Atalho para a eternidade.

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POV ATENA.

Hoje era dia dos pais e eu havia comentado com Romero, que fazer um almoço em família, seria uma ótima forma de comemorar. Ele parecia empolgado, na verdade desde o ocorrido que eu o via com outro brilho, como se soubesse que daqui pra frente tudo ia melhorar, era o que todos nós queríamos.

Após aquela trágica noite, na maioria das noites desde então, eu tinha a presença de pesadelos e Romero estava sempre ali para me ajudar, principalmente me acalmar. Era sempre a mesma cena, Zé Maria apontava uma arma para mim e disparava, eu caia ao chão e sangrava até a morte. Não tinha entrado em detalhes de nada com Romero, sabia que ele iria se preocupar e também não havia lhe dito exatamente como tudo aconteceu naquele dia, ainda não me sentia pronta.

Não sabia se Dante tinha comentado algo, se tivesse, ele não havia sequer dado indícios de que sabia que eu tinha matado seu grande inimigo.

Eu estava deitada na cama, sentindo-me sonolenta o suficiente para pensar se seria uma boa ideia tirar um cochilo. A noite havia sido agitada, entre pesadelos e um mal estar terrível, mas de alguma forma, tudo se tornava um pouco mais fácil, agora que Romero sabia do que se tratava. Sem dúvidas, aquele seria um dia dos pais e tanto!

- Onde está minha mulher? — Escutei ele perguntar e abri meus olhos.

- Estou aqui. — Respondi e fiquei esperando que aparecesse em meu campo de visão.

- Está se sentindo bem? — Deduzi que ele tinha perguntado aquilo por me ver deitada.

- Estou sim, só com sono mesmo. — Falei aquilo e acabei bocejando.

- Deveria descansar um pouco, quando todos chegarem eu subo aqui e venho te chamar! — Veio se aproximando e se inclinou, deixando um beijinho em minha testa.

- Tem certeza que não é um problema? Você pode precisar de ajuda e.. — Fui interrompida.

- Prefiro que minha mulher descanse um pouco e tenha disposição para o almoço, lembre-se que são três corações agora, não só um. — Ele sorriu, me lembrando do fato de que agora éramos pais de gêmeos.

- Estou ansiosa para descobri o que são. — Confessei, agora levando uma mão até minha barriga e acariciando.

Romero acabou tomando liberdade e colocou sua mão por cima da minha, nos encaramos profundamente e sorrisos foram expostos.

- Eu também, mas se for duas meninas eu estou ferrado! — Fez uma caretinha.

- Você já está, Djanira não parece que vai querer ceder seus estímulos para namorar só depois dos cinquenta anos, ninguém cederia. — Falei aquilo rindo e ele revirou os olhos.

- Se for dois meninos, vai colocar ordem junto com nosso Romerinho.

- Ordem? Eu diria bagunça, né?

- Você entendeu.. — Ele riu e eu também.

- E se for um casalzinho? Uma cópia minha e tua! — Sorri ao imaginar.

- Vindo com saúde, é o que importa. — Se inclinou em minha direção mais uma vez, só que me deu um selinho. - Procure descansar.

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