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Após descobrir que sua história de vida não passava de uma grande mentira, além de se separar do amor de sua vida, Pietro Marino passa a levar uma vida completamente diferente da que tinha. Seus hábitos, desejos e atitudes se modificaram co...
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Definitivamente perdi Pietro. Eu ainda tinha esperança de que ele me escolhesse e me quisesse de volta. Iríamos retomar ao ponto que paramos, casaríamos novamente e formaríamos a família que meu Pietro tanto sonhou. Entretanto, tive que assisti-lo viver tudo isso com uma pessoa que soube cuidar melhor dele do que eu e que entendeu que numa relação há a vontade de duas pessoas e não somente de uma.
Eu realmente preciso dar um jeito em minha vida.
Nesses meses que se passaram, foquei na busca da minha paz interior. Isolei-me a princípio, mal saí de casa, mas mantive minhas consultas com a doutora Alonso, a fim de não sucumbir a solidão que vinha me atormentar toda noite. Fiquei mal! Chorei horrores! Mas me agarrava à esperança de poder voltar a viver outra vez.
Com o passar dos dias e das semanas, mais distante ainda eu ficava do sonho que todas as noites vinha para me tirar o sono e que se repetia muito ultimamente. Eu e Pietro juntos, caminhando à beira de um lago de mãos dadas, com nosso filho em seu colo. Sorríamos por algo que nosso filho fazia e estávamos felizes. Agora tudo se foi! Não será eu nesta cena.
Preciso seguir adiante. Pensar em recuperar o respeito que tinha por mim mesma e pelas pessoas que eram próximas de mim. No final, voltar para Portugal me deu a chance de começar tudo novamente.
Voltei a trabalhar de forma on-line e até passei a ter companhia já que uma das poucas amizades que fiz quando adolescente, ainda mora no mesmo lugar que antes.
Ana Maria, que estudava na mesma escola que eu, tem uma filha e mora na mesma casa de sua adolescência. Não tem marido e sua mãe faleceu há dois anos. Ela trabalha numa mercearia no mesmo bairro em que moramos e sua filha fica quase o dia todo na creche local. Leva uma vida bem corrida e difícil como hoje levo.
Penso que eu não tinha qualquer necessidade de passar por isso. Tinha minha independência, meu emprego, uma família e hoje me sinto jogada. Nem mesmo minha amiga Analu me procurou mais. Falamos raramente ao telefone e sempre relacionado a mim. Ela sequer fala sobre Pietro e sua vida com Lyz.
Ana Maria tem me feito companhia e a recíproca é verdadeira. Gosto de passar tempo com ela e sua filha Ana Carolina, de seis anos, e elas têm me ajudado a suportar os dias. Ela sabe um pouco do meu drama e desabafar sobre como me sinto me fez bem. Ficou mais fácil suportar tudo.
- Alguma novidade?
- Soube por um conhecido comum nosso que o filho dele nasceu. Mas, parece que a Lyz não está muito bem, pois ficou em coma. - Respondo.
Na verdade, um dos seguranças da época em que Pietro e eu estávamos casados, e que ainda trabalha lá, me contou sobre ele. Após descobrir que alguns carros trocaram tiros na avenida principal da cidade, tive certeza de que era relacionado ao homem que amo e me preocupei. Respirei fundo quando soube que meu ex-marido estava bem e livre de perigo.
