Descanso temporário.

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POV ROMERO.

Já havia se passado uma semana, desde o tal ocorrido do sequestro do meu próprio filho. Eu e Atena decidimos mantê-lo em casa por tempo indeterminado, por medo que tentassem algo contra ele, para justamente nos atingir.

E sim, a polícia havia chegado um pouco atrasada naquele dia ou então Zé Maria havia sido inteligente até demais. Nunca saberemos.

Havia conseguido fugir novamente, só que acredito que pela correria e adrenalina, se esqueceu de levar com ele o tal dinheiro que Atena havia entregado, fazendo ele parar novamente nas mãos da polícia, o que era ótimo, só que preocupante.

Ele poderia muito bem arranjar uma forma de arrancar esse dinheiro da gente novamente, por isso estávamos atentos a qualquer sinal, mas tentando não ficar tão neuróticos assim.

Eu estava observando Ascânio e o meu filho brincarem no jardim, só que pela janela do meu escritório. Aquela cena cômica me acabava arrancando algumas risadas. O velho deixava ele lhe fazer de gato e sapato, mais um pouco e sua coluna nem funcionária mais.

Escutei leves batidas na porta e me virei para olhar, logo avisando a quem estivesse por trás, que poderia entrar.

Dona Graça então entrou, carregando com ela uma caneca, que no começo eu não soube identificar o que havia dentro.

- Senhor Romero, vim trazer um cafézinho pro senhor. Já que está em pé desde cedo e nesse escritório. — Ela sorriu amigavelmente.

Todos esses meses, morando sozinho naquela casa e vez ou outra, tendo a companhia de Dante.. Eu ao menos tinha acertado em cheio quando contratei Graça, ela era um amor e estava sempre se preocupando comigo, mas tomando cuidado em não ser invasiva.

Me arriscava em dizer que com ela, eu tinha conseguido entender o que era o amor e a preocupação de uma mãe.

- Muito obrigado, Graça! — Sorri para ela e me aproximei para pegar a caneca, recebendo orientações de que estava meio quente.

- Agora eu vou descer pra terminar o que eu estava fazendo, qualquer coisa o senhor sabe onde me chamar.

Movimentei minha cabeça em concordância, me encostando sob minha mesa e chegando a aproximar a tal caneca da minha boca, para tomar alguns goles do líquido escuro e pouco amargo.

Antes que a senhora alcançasse a porta, eu resolvi lhe chamar a atenção.

Ela se virou para me olhar mais uma vez e eu deixei um sorrisinho de canto transparecer.

- Me chame só de Romero, tá bom? — A lembrei, mesmo sabendo que ela acabava sempre optando pelo outro nome. - Quando me chama de senhor eu me sinto no dobro da idade. — Falei bem humorado, fazendo ela rir.

- Tá bom, Senh.. — Tratou logo de se corrigir. - Romero!

- Isso. — Ri e vi ela então saindo do meu escritório.

Voltei então a minha antiga posição, agora bebericando toda hora do café que ela tinha me trago, estava uma delícia e me ajudaria a despertar ainda mais.

Depois de alguns minutos, notei a presença de Atena entre os dois lá em baixo. O que me fez involuntariamente, esboçar um sorriso.

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