Desacordo.

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POV ATENA.

Fui abrindo os meus olhos, tentando normalizar minha visão que estava ainda turva. Minha cabeça doía e meu estômago estava meio embrulhado, efeito talvez do cheiro forte que eu tinha sentido antes de perder os sentidos.

Percebi então que estava amarrada em uma maca e havia uma fita na minha boca, percorri os olhos pela sala e notei a presença de quem eu menos esperava ver, pelo menos não naquela noite.

- Tudo bem Ateninha, sentiu minha falta? — Zé Maria falou, totalmente sorridente.

Normalmente eu não ficaria com medo, mas eu não estava sozinha ali, tinha uma vida sendo gerada dentro de mim e eu tinha medo que ele tentasse algo que a colocasse em risco, mesmo que não soubesse.

- Ah perdão, quase me esqueci que você não pode falar com essa fita aí. — Riu e se aproximou, puxando a fita de uma vez, me causando desconforto.

- Seu nojento, o que você acha que vai ganhar me mantendo presa aqui? — Esbravejei.

- Olha só, fica muito mais bonitinha com a boca fechada, será que eu coloco isso aqui de volta? — Fez menção de voltar com a fita e eu revirei o rosto.

- Qual o sentido disso tudo?

- Se você não sabe ainda, não se preocupe que não vai demorar muito para descobrir.

Engoli em seco, me remexendo na maca, mas mudando de ideia na hora que aquilo começou a me doer.

- Como você entrou aqui sem ser visto? — Eu ainda estava perplexa por sua presença.

- Vou te confessar, foi muito mais fácil do que pensei, levando em consideração que hoje tá todo mundo mais entretido com essa festinha do que a segurança de todos. — Se afastou, pegando uma cadeira e trazendo para mais perto onde eu estava.

- Se eu fosse você não contava muito com a sorte, uma hora vão sentir minha falta!

- Quem não tá podendo contar com a sorte é você. — Se sentou na cadeira. - Acho ótimo se sentirem sua falta, enquanto isso vou ficar aqui, sentado pra não me cansar muito. — Zombou.

Revirei os olhos e mudei a direção do meu olhar, não aguentava nem ficar olhando para a cara daquele traste por muito tempo, era quase uma tortura.

Fiquei pensando e para meu azar, talvez demoraria a sentirem minha falta, já que eu tinha dito a Dante que iria preparar uma surpresa pra Romero, portanto, se eu demorasse não seria um problema significativo.

Minha única — Nem tão sorte assim — Era estar deitada, pois pelo nervosismo eu já teria desmaiado um montão de vezes.

POV ROMERO.

Observei por um momento, Atena conversando com Lara, que segurava nosso filho nos braços e o fazia rir constantemente.

Senti a mão de alguém no meu ombro e me virei, Dante abriu um sorriso e lhe cumprimentei.

- Eai meu filho, tá gostando?

- Esse tipo de festa não é muito minha praia, mas tá bem bacana sim.

- Você viu sua namorada com seu irmão? Ela parece levar jeito com crianças. — Apontei e ele então olhou.

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