, depois de um banho. — Percebi que evitou o contato visual, enquanto me explicava.

Ela havia ido ao escritório no meio da noite, ela tinha ido me ver ou tinha a esperança de algo mais?

Eu não saberia, mas se estávamos conversando normalmente, então talvez existisse algum ponto a favor.

- Sinto muito. — Falei envergonhado.

Na realidade, aquilo significava mais do que a simples vergonha de ter passado mal, ia muito além. Significava também que eu sentia por ter a magoado daquela maneira, mais uma vez.

- Tá tudo bem. — Se sentou na ponta da cama. - Se sente melhor pelo menos?

- Minha cabeça tá me matando, acho que preciso de algum remédio.

- Não se preocupe, eu pego um pra você. — Voltou a ficar de pé e foi a procura de onde ficava os remédios ali no quarto, em uma gaveta qualquer.

- Atena.. — A chamei e não obtive resposta de imediato.

Ela retornou até a mim, agora com o remédio em mãos e fez menção para que eu pegasse a garrafa de água ao lado e bebesse.

Resolvi obedecer e antes que ela pudesse sair de perto novamente, segurei delicadamente pelo seu pulso.

- Obrigada, tá?

Ela suspirou, agora se rendendo e buscando me olhar também. Aquela situação me partia o coração.

- Eu sempre vou querer cuidar de você, seja lá o que esteja acontecendo.

- Vem cá, senta aqui.. — Pedi, receoso de levar um não.

Mas ela resolveu ceder e se sentou, agora eu tocava sua mão e acariciava de leve. Seu olhar desceu para o contato que estava acontecendo e eu tomei coragem de desabafar.

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