CAPÍTULO 2

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Todos os dias sigo a mesma rotina de sempre

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Todos os dias sigo a mesma rotina de sempre. Pela manhã, vou até a faculdade onde leciono psicopedagogia três vezes na semana e à tarde atendo em meu escritório, que fica próximo ao meu apartamento, só terminando já à noite. Chego em casa, tomo um banho, me alimento e me deito, pedindo a Deus que me faça dormir logo, a fim de dar um fim a mais um dia dessa vida que eu mesma cavei para mim.

Não me tiro por inocente diante de tudo que aconteceu comigo nos últimos anos, pois não fui.

Perdi o homem que mais amei - e acredito que ainda amo - por dar ouvidos a outros que nunca me trataram com dignidade. Nunca sequer me respeitaram como pessoa, mas foram essas que permiti que se metessem em meu casamento e deixei que destruíssem tudo que havia de melhor em minha vida.

Não resisti aos pedidos chorosos de minha irmã, que usava até as minhas sobrinhas, a fim de me manipular e conseguir de mim tudo que queria. E ela sempre conseguia. Isabel sempre se comportou como se nunca precisasse da ajuda de ninguém. Vivia desdenhando do que nossa mãe lhe fazia, manipulava para obter vantagens nas coisas mais simples de casa, além de me escravizar com as atividades domésticas como fazia.

Pietro sempre tentou abrir meus olhos acerca disso, mas achava que era implicância dele. Estava errada!

Quando ela conseguiu trabalhar na cantina da escola e passou ganhar seu próprio dinheiro, tudo ficou bem pior. Isabel se achava a verdadeira dona de tudo. Explorava a minha mãe, a mim e deixava que seu namorado dominasse tudo. E até a mim.

Quantos tapas em meu rosto eu recebi de Tomás sem qualquer merecimento ou motivo para que acontecesse. Como ele, de certo modo, nos sustentava, após a morte de meu pai, se achou dono de tudo e principalmente mim. Eu tinha muito medo dele. Era estranha a forma que falava comigo, que me tocava e me queria sempre por perto para me observar. Hoje eu entendo que sofria assédio dele, mas naquela época, pensava apenas que ele estava tentando ser o pai de todos.

E no dia em que Pietro me tirou de suas mãos, quando estava prestes a me bater por um motivo que até hoje não me lembro, senti que talvez ele fizesse até mais do que aquilo. Seus olhos intensos me diziam muitas coisas que na época, não conseguia perceber, mas que hoje eu sei. Não gosto nem de pensar.

Por fim, perdi meu único amor por não o entender. Pietro havia me proibido de ajudar a minha irmã, não por ser um homem ruim, mas por perceber que quem estava por trás de tudo era o nojento do Tomás. Ele havia se envolvido em jogos clandestinos e ficou devendo muito. Minha irmã perdeu a casa onde vivíamos, todas as coisas que tinha, pois ele usava como forma de pagamento. Minha mãe morreu desgostosa de tudo, mas isso também foi culpa dela, já que sempre defendia Isabel e Tomás. Pietro tentou me alertar muitas vezes, mas eu não o ouvia. Não queria ouvi-lo para não ter que acreditar.

Depois de adulta, formada em psicologia, após ter ajudado até mesmo minha cunhada a se encontrar em sua relação com Lorenzo, não consegui entender a mim mesma.

REGENERAÇÃO MARINO II (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora