- Katherine? Peter? - Papai grita pelo nosso nome.
Levanto-me depressa, assustando Peter, fazendo-o acordar.
- O que houve? - ele indaga.
- Shii! - exclamo, colocando a mão em sua boca. - Meus pais chegaram!
- Oh droga! - Hã... Ela está... Ér... Na cozinha! Vi ela passar, então acho que ela foi para a cozinha. - Mente ele.
- Katherine? - a voz de mamãe ficou cada vez mais distante.
- Vá para o seu quarto, rápido! - Peter cochicha.
Saio do banheiro e logo em seguida do quarto dele. Vou rapidamente para o meu.
Essa foi com certeza por muito pouco. Se eu não estivesse acordada, meus pais iriam presenciar uma cena nada legal, e todo o segredo seria desfeito.
Sai do meu quarto, desci as escadas e fui à procura de meus pais.
- Mãe? - chamo.
- Katherine! - mamãe responde. Ela surge, vindo da cozinha. - Onde estava?
- No banheiro do meu quarto... - menti.
- Ah sim... Como foi?
- Como foi o que? - Pergunto com os olhos arregalados.
- O luau... - ela franziu a testa.
- Ah... Foi ótimo...
- Está tudo bem? - mamãe pergunta.
- Claro que sim! - respondo de imediato.
- Ok então...
- Vou dormir! - dou um beijo rápido na bochecha de minha mãe e corro para as escadas.
Ao chegar no segundo andar, a porta de Peter estava aberta, e pude vê-lo passar para o banheiro dele, apenas com uma toalha enrolada na cintura, exibindo seu lindo peitoral definido.
Caminhei até meu quarto rapidamente, antes que ele percebesse que eu estava observando.
Entrei e fechei a porta. Tirei o vestido, ficando apenas de calcinha e sutiã. Coloquei as malas no chão e deitei na cama.******
Acordo com minha mãe batendo na porta.
- Filha já são dez horas! - ela diz do outro lado. - Levante e arrume-se, vamos sair.
Levanto-me da cama e vou em direção ao banheiro. Faço minhas higienes matinais e aplico um pouco de maquiagem.
Volto para o quarto, e caminho até minha mala. Peguei um short jeans e uma blusa regata branca. Visto a roupa e ajeito os cabelos.
Peguei meu celular, que por sinal estava quase descarregado e sai do quarto.
Desci até a sala. Meus pais e Peter estavam sentados no sofá.
- Vamos? - Papai levanta.
- Aonde vamos? - questiono.
- Vamos visitar minha irmã! - droga, Brandon e Emma estarão lá.
- Ah sim... - mexo no cabelo. - Então, vamos.
Mamãe e Peter levantaram-se e saímos todos da casa.
- É longe? - pergunto.
- Não! - Peter replica. - Tão perto que vamos de pé.
- Ok... