Finalmente o dia mais esperado chegou: sábado! Praia Hermosa, ai vamos nós!
Acordamos cedo, por volta de umas seis da manhã, para garantir que não chegaríamos tão em cima do almoço, mesmo sabendo que é menos de uma hora de viagem até lá.
Peter passou esses dois últimos dias lá em casa, nos permitindo mais tempo juntos. Tenho apenas uma semana de liberdade, as aulas daqui a pouco começam, e a vida vai ficar mais difícil.
Stella esteve atrás de Peter por mais duas vezes após aquele dia. Nas duas vezes, quem atendeu foi eu, provando como não tenho sorte nenhuma em relação a isso.
Minha mãe ficou chateada com Stella depois que contei o que ela havia dito. Ela jamais esperou uma coisa dessas.
Resolvi não pensar nela durante esses dois dias que ficaremos na praia, esquecer todos os problemas seria uma tarefa difícil, mas não impossível.
- Chegamos! - papai exclama cantarolando.
- Finalmente! - digo, suspirando exausta.
Peter foi atrás comigo, guiando o caminho para meu pai o tempo inteiro, me causando tédio, seria muito mais vantajoso se ele tivesse sentado na frente.
Todos saíram do carro, o barulho do mar nos meus ouvidos relaxou-me. Analisei todo o ambiente, havia algumas crianças brincando na areia fofa e alguns casais tomando sol, Peter estava certo quando disse que esse seria o lugar ideal para relaxar.
Fui até o porta malas, papai entregou minhas coisas e aguardei por Peter, já que a chave estava com ele.
- Esse lugar é lindo! - mamãe elogia observando a praia.
Finalmente Peter pegou sua mala e foi em direção a casa, o segui. A casa era linda - já esperava isso por ser de Peter - dois andares, grande, elegante, porém não tão extravagante. Totalmente branca, e a porta e janelas continham detalhes azuis bebê; na parte da frente, havia uma pequena varanda, com uma rede perfeita para relaxar no fim de tarde.
Peter abriu a porta e nós entramos.
- O que achou? – ele indaga.
- Perfeita! - respondo ainda mais impressionada com a parte de dentro.
A casa era muito bem iluminada pelo sol devido as grandes janelas da frente. A sala era o primeiro ambiente que conseguíamos ver, nela tinham dois sofás brancos, uma poltrona, mesinha de centro e uma televisão. A escada ficava bem de frente para porta, como em minha casa.
- Não estou tão surpresa, não tem uma casa sua que não seja linda.
- Você não viu todas... - Peter diz, colocando as malas em que ele carregava no canto perto da porta.
- Tem mais? - Pergunto.
- Sim! - ele responde, agora olhando para mim.
- Quantas? - interrogo.
- Tirando as que eu já lhe mostrei, tenho mais quatro, uma delas no Canadá.
- Nossa... - digo com uma expressão impressionada.
- O que foi? - Peter pergunta confuso.
- Pra que tanta casa? Não tem como morar em todas ao mesmo tempo. - digo.
- O bom é que eu posso fazer ocasiões como esta sempre que eu quiser... - ele tenta explicar. - Posso escolher onde passar as férias.
- Por que não pode ser como alguém normal e ter no máximo duas? - propus.
- Para de implicar com o número de casas que tenho! - ele diz rindo e se aproximado para um beijo.
- Katherine me ajude aqui! - a voz de minha mãe nos fez afastar um do outro com um susto, e logo em seguida ela entra na casa tentando carregar duas malas ao mesmo tempo.
- Mamãe! Você não pode fazer esforço. - exclamei, puxando as malas da mão dela.
- Pois saiba que quando eu estava grávida de você, carreguei muito mais peso que isso.
- É, mas não é recomendado então deixe que eu e Peter cuidamos disso. - arriei as malas no chão.
- Temos quatro quartos na casa, um deles é suíte, então esse fica para você e Simon. - Peter informa mamãe.
- Claro que não! A casa é sua, Peter... - mamãe discorda.
- Não se preocupe com isso, eu já tenho o meu quarto, já tem coisas minhas nele.
- Mamãe, não seja modesta! - brinco.
- Katherine! - ela diz com uma expressão de "cala a boca".
- Onde eu coloco minhas malas? - papai entra com suas coisas.
- Segundo andar, primeira porta à direita. - Peter responde indicando com a mão o trajeto que papai teria que fazer.
- E eu? - pergunto.
