Nesses dias que seguiram, senti um incômodo muito grande, toda vez que chegava e saía de casa. Como se estivesse sendo vigiada por alguém. Não mais vi aquele carro que esteve em minha porta há algumas noites, já que Pietro disponibilizou um veículo, com um dos seguranças sendo o motorista, para o meu transporte e o de Fiorella, mas ainda assim senti como se alguém me observasse.
Na antiga casa de Maria, mora um casal com seus dois filhos. Um casal de crianças, que já vi brincando várias vezes em frente casa. Ambos aparentam ter a mesma idade de Fiorella. Minha pequena tem ficado um pouco melhor com o passar dos dias, mas sua maior motivação para melhora foi o fato de Pietro ter permitido sua ida à casa dele, a fim de deixá-la brincar com o pequeno Gabriel. Não deve estar sendo nada fácil para o bebê ter que viver com a ausência de sua mãe.
As meninas da boate foram transferidas para outras unidades, onde poderão voltar ao trabalho. Pelo que Eduarda falou, Pietro deixou claro que os programas seriam feitos apenas dentro do estabelecimento e que nenhuma delas tem autorização de sair, se por acaso isso acontecer, elas serão dispensadas, ficariam por conta própria e ele não mais se responsabilizaria pelo que viesse a acontecer.
O homem realmente está saturado de tudo.
Meu Pietro mudou bastante. E pior de tudo que tenho grande parcela de culpa nesta história. A gente nunca tem noção das atitudes erradas que tomamos até que a consequência delas aparecem. E o resultado do que fiz foi um homem amargurado, frio e agressivo. Pietro tem conseguido ser ofensivo até com palavras. Vi isso na última conversa que tivemos.
Se eu pudesse, faria alguma coisa para mudar a visão que hoje ele tem de mim. E por conta disso, decidi ir atrás de uma pessoa que talvez possa me ajudar a encontrar uma resposta para tantas perguntas suspensas. Acredito que se conseguir encontrar Maria, tudo irá se encaixar.
- Mamãe, a senhora vai ficar comigo lá na casa do tio Pietro? - Minha pequena, que agora não cessa de me chamar de mãe, pergunta.
- Eu não posso meu amor. - Digo e ela franze a testa. - Assim que o tio Luigi levar você, precisarei sair.
-Vai trabalhar hoje? É sábado, não é?
- É sim, meu bem! Hoje é sábado, mas não vou trabalhar não. Eu preciso ir a um lugar, mas não se preocupe. Quando voltar para casa, estarei aqui a sua espera. - Confirmo e ela sorri.
- Tudo bem! - Deixo um beijo em sua testa e volto a arrumar minha bolsa. Do lado de fora, ouço o barulho do carro de meu amigo se aproximando. Sigo até a porta e o recebo.
- Bom dia, meninas! - Cumprimenta, aproximando-se de mim, deixando um beijo em minha testa.
- Bom dia, Lu! - Respondo e ele me encara por um tempo. - Aconteceu alguma coisa?
- Nada! Apenas você me chamou como a Florzinha me chamava. - Diz e sorrio. É notório o carinho que sente pela memória de Lyz.
- Deve sentir muita falta dela, não é? - Pergunto, assim que ele se acomoda em uma das cadeiras da cozinha, onde minha pequena ainda termina seu café da manhã, mesmo já tendo passado das nove.
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REGENERAÇÃO MARINO II (Concluído)
Romance[+18] 🔞 Após descobrir que sua história de vida não passava de uma grande mentira, além de se separar do amor de sua vida, Pietro Marino passa a levar uma vida completamente diferente da que tinha. Seus hábitos, desejos e atitudes se modificaram co...