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Após descobrir que sua história de vida não passava de uma grande mentira, além de se separar do amor de sua vida, Pietro Marino passa a levar uma vida completamente diferente da que tinha. Seus hábitos, desejos e atitudes se modificaram co...
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Deitada no quarto de hóspedes da casa de Lorenzo, não suportei o peso das palavras proferidas pelos dois irmãos Marinos e chorei como uma criança. Cada um, em sua própria razão, estão certos. Minhas escolhas acabaram causando um desconforto até mesmo entre Ana Luiza e seu marido. Vi o olhar dela para ele e, se a conheço bem, devem ter até brigado.
Eu não queria que isso acontecesse.
Acho que o pior disso tudo é que nem posso sair daqui por que eu não tenho para onde ir. E, como Lorenzo não me permitiu dar queixa, a fim de evitar a exposição de seu nome, Tony pode até ficar solto. E quem sabe, voltar para o apartamento que ainda tem algumas coisas dele.
Onde eu vou morar? Mesmo que eu consiga tirá-lo de lá, quele apartamento é caro demais e meu salário de professora da universidade não vai bancar tudo aquilo e não posso fazer empréstimos pois não tenho crédito com o banco. De fato, Tony me ajudava muito. Mais até do que eu imaginava.
Minha cabeça dói demais de tanto pensar em tudo que fiz e estou passando. Eu realmente estou num momento horrível da minha vida. Sinto que se eu morresse ninguém sentiria falta de mim.
Pietro está certo. Assim como minha psicóloga que disse que eu ajudei quem sequer se importa comigo. Eu deveria procurar Isabel e reinvindicar tudo que lhe dei. Chegou a hora de pegar de volta o que eu lhe emprestei e talvez eu consiga reaver o que era meu. Vou fazer isso.
- Com licença! - Hildinha fala da porta, entrando em seguida. - Vim trazer seu chá preferido. - Ela se aproxima de mim, entrega-me a xícara e se senta ao meu lado. - Como está se sentindo, meu bem?
- Eu estou muito mal, Hildinha. - Digo e ela me puxa para seu colo. - Perdi tudo. Pietro me deixou e Lorenzo me odeia.
- Lorenzo não te odeia, Lena. Ele odeia o fato de ver o irmão tão mudado por conta da situação em que vocês dois estavam. Não é fácil para ele saber que aquele que tinha gosto tão oposto ao dele, e que de certa forma era completo assim, está perdido em seu próprio tormento. - Argumenta, me fazendo apoiar a cabeça em seu ombro. - Ele só quer defender quem ama, Lena.
- Foi o que eu fiz e eles me repreenderam.
- Seja sincera consigo mesma! Sabe que suas palavras estão fora de contexto. Talvez tenha pensado que Isabel estava em perigo na primeira vez que ajudou, mas depois ela usou isso ao próprio favor, e pior, usando as filhas que ainda são pequenas. Foi covardia dela fazer isso contigo. - A mulher repreende-me.
- O que eu vou fazer da minha vida, Hildinha? Perdi tudo e todos que amava.
- Não fale isso, menina. Todos ainda amam você. - Consola, acariciando meus cabelos.
- O Pietro não! Eu precisava do amor dele para melhorar a minha vida, mas agora é de outra pessoa. - As palavras saem amargas de minha boca.
-Ele ainda ama você. Apenas, não mais como antes. - É sincera e isso machuca ainda mais. - Precisa seguir a sua vida, Helena.