- Eu levo vocês até o quarto. - Peter diz por último, pegou as malas da minha mãe e começou a subir as escadas, meu pai foi logo em seguida.
Chegamos no segundo andar, havia um pequeno corredor no lado direito, com duas portas; e outro com três.
- Simon o Isabel, esse é o quarto onde ficaram! - Peter abre a porta para meus pais e eles entram.
- Nossa! Ele é enorme! - mamãe exclama impressionada. - Eu adorei!
- Eu poderia morar nele sem problema nenhum! - papai brinca.
- Fiquem à vontade! - Peter diz, e logo em seguida fecha a porta, deixando nós dois sozinhos no corredor. - Venha Katherine, mostrarei seu quarto!
Ele sorri maliciosamente e eu solto uma risadinha baixa. Caminhamos para o outro lado, até a última porta do corredor.
- Aqui é onde você dormirá... - ele abre a porta - Quando não estiver na minha cama, é claro.
- Cala a boca! - dou um tapa em seu braço em um sinal para que ele falasse mais baixo.
Entro no ambiente bastante iluminado pelo sol. No centro havia uma cama de casal com colcha branca e uns quatro travesseiros. No canto direito, perto da janela, continha uma penteadeira, com um grande espelho redondo na parede, e do lado esquerdo, o guarda roupa da cor branca com pequenos detalhes vermelhos. Posso dizer que seria o quarto perfeito para uma garota da minha idade.
- Obrigada! - exclamo, colocando minhas malas no canto.
Sou surpreendida com um beijo de Peter, e por impulso, me afastei.
- Você está louco? - pergunto cochichando, mas em um tom de "bronca" - Se meus pais aparecem aqui estamos ferrados.
- Seus pais estão arrumando as malas no outro quarto. Será que pode relaxar um pouco? - Peter propôs.
- Você está muito afobadinho hoje! - ri, me aproximando dele novamente, dando-lhe um beijo rápido e logo me afasto novamente.
- Só quero aproveitar um pouco o tempo com você. - ele sorri.
- Mais tarde, agora é um pouco arriscado demais.
- Peter, como liga a televisão do quarto? - a voz de papai surge, já vi que vai ser difícil conseguir ficar sozinha com Peter por muito tempo.
- Eu disse! - cochicho ainda mais baixo, Peter bufa e sai do quarto.
Eu pensei que ficando aqui esse fim de semana, conseguiria relaxar e curtir o tempo com Peter, mas agora que estou aqui, me dei conta de que vai ser mais difícil do que pensei. É impossível ficar mais de cinco minutos com ele sem meus pais interromperem. Espero que mais tarde eu consiga.
Peguei minha primeira mala e a coloquei na cama, retirei apenas o essencial, até porque não adianta eu tirar tudo sendo que ficarei apenas até segunda-feira de manhã.
Peguei meu celular que estava no bolso do short e abri a mensagem de Milla.
"Mantenha eu e Carie informada. Mais tarde conto como foi ontem à noite. Beijos!"
Milla tinha outro encontro com Bob ontem. O que começou com uma brincadeira, vai acabar em algo sério. Eu obviamente não poderia estar mais feliz, talvez assim ela sossegue um pouco e se torna mais responsável.
"Está difícil conseguir relaxar com Peter, meus pais não dão chance." respondi.
Assim que mando a mensagem, ela me liga.
- Como estão as coisas? - Milla pergunta.
- Meus pais não dão brecha para Peter e eu. Parece que sabem que temos algo. - reclamei.
- Calma amiga, vocês terão o final de semana todo para você sabe o que.
- Não teremos não, se agora não está dando, imagina o resto do dia. Capaz de meus pais quererem acampar no corredor. - falei caminhando até a janela.
- Você está exagerando. - ela discorda. - Eles fariam de tudo para não deixar vocês sozinhos caso soubessem, mas não fazem nem ideia que vocês dois tem um caso, então isso tudo se chama coincidência, ou destino sei lá...
- Eu não acredito em destino, e mesmo se acreditasse, ele estaria dizendo-me para ficar longe de Peter. - protesto.
- Bom... tecnicamente, esse seria o correto... Mas vai entender sua cabeça, nunca se apaixonou tão rápido antes.
- Peter é diferente... - defendo-me.
- "Fulano é diferente", Katherine Cooper usando a velha e tradicional frase? Por quanto tempo eu dormi?
- E é exatamente por isso que ele é diferente. Você nunca me viu defender algum homem na vida, Peter está sendo o primeiro, isso significa que ele é um caso a parte. - digo.
- Por mais que eu ache muito bom você estar se apaixonando e tudo mais, acho ruim você se entregar tão rápido. - sabia que um dia ela jogaria isso na minha cara.
- Milla, eu não contei esse segredo para você ficar me julgando. E eu pensando que quem faria isso era Carie.
- Não estou julgando você! - ele se defende. - Só estou falando... Não tenho moral para julgar alguém, lembra?
- Pois então me deixe resolver tudo isso sozinha! - exclamei talvez um pouco rude.
- Ok...
- Desculpe! - digo arrependida. - Eu sei que você e Carie são minhas melhores amigas e querem apenas o meu bem, mas eu peço para que me apoiem em relação a isso, por favor!
- Tudo bem Kate, eu que peço desculpa por se meter na sua vida...
- Milla? - olho para o visor do celular, e vejo que ela desligou.
Ótimo, minha melhor amiga chateada comigo. Nada está dando certo.
- Filha, vamos à praia, quer vir conosco? - Papai aparece na porta.
- Sim, podem ir na frente, já estou indo... - respondo colocando o celular na penteadeira.
- Tudo bem. - ele me deixa sozinha novamente.
Fui até minha mala e procurei por um biquíni.
- Seus pais foram para a praia... - Peter disse sorrindo enquanto entrava no quarto.
- Eu sei... - resmunguei baixo.
- O que foi? - ele se aproxima.
- Hã... Nada... Vamos para a praia também! - exclamei, tentando mudar de assunto.
- Você não está bem! - ele insiste.
- Eu estou bem! Relaxa ok? - dou-lhe um beijo rápido.
- Ok... - ele diz cabreiro.
- Vou vestir meu biquíni, me espere lá fora.
- Eu já lhe vi nua qual o problema de eu ficar aqui? - Peter questiona.
- Vai logo! - Ele ri e sai fechando a porta.
Peguei um biquíni preto simples, vesti, e em seguida, coloquei um short jeans.
Tentarei ao máximo parecer bem na frente de Peter e meus pais, sei que em algum momento desabarei e terei que conversar com alguém, porém Peter não será uma boa opção no momento, além do mais, o motivo também não. Contar para ele que Milla está chateada comigo por causa dele o deixaria com consciência pesada, e também chateado, com isso, seriam duas pessoas importantes da minha vida, tristes. Isso é claro se Carie estiver bem com tudo isso, caso contrário é motivo para eu me jogar na frente de um caminhão.
Sai do quarto, Peter aguardava impaciente no corredor.
- Vamos? - ele convida.
- Sim! - respondo, fechando a porta do meu quarto. - Teremos que ser mais discretos agora.
- Eu sei... Vai ser difícil, mas tentarei não olhar tanto para você. - ele ri. Descemos as escadas e saímos de casa.
- Não será tão difícil. - digo.
- Você que pensa, não tem noção de como é difícil ficar perto de você sem olhar. - Peter declara.
- Pare com isso, exagerado. - ri.
- Tente não chamar muita atenção dos outros gaviões da área.
- Pode deixar! - sorri com o canto da boca e andei um pouco mais rápido, deixando-o para trás.
Meus pais estavam tomando sol em cadeiras de praia. Mamãe usava um maiô branco e um chapéu enorme de palha na cabeça. E papai, parecia um típico turista: blusa florida, uma bermuda branca, chapéu de pescador cinza - que não combinava nem um pouco com o resto da roupa - e óculos escuros.
- Cheguei! - exclamei "animada".
A praia estava vazia, havia apenas algumas crianças fazendo castelos de areia, acompanhado pelos pais; e um grupo de jovens jogando vôlei.
Peter chegou logo após de mim. Sentei na areia e coloquei os óculos.
- O sol está maravilhoso Peter. - Mamãe elogia.
- Vou dar um mergulho primeiro. - Peter responde. Posiciona-se um pouco mais à frente, e tira a camiseta, não olhar era praticamente impossível. Ele expôs seu lindo peitoral definido e jogou a camiseta no meu lado. Corre para dentro da água e mergulha, melhor que cena de filme, com certeza.
- Filha me dê o protetor solar, por favor! - mamãe interrompe meu transe.
- Claro! - exclamo.
Entrego à ela, e logo em seguida, volto à minha visão do paraíso, porém me deparo com uma cena um tanto desconfortável para mim. Uma garota, - sim, garota, não uma mulher - que aparentava ser apenas uns dois anos mais velha que eu, se aproxima de Peter, que estava de costas para ela. A menina mergulha, e em poucos segundos, vejo Peter se virar, e ela sai de debaixo da água logo em seguida.
Ela ri, Peter também. Não era nada demais, mas Peter é um homem bonito, atraente, óbvio que chamaria atenção das mulheres.
- Vou comprar algo pra beber ali no quiosque. - informei meus pais.
Preferi não assistir aquela cena. Levantei-me e caminhei em direção ao pequeno quiosque. Sentei no banquinho e encostei-me na bancada. - O que deseja? - o garoto alto, loiro, olhos cor de mel, pergunta, levando uma toalha branca até o ombro direito.
- Hã... Uma lata de Coca-Cola, por favor... - pedi, e em seguida, olhei em direção ao mar para ver se encontrava Peter, mas ele não estava mais lá. Estiquei ainda mais meu pescoço, ficando de pé para melhorar a visão. Sem resultados! Peter e a garota já não estavam mais lá.
- Algum problema? - o garoto pergunta, viro-me novamente para ele.
- Éh... Não... Quanto deu? - pergunto, tirando o dinheiro do bolso do short.
- Dois dólares. - ele responde, e eu entrego à ele. - Mais alguma coisa?
- Não, obrigada! - sorri.
O garoto voltou ao trabalho, e eu abri a latinha de refrigerante. Tomei um gole.
- Pega minha garrafa Brandon, por favor. - uma voz simpática um tanto feminina surge, olho para o lado e vejo a garota que ria com Peter minutos atrás.
Brandon - acredito que seja o loiro - à entregou uma garrafa rosa e sorriu. A garota saiu e eu revirei os olhos.
- É nova aqui? - Brandon pergunta.
- Não... Só estou passando um final de semana. - respondi, com um sorriso de canto.
- É de onde? - ele indaga, enquanto atendia um homem ao meu lado.
- Santa Mônica... - tomo outro gole de refrigerante.
- Aqui perto! - exclama.
- Sim! - sorri.
- Terá um luau hoje à noite, é bom para descontrair e conhecer mais gente, está convidada, vai ser bom vê-la. - ele sorri.
- Hã... Vou ver se meus pais não têm outros planos, talvez eu apareça... - respondi simpática, e tomei outro gole.
- Ok... - Sorri. - Vou voltar para a areia da praia...
Levanto-me e caminho em direção aos meus pais, que por sinal, não estavam sozinhos. Aproximo-me um pouco mais e lá está. A loira azeda está me perseguindo. Sento-me ao lado de minha mãe.
- Quem é? - Cochicho para ela.
- Katherine esta é Emma! - Peter apresenta.
- Oi! - ela sorri gentilmente, um tanto exagerado.
- Olá... - respondo, com um sorriso falso. Viro-me para frente, fingindo não ouvir os cochichos e risadinhas de Peter e a loira azeda. - Melhor eu ir dar um mergulho!
Levantei-me e entrei com pressa na água, sem olhar para trás.
Que intimidade toda era aquela dos dois? A garota veio dar uma de oferecida para ele e agora estão lá batendo altos papos como se já se conhecessem a anos.
Não é ciúmes!
Eu não estou com ciúmes! Peter faz o que ele quiser, correto?
Ok! Talvez eu esteja com um pouquinho de ciúmes sim. Mas apenas porque a garota já está toda jogada para cima dele. E a capacidade zero de Peter sacar isso me chateia. Ou pior, se ele tiver sacado e estiver entrando no jogo. Não respondo por mim.******
Demorou mais saiu! Capítulo vinte postado! Gente, quero agradecer à todos pois alcancei 4 mil estrelas, MUITO OBRIGADA MEUS AMORES s2 Desejos Proibidos está em reta final, então amanhã (11/06) postarei um aviso de como tudo vai ficar quando a obra for finalizada. Beijos, e muito obrigada de coração!
Como Desejos Proibidos está em reta final, se quiserem continuar acompanhando meu trabalho, convido vocês para conhecerem minha outra obra "Mostra-me Como Amar", disponível aqui no Wattpad. Obs: Início das postagens em agosto.
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Desejos Proibidos - Livro 1 [COMPLETO]
ChickLit*Não permito adaptação ou qualquer tipo de plágio, por favor, respeitem o trabalho dos outros! E lembrem que plágio é crime, se eu tiver problema com isso de novo vou direto para a justiça!* Katherine Cooper acha que tem a vida perfeita para uma ad...