Capítulo dezenove

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Peter não tirou os olhos dos meus em nenhum momento, sentou-se ao lado de minha mãe, facilitando ainda mais os olhares.
- Bom dia Katherine! - ele disse tranquilamente.
- Bom dia... - falei.
- Como vai?
- Bem... - respondi. - E o senhor?
- Também! - ele diz.
- Vamos comer? - Meu pai pergunta.
- Vamos! - Minha mãe exclama. - Peter fique à vontade, você já é praticamente de casa.
- Obrigada! - Peter exclama sorrindo.
Todos prepararam o prato e começaram a comer. O clima estava chato, ninguém sabia o que dizer, então comemos quietos até certo momento.
- Já foram para praia de Hermosa? - Peter quebra o silêncio.
- Não, onde fica? - Meu pai responde.
- Aqui perto, é um lugar incrível, deviam ir lá passar um final de semana.
- Podemos organizar querido! - Minha mãe diz para meu pai, animada. - Seria bom relaxar assim, mais tarde procurarei pousadas por lá.
- Para quê pousadas ou hotéis se vocês podem ficar em minha casa? - Meu Deus, só faltou Peter ter casa na China. - Devido à separação queria passar um tempo sem preocupações, vou para lá esse final de semana, seria muito bom ter companhia.
Peter lança um olhar discreto em minha direção, o que me deixou nervosa e desconfortável.
- Eu estou dentro! - meu pai diz.
- O quê? - deixo escapar, todos me encaram. - Hã... Tudo bem então...
- Perfeito! - Minha mãe exclama. - Mas... Stella não vai se importar?
- Claro que não, a casa é da minha mãe, Stella não tem nada a ver com isso. - Peter responde.
- Ok então... Vamos sábado pela manhã, pode ser? - Meu pai pergunta.
- Ótimo! Não esqueçam as roupas de banho! - Já ouvi essa frase antes, vindo dele. - A praia é linda!
- Tão boa quanto Santa Monica? - Minha mãe pergunta.
- Santa Monica é perfeita, não existe outra melhor aqui na Califórnia... - Peter responde.
- Katherine está tudo bem? - papai cochicha.
- Sim, por quê? - respondo.
- Está tão calada...
- Estou bem... Não se preocupe. - digo.
- Ah querido! Podemos finalmente usar aqueles pés de pato que compramos verão passado.
Eu não conseguia comer ou fazer qualquer outra coisa devido aos olhares e sorrisos de Peter. Tinha que conversar com ele sobre tudo que está acontecendo. Como ele teve a coragem de pedir divórcio para Stella, e como ele foi parar aqui em casa?
- É mesmo, já está guardado lá faz um século. - meu pai concorda. - A praia é muito movimentada?
- Não muito, é bem mais tranquila que as daqui.
- Então vai ser ótimo, eu e Simon não vamos à praia por causa disso, não gostamos de movimento, e você já deve ter visto como são as daqui. - Mamãe conta.
- Pois então vocês vão querer morar lá... - Peter sorriu.
Terminamos o almoço. Minha mãe tirava a mesa e eu lavava a louça, enquanto papai e Peter estavam na sala conversando.
Quando acabamos de ajeitar tudo, fiquei na cozinha trocando mensagem com Milla. Combinamos de sair mais tarde.
- Filha! - Minha mãe entra na cozinha. - Seu pai vai me levar ao médico para marcar os exames, quer vir junto?
- Não... Vou sair com Milla daqui a pouco.
- Ok, Peter vai ficar no quarto de hóspedes por enquanto, daqui a pouco ele vai sair também, então tranque tudo antes de sair.
- Pera ai! - Protestei. - Peter vai ficar aqui?
- Senhor Peter! - Mamãe me corrigiu. - Ele vai sim Katherine, tente entender o lado dele, acabou de se mudar para cá e se separou, não tem nada aqui.
Mentira! Peter deve ter inventado isso, pois lugar para ficar ele tem.
- Exatamente mãe, ele acabou de se mudar para cá, você não o conhece, e trás ele para dentro de casa.
- Ele é policial, que mal faria? - ela pergunta, e eu apenas suspiro.
Ficarei sozinha com Peter durante a tarde, coisa boa não vai sair dai.
- Querida, está pronta? - meu pai pergunta da sala.
- Estou sim! - Mamãe responde. - Tchau filha, se comporte!
"Diga isso à Peter", era o que eu queria dizer.
- Boa sorte lá... - digo.
- Obrigada! - ela agradece, saindo da cozinha, me deixando sozinha.
Peter está cada vez mais íntimo de meus pais, talvez daqui algumas semanas ele já será considerado da família, e isso não é nada bom.
Caminho até a sala, que agora estava silenciosa devido a televisão estar desligada. É como se só eu estivesse na casa.
- Katherine - Peter diz meu nome, fazendo-me colocar a mão no coração devido o susto.
- Você tem que parar com isso! - disse.
- Desculpe! - Ele exclama.
- Tem muita coisa que devemos conversar... Você pediu o divórcio por...
- Por causa de você. - ele interrompe. - Pedi o divórcio por sua causa Katherine.
- Você não pode fazer isso Peter... - disse.
- E por que não? Não há nada que me prenda à ela. - ele fala.
- Tem sim!
- O que? - Peter pergunta, mas a resposta era óbvia.
- Você sabe... - respondi.
- Não Katherine, eu não sei. Já deixei de amar Stella no momento em que ela resolveu dedicar seu tempo a acabar com minha vida. Chris já não está mais aqui. Nada mais me prende.
- Mas não venha dizer que o motivo sou eu... - disse.
- O principal motivo foi você sim! Se não tivesse me dito aquelas coisas ontem, eu jamais teria percebido que realmente meu lugar já não é mais com Stella. Você pode até me ignorar, podemos nunca mais ficar juntos, mas nunca vou esquecer você por ter me feito enxergar.
- Eu... - eu não conseguia falar nada, não sabia ao menos o que fazer. - Éh... Vou para meu quarto... - Peter não disse nada, ficou parado me olhando, como se soubesse que eu não queria ir.
- Eu amo você Katherine. - ele declara, com um tom de voz calmo, suspirei fundo, e com cinco segundos de coragem, me aproximei rapidamente de Peter e selei nossos lábios.
Um beijo que me trouxe paz de novo. Mdei conta do quanto precisava de Peter comigo. Ele envolve minha cintura com seus braços, e eu, seu pescoço. O beijo era desesperado, desejado, bom, eu precisava mais que qualquer coisa. Quando finalmente nossos lábios separaram-se, Peter sorriu.
- Eu preciso de você Katherine, e farei qualquer coisa para ficarmos juntos.
- Você sabe que meus pais não vão aceitar isso... - disse.
- A questão com seus pais são nosso último problema, Stella é quem vai até o fim para que eu não fique livre dela.
- Ela não pode fazer isso. Você não é obrigado a permanecer casado com ela...
- Ela não vai aceitar, não vai assinar os papéis do divórcio...
- Vai sim! Vamos ver com o tempo o que dá... - digo.
- Eu quero saber uma coisa... - Peter faz uma pausa e depois prossegue. - Como fica nossa situação agora?
- Como assim? - pergunto.
- Você quer ficar comigo? Continuaremos à nos encontrar?
- Eu cansei desse ioiô. Cansei desse vai e volta. Agora eu estou definitivamente decida...
- O que decidiu? - ele pergunta.
Sempre fui péssima em expressar sentimentos, horrível quando o assunto é dizer o que sinto, mas Peter precisava saber o que passa pela minha cabeça, querendo ou não.
- Eu quero ficar com você Peter... - ele sorri. - Vai ser difícil conseguirmos nos envolver escondidos, disso já podemos ter certeza, mas mesmo se meus pais descobrirem e não aceitarem, estou disposta a convencê-los do contrário. E sobre Stella, não me importo. Você pediu o divórcio, se ela aceitou ou não, o problema não é nosso.
