Pegar ou largar.

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POV ROMERO.

Conforme as horas iam se passando, o nervoso apenas aumentava, sem nenhuma mais notícia sobre o meu filho. A policia achou melhor a gente se retirar da área e irmos todos para a delegacia, investigar melhor o caso.

Tive que ligar para casa e avisar a Graça que não iríamos voltar para almoçar, avisando também sobre o que estava acontecendo, sabia que ela se encarregaria de avisar a Ascânio.

Atena tinha um semblante triste e um olhar perdido, estava encostada sob o nosso carro com os braços cruzados.

A polícia estava com meu celular, pronta para gravar ou até mesmo rastrear qualquer chamada nova que eu recebesse daquele infeliz.

- Amor, porque não vamos comprar algo para você se alimentar? — Falei ao me aproximar dela. - Você precisa comer.

- Não tô com fome, a única coisa que eu penso no momento é encontrar o nosso filho.

- Eu sei, eu também, mas você já pensou que pra isso você vai ter que estar bem alimentada e forte? Ele vai querer receber um abraço daqueles.. — Tentei convencê-la.

Ela me olhou e negou com a cabeça, soltei um suspiro já bolando a próxima coisa que eu diria, mas fui surpreendido.

- Tá bom.. Compra alguma coisa, mas eu não vou sair daqui.

Se esse era o único jeito de fazê-la comer, eu não deixaria de lado.

- Tudo bem, eu já volto. — Deixei um beijo em sua testa e sai caminhando para longe.

Me informei com Dante algum lugar que vendesse boas marmitas e ele acabou indo junto comigo, pois também não havia comido nada.

Por sorte o local ficava ali por perto, de maneira que poderíamos ir até a pé e foi exatamente como fizemos.

Após fazer a compra, voltamos com uma certa urgência, pois uma ligação poderia acontecer a qualquer momento, não tínhamos controle de nada, pelo menos não até agora.

Consegui fazer Atena comer pelo menos metade do alimento que havia na marmita e comi o que sobrou, eu não sentia fome e a comida apesar de boa, entrou quase que empurrada.

- Você acha que eles seriam burros de ligar de onde estão? — Escutei sua pergunta e fiquei encarando o nada.

- Não sei, mas espero que sim.

- Eu acho que ele não daria um nó com ponta solta atoa, talvez existisse algo por trás.

- Tá dizendo que se isso acontecer é porque ele quer ser encontrado? — Arqueei minha sobrancelha.

- Talvez, eu não sei. Minha mente tá confusa e tentando achar mil soluções.

No momento em que ela terminou aquela frase, percebi uma movimentação ali por fora do carro e quando entendemos do que se tratava, saímos juntos correndo.

Era outra ligação.

Assim que entrei na sala, foram logo atendendo para que eu pudesse responder a chamada.

Dante fez sinal de silêncio para que Atena não falasse nada, sabendo do estado dela.

- Alô..

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