Paz alcançada.

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Romero achava que o simples fato de ter Atena de volta para sua vida, era motivo de se sentir completo, mas olhando aquela cena, onde ele estava de frente para um fruto do amor dos dois, agora sim o sentimento era mil vezes maior.

- Eu posso te dar um abraço? — Ele perguntou, com a voz meio embargada de choro.

O garotinho que não tirava os olhos dele, mexeu a cabeça em concordância e estendeu os bracinhos em sua direção. Atena sorriu, sentindo lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. Normalmente ele era tímido e retraído, mas aceitou tão bem a ideia de ser abraçado por Romero.

O mais velho então o abraçou, sentindo seu peito arder de facilidade, certamente jamais iria esquecer aquele momento. Era inexplicável os sentimentos que lhe preenchiam, como era possível ele amar tanto alguém que tinha descoberto sobre sua existência em poucos dias?

- Papai, você está me apertando.. — Ele falou baixinho e com uma voz engraçada, fazendo Romero se afastar brevemente.

- Oh, me desculpa por isso. — Levou uma das mãos até seu próprio rosto, limpando as lágrimas.

Só então ele percebeu que havia acabado de ser chamado de pai.. Paralisou levantando o olhar de volta para o garotinho.

- Você me chamou de papai? — Um sorriso brotou em seus lábios.

- Sim..

Atena negou com a cabeça, sorrindo feito boba ao continuar admirando aquela cena que seria memorável para os três.

POV ROMERO.

Eu sabia, no momento em que meus olhos bateram naquele menino.. Eu sabia que ele me lembrava alguém, só não poderia imaginar que esse alguém era eu mesmo. Tentei ignorar os pensamentos que me invadiam, quando tivemos nosso primeiro diálogo, afinal, achava que era uma criança qualquer.. Mas ele era meu filho, existia sangue meu percorrendo em seu corpo.

Quando a ficha caiu, eu pude perceber tudo e ir encaixando as peças no quebra cabeça, Atena tinha razão, ele se parecia comigo, só não sabia se na personalidade também.

- Você quer conhecer seu quarto? — Perguntei animado, eu estava ansioso para ver sua reação.

- Eu tenho um quarto?

Assenti em concordância e fiquei de pé, lhe estendi a mão e não demorou muito para que sentisse a sua mãozinha se encaixar na minha, era tão pequena que até quase se perdia.

O guiei até o andar de cima, ouvia os passos dos saltos de Atena, anunciando que ela estava logo atrás da gente.

Paramos em frente a uma porta branca, coloquei minha mão livre na maçaneta e então abri, te deixando a vontade a partir dali para mexer e olhar tudo, afinal, agora o pertencia.

O garotinho entrou correndo no quarto, eu e Atena ficamos parados na porta, a abracei de lado e senti sua cabeça encostar em meu ombro, não precisava olhar em seu rosto, para saber que estava com um sorriso lindo em seus lábios.

O pequeno Romero tinha um olhar curioso e como esperado ele foi primeiro nos brinquedos, talvez até tivesse ficado perdido, pois tinha vários por ali.

As paredes, móveis e outros detalhes do quarto eram em tons de azul marinho, branco e cinza. Havia uma cama espaçosa o suficiente para ele dormir e se caso não quisesse ficar sozinho, tinha espaço para mais alguém também.

- Obrigada.. — Escutei o sussurro de Atena.

- Pelo que? — Eu já podia imaginar, mas ela não precisava agradecer.

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