Foi a declaração mais elaborada que já fiz à alguém, mas Peter merecia. Separar de alguém que passamos anos juntos não deve ser uma coisa legal, pois por mais que se o sentimento de amor tenha ido embora, a consideração por ter lhe acompanhado por tanto tempo, ainda existe, ter aturado altos e baixos com você, - quer dizer, Stella não foi uma boa mulher - mas também não merecia isso.
- Eu posso ser expulsa de casa, eu posso ficar sem nada, mas ainda sim vou querer ficar com você. Apaixonei-me por você em tão pouco tempo, e talvez seja loucura, mas o que tem demais, o máximo que vai acontecer é eu quebrar a cara no final ao descobrir que foi tudo ilusão...
- Não foi e não vai ser Katherine! - ele me interrompe.
- Eu amo você Peter! - declarei por fim.
Ele apenas sorriu e aproximou sua mão de meu rosto, fazendo carinho em minha bochecha, até que me beijou, começou calmo e lento, e depois foi ficando mais intenso. Peter deu impulso e eu entrelacei minhas pernas em volta de sua cintura. Ele acariciava minhas costas, e devagar, levou-me para o quarto de hóspedes, que ficava perto do escritório. Ao chegar, Peter fechou a porta e deitou-me na cama. Percorri minhas mãos por seu cabelo, pescoço, e costas, até chegar a sua cintura, puxando sua camiseta, e com ajuda de Peter, consegui retirá-la, se livramos de sua calça na mesma hora. Voltamos a nos beijar, com muito mais vontade que no beijo anterior. As carícias de Peter por meu corpo construíam aos poucos ondas de excitação, e a vontade de ter Peter dentro de mim aumentava.
- Você é maravilhosa Katherine... - ele dizia em meu ouvido, causando-me arrepios.
Peter tirou minha blusa e meu short, que ficaram jogados pelo chão do quarto. Agora os arrepios eram ainda mais frequentes devido ao seu toque direto em minha pele. Ele puxou o cós da minha calcinha e a retirou, e em seguida, meu sutiã. Ao tirar a cueca, sua excitação ficou mais aparente. Peter pegou um preservativo em sua mochila, que se encontrava no chão, ao lado da cama, pôs em si.
Voltou a me beijar com mais desejo, ternura, desespero, trouxe-o para mais próximo de mim, seu corpo nu estava grudado ao meu. Minha entrega já úmida pedia por atenção.
- Oh Peter, não aguentarei... - disse com uma voz fraca.
Peter entendeu o recado, e penetrou-me. Gemi baixo em seu ouvido. Ele começou com movimentos lentos, e foi aumentando o ritmo das estocadas. Voltei a beijá-lo, mas estava difícil manter nossos lábios grudados entre gemidos, nossas respirações estavam ofegantes e o suor começava a dar as caras por nossos corpos.
O ritmo das investidas estavam cada vez mais rápido, e finalmente, cheguei ao meu ápice.
- Oh Peter... - suspirei, e logo em seguida, chegou à vez de Peter.
Com um gemido rouco e fraco, ele alcança seu ponto alto de prazer. Peter cai sobre mim devagar, ainda dentro de mim, me beija. O beijo era carinhoso e calmo, nossas línguas dançavam levemente uma com a outra. Ele finaliza o beijo com um sorriso.
- Eu poderia fazer isso o dia inteiro. - Peter declara. - Porém é melhor pararmos por aqui antes que seus pais cheguem.
- Verdade... - Sorri. - Mas... Vamos tomar um banho antes.
- Vamos! - Peter levanta e vai até o banheiro, para na porta e olha para mim. - Você não vem?
- Sim! Já estou indo... - respondo.
Eu não me acostumei ainda a ficar nua em frente à Peter, e talvez demore um pouco para isso, porém desta vez, deixei a vergonha de lado e levantei-me.
