CAPÍTULO 29

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O vento gélido da tarde de inverno corta meu rosto de forma que me faz puxar o ar, enchendo meus pulmões, expirando em seguida em alívio

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O vento gélido da tarde de inverno corta meu rosto de forma que me faz puxar o ar, enchendo meus pulmões, expirando em seguida em alívio. E eu tenho buscado isso ultimamente. Alívio para minha mente, minha alma. Essas semanas que seguiram procurei olhar para dentro de mim, a fim de me reencontrar com aquela Helena que um dia eu fui. E graças a Deus tenho conseguido fazer isso.

E toda essa conquista se deve ao fato de ter as duas pessoas que mais tem me incentivado a ser melhor ao meu lado: Leonardo e Fiorella.

Se há alguns meses me contassem que viveria o que estou vivendo hoje, não acreditaria. Virei uma mãe sem nunca ter engravidado e passado por aquelas experiências todas. Nunca tive aversão a crianças, não mesmo, tanto que sempre gostei de estar a parte do que acontecia com minhas sobrinhas, e hoje a tenho para mim. A questão é que eu era deveras imatura e achava que o certo era viver o que minha idade condizia. Estudar, trabalhar, casar e curtir o máximo que pudesse eram as metas da minha vida. Não cabia um filho.

Entretanto, minha prepotência me impedia de olhar aquele que já havia me dado tudo que queria para mim. É assim que vi os quase seis anos que vivi com Pietro. Ele fazendo tudo por mim, realizando meus sonhos e projetos que surgiam e seu único desejo, que era ter um filho, deixado de lado. Fui egoísta.

A vida tem formas de nos ensinar que são bastante impactantes. Tive que assistir o homem que achava ser único em minha vida, sendo feliz com uma pessoa que se preocupou mais em dar do que receber. É assim que vejo o que Pietro vive hoje com a Lyz.

Por sorte, ou por questão de destino, a vida sempre nos dá uma chance de fazer diferente, de viver tudo novo e renovar nossa mente e intenções. Hoje me vejo capaz de fazer tudo por minha Fiorella, não importando muito com minhas vontades. Hoje, preocupo-me muito com o que o Léo quer e se o que eu quero combina com seus desejos. Isso não tem a ver com submissão, mas sim com gratidão por ter me aceitado numa fase em que poderia afastar qualquer um por todos os problemas que me cercavam. Mas não o Leonardo. Ele decidiu ficar!

Por isso, após dias pensativa e analista de toda minha trajetória até aqui, tomei uma atitude que deveria ter tomado há tempos. Preciso tirar esse nó em minha garganta e o peso da culpa que trago. Embora não divida isso com ninguém além do Léo e da doutora Alonso, acho que preciso fazer. Pelo menos, por mim mesma.

- Olá Lyz! - Saúdo a mulher que se aproxima de mim, empurrando seu carrinho, onde a herança de Pietro dorme tranquila. Ao seu redor, dois homens que sei serem seus seguranças particulares e ainda há mais alguns em nosso redor. Isso é muito a cara do meu ex-marido.

- Oi, Helena! - Diz, parecendo apreensiva. - Aconteceu alguma coisa com a Fiorella? Está tudo bem? - Como já havia passado pela minha cabeça, cogitei que pensasse estar acontecendo alguma coisa com minha sobrinha. Não é segredo que Lyz é apaixonada por ela.

- Não, está tudo bem com ela. Eu é que queria conversar com você um pouco. Ia ligar, mas achei que seria invasivo demais, por isso pedi que Luigi lhe falasse sobre esse encontro. Espero não ter atrapalhado em nada.

REGENERAÇÃO MARINO II (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora