Tudo aconteceu tão rápido, tão de repente que mal consegui raciocinar. Quando o primeiro estouro se deu, ainda fiquei parado, pensando sobre o que seria, já que foi tão oco que nem parecia estar perto. Saí do carro e fui atrás dela, que havia saído do veículo há apenas dez minutos, mas quando ia atravessando a rua, outro estouro - agora um pouco mais forte - se deu, acabei sendo jogado num carro que estava parado em frente a boate.
Tudo foi um tumulto só.
Pessoas gritavam pelo medo, pânico e pavor. Corriam sem direção enquanto a fumaça tomava toda rua. Ergui-me e corri para dentro do local, mas fui impedido por alguns soldados que me forçaram a ficar no lugar.Mas eu só queria vê-la! A minha Lyz.
O fogo se alastrou por alguns estabelecimentos e vi muitas pessoas saindo em desespero. Inclusive da boate onde ela havia entrado, a fim de falar alguma coisa para Eduarda. Espero que era importante. Em poucos minutos, os bombeiros chegaram isolando a área. Novamente fui impedido de entrar, devido à instabilidade do local. A qualquer momento, uma nova explosão poderia acontecer.
Gritei, dando ordens para que tirassem minha mulher de lá. Meu filho chorava no colo de minha irmã, que estava com Hilda e Inácia ao seu lado, ajudando com as crianças. Estávamos a caminho do aeroporto onde minha esposa seguiria para a América, onde ficaria por alguns dias, até que resolvesse o problema pendente, mas por sua insistência e teimosia, pedindo para passar rapidamente aqui, pois precisava falar com Eduarda, desviei o caminho.
Eu deveria ter falado não! No entanto, Lyz andava muito ansiosa e preocupada ultimamente. Temia que mais uma menina se machucasse ou morresse como aconteceu com as outras. Fora que estava fazendo suas próprias investigações sobre as mortes que ocorreram e creio que sua insistência por vir aqui tenha alguma coisa a ver com isso.
Porra, eu deveria tê-la impedido.
Vi meu amigo sair do local auxiliado por alguns bombeiros, ferido na cabeça e no braço, assim como algumas outras mulheres, mas a minha mulher não saía. Irritado, soquei um dos seguranças que me mantinha distante, além de um dos bombeiros que tentou me impedir. Foda-se todos, eu só queria ver a minha mulher.
Segui para dentro sob protestos de alguns, pois via que o fogo não cessava, nem mesmo com as muitas mangueiras estendidas em sua direção. Com a quantidade de bebidas alcoólicas da boate e tudo que tem no estoque, não demoraria para mais uma queimada acontecer. E não queríamos isso.
Quando finalmente cheguei à porta do estabelecimento, quatro homens do corpo de bombeiros trazia uma maca com uma mulher presa nela, coberta por um tipo de manta metálica e uma máscara de oxigênio no rosto. Era a minha mulher, cuja cabeça estava ensanguentada, assim como seu rosto. Paralisei com a imagem a minha frente e sei que nunca vou esquecer o que vi.
(...)
- Quero alguma notícia da minha esposa, porra! - Vocifero, andando de um lado para outro no corredor do hospital da organização, onde estou há três dias.
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REGENERAÇÃO MARINO II (Concluído)
Romance[+18] 🔞 Após descobrir que sua história de vida não passava de uma grande mentira, além de se separar do amor de sua vida, Pietro Marino passa a levar uma vida completamente diferente da que tinha. Seus hábitos, desejos e atitudes se modificaram co...