Entrei no banheiro, o chuveiro estava ligado e Peter já estava embaixo dele, de costas para mim. Entrei no box, e ao perceber minha presença, Peter virou-se para mim, esticando o braço para que eu segurasse. Ele colou nossos corpos, abraçando-me. A água quente caia sobre nós dois. Minha insegurança e vergonha foram embora aos poucos. Ele acariciava meus cabelos, aos poucos fiquei sonolenta, leve, sentia que qualquer assopro que fizessem contra mim, eu cairia para o lado. Até que Peter se afastou, mas aproximou-se novamente para um beijo rápido.
- Eu infelizmente tenho que voltar para as minhas obrigações... - ele diz.
- Tudo bem...
- Saiba que foi uma tarde maravilhosa Katherine... - Peter declara, fazendo-me sorrir.
- Também achei. - disse.
- Vou me arrumar - ele fala - você vem?
- Não... Ficarei aqui mais um pouco. - respondo.
- Tudo bem, até hoje à noite! - Peter se despede com um beijo em minha testa.
- Tchau... - digo por fim.
Peter sai do box, pegando uma toalha, enrolando-a em sua cintura, e logo depois, ele sumiu de minha vista.
Passei mais de cinco minutos pensando. Eu espero não me arrepender de minha decisão, pois de algo der errado novamente eu desisto de vez. Agora que Peter está aqui em casa, David será um dos meus maiores problemas, pois vai ser difícil convencê-lo que entre eu e Peter não aconteceu mais nada desde aquela manhã perto da sorveteria.
Já meus pais, acho que não desconfiam de nada, caso contrario, não me deixariam ficar sozinha com Peter.
Desliguei o chuveiro e sai do box, sequei-me e caminhei até o quarto, Peter já não estava mais lá. Coloquei novamente a roupa e sai do quarto.
Fui até a cozinha, estava morrendo de fome. Abri a geladeira e peguei a jarra de suco, colocando-a sob o balcão, peguei também as coisas para fazer um sanduíche.
Ao terminar de montar, coloquei num prato e fui até a sala, sentei-me no sofá e liguei a televisão, escolhi um canal e comecei a comer.
A campainha toca, largo o prato na mesinha de centro, caminho até ela e abro.
- Stella? - digo confusa.
- Oi Katherine... Peter está ai? - ela pergunta calmamente e com inocência no tom de voz.
- Hã... Não. - respondo.
- Tem certeza? Eu o vi aqui... - ela insiste.
- Ele estava aqui, agora não está mais.
- Sabe onde ele foi?
- Não sei... Talvez tenha ido trabalhar.
- Sabe que horas ele chega? - quanta pergunta.
- Não... - respondo. - O que queria com ele?
- Bom, ele pediu o divórcio hoje cedo e resolveu sair de casa sem ao menos dar uma explicação, o que acha que vim fazer aqui?
- Sinto muito... - tento parecer natural.
- Eu também sinto. - ela diz seca. - Diga à ele que eu vim, e que é para deixar de ser criança e voltar para casa resolver as coisas como gente grande!
- Hã... Ok! - digo.
- Tchau! Obrigada... - ela sai - Ah! Diga para sua mãe que não irei mais com ela no salão amanhã, ela me magoou.
- Magoou como? - pergunto confusa.
- Ela está hospedando meu marido, ficando do lado dele, ela como minha amiga devia estar do meu lado. - Stella justifica.
- Minha mãe não está no lado de ninguém! - defendo.
- Se não estivesse do lado dele não o deixaria ficar aqui!
Stella não diz mais nada, e também não me da chance de falar, caminha com pressa para sua casa.
Ótimo, agora terei a ex-mulher maluca batendo em minha porta. Fechei a porta e voltei para o sofá.
Eu poderia estar me preocupando com ela, David, meus pais, mas quero relaxar, até porque, terei um último final de semana, praia, fogueira, tranquilidade, e o principal... Peter.

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Beijos!

Como Desejos Proibidos está em reta final, se quiserem continuar acompanhando meu trabalho, convido vocês para conhecerem minha outra obra "Mostra-me Como Amar", disponível aqui no Wattpad. Obs: Início das postagens em agosto.

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