O outro lado da moeda.

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A viagem feita de volta para o Brasil, tinha uma duração média de onze a doze horas, enquanto isso Atena tentava deixar sua mente tranquila e se entreter dando atenção ao próprio filho. Romero tinha ficado com um pouco de medo de viajar de avião, mas logo se acalmou, por ter a presença de sua própria mãe ali.

Ascânio fez questão de ficar bem longe do acento deles, para que não fosse notado, ele pretendia também ficar no mesmo hotel, a razão daquilo tudo era descobrir o que Atena tramava e o porque de não lhe contar.

(...)

Tóia teria acabado de bater a porta do seu veículo, fechando e caminhando até a entrada da casa de Romero. Já estava na hora de buscar Djanira, que tinha pedido para passar mais um dia com o seu pai.

Olha só quem chegou, filha. — Romero se levantou do sofá, ao ver que a morena se fazia presente.

Djanira ao ver sua mãe, correu até ela, lhe abraçando e sorrindo animada, aquelas ações rapidamente foram correspondidas.

Já tá pronta? Vim te buscar. — Tóia avisou, acariciando os cabelos da menina que a olhava.

Djanira então correu, saindo do cômodo e os deixando a sós, provavelmente iria até seu quarto pegar suas coisas.

Então.. Como foi o dia de vocês? — Ela perguntou curiosa, não querendo que o silêncio ficasse presente por muito tempo.

Foi bom, fomos na praia e depois no shopping. — Coçou a nuca e dirigiu seu olhar até ela de novo.

Ela gosta de você, obrigada por ser um bom pai pra ela. — Tóia foi sincera em suas palavras, apesar do passado conturbado, ela tinha que confessar que Romero parecia outra pessoa.

Não precisa agradecer, só estou honrando com o meu papel! — Ele sorriu, como se agradecesse.

Ah, esqueci de te contar da novidade. — Fez uma breve pausa, para um suspense. — Sabe aquela italiana que eu te falei da outra vez? Que vivia tentando manter contato para que houvesse um encontro? — Finalizou a fala, esperando uma confirmação.

Romero puxou na memória aquela informação, rapidamente a tendo e concordou positivamente com a cabeça.

Então, ela respondeu um dos e-mails que eu mandei.. Está vindo para o Brasil! — Sorriu animada.

Sério? Que coisa boa, é importante para o hospital manter sempre essas pessoas próximas. — Disse olhando Djanira se aproximar com sua mochila nas costas.

É sim, quando a gente marcar o dia certinho, devia passar lá para conhecê-la também. — O convidou, enquanto estendia sua mão para Djanira segurar.

Claro, estou ansioso para saber de quem se trata a italiana misteriosa que ajuda o nosso hospital. — Confessou, apesar de que outras coisas vinha o deixando ainda mais ansioso que isso.

(...)

Um forte temporal caia lá fora, o que fez Dante ficar confuso quando escutou a campainha de sua casa tocar, ainda mais naquele horário. Se encaminhou de atender a porta e quando a abriu, visualizou a imagem do seu pai, segurando um guarda chuva e levemente molhado, mesmo assim.

Vem, entra. — Lhe deu espaço e assim que entrou, fechou a porta. — Ao que devo a honra da sua visita na chuva? — Se interessou, mesmo sabendo do que se tratava.

Eu normalmente escolheria colocar essa história a limpo amanhã, mas já esperei demais, eu realmente preciso de respostas. — A expressão facial de Romero entregava sua falta de paciência.

Tudo bem, o que você quer saber? — Se sentou no sofá e fez menção para que fizesse o mesmo.

O que aconteceu depois que eu apaguei no chão daquela casa? Porque eu nunca mais fiquei sabendo de alguma notícia da Atena? Certo que eu tinha perdido a memória, mas ela era pra tá aqui. — Ficava tenso só de imaginar as respostas que receberia.

Dante fez uma breve pausa, engolindo em seco e passando uma mão pela a outra, já tinha imaginado aquele diálogo tantas vezes em sua cabeça e agora que iria acontecer, não sabia ao certo o que dizer.

Quando eu cheguei naquele dia, não havia nenhum sinal de Atena ou aquele velho lá que andava colado em vocês. Então eu perguntei ao Juliano e ele me falou que eles pegaram uma mala cheia de dinheiro e meteram o pé dali! — Prestava atenção na reação do seu pai. — É só isso que eu sei e me revolta muito ela se dizer tão apaixonada, mas te largou no pior momento da sua vida. — Soltou de uma vez, deixando visível que não lhe agradava a situação.

Romero ficou calado, formulando em sua cabeça algo, com todas aquelas informações dadas, ele lembra do diálogo que tinha tido com ela antes de apagar totalmente.. Ela achava que ele estava morrendo.

Dante, a Atena não fugiu como você realmente acha... Quando eu levei o tiro, ela estava ali, baleou até outro cara pra tentar me defender. — A defenderia até o último segundo, pois pra ele nada fazia sentido. — Nós conversamos, fizemos tantas declarações, enquanto eu estava deitado naquele chão, coberto de sangue! Atena não fugiu da responsabilidade de me ter na vida dela, pelo contrário, achava que eu estava morto. — Parecia que enquanto ele falava aquilo, peça por peça ia se encaixando nos lugares certos.

Agora quem havia ficado calado era o moreno, passou tantos anos odiando Atena por aquele motivo e agora ter que ouvir aquela versão da história.. Por mais que fizesse sentido, ainda havia razão em mantê-lo longe dela.

Preciso de um favor seu. — Se arriscou.

Que favor? — Dante tinha até medo da resposta.

Me ajuda a localizar a Atena.. — Sua voz saiu firme, como se não aceitasse um não.

Pai, não posso fazer isso! Você sabe muito bem que se ela fosse encontrada, iria para de trás das grades e não para seus braços. — Aquilo atingiu Romero como um soco no estômago. — Se você a ama tanto, melhor esqueça-la.. Atena não faz mais parte da sua vida, você está vivendo uma nova agora. — Tentava insistir naquela ideia a todo custo.

Se Dante não estava disposto a ajudá-lo, ele teria que mover alguns pauzinhos para conseguir o que tanto queria e não desistiria tão fácil. Era Atena, a mulher que já tinha salvado sua vida tantas vezes e colocado a dela na linha de fogo, que não tinha desistido de poder viver com ele a história de amor mais louca de todas.

(...)

O avião acabava de pousar em solo Brasileiro, fazendo Atena dispertar de um sono profundo, havia dormido abraçada com seu filho, que ainda permanecia apagado. Sorriu admirando tal cena e com cuidado, se livrou do cinto de segurança quando já podia, estava na hora de sair do avião e infelizmente teria que acorda-lo.

Antes de conseguir sair do aeroporto para algum hotel, ainda se teve que resolver algumas burocracias básicas, estava exausta e não via a hora de poder tomar um bom banho, por sorte não demorou muito para pegar um Uber, onde obteve ajuda com suas malas.

Dentro do automóvel, Romero foi sentado em seu colo, percebia que o pequeno olhava admirado pela janela, observando o Rio de Janeiro com brilho nos olhos. Ela sorriu e fez carinho em seu cabelo escuro, fazendo com que ele se encostasse mais nela.

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Atena em solo brasileiro e um Romero disposto a encontrá-la... O que pode dar errado?

Estão curtindo?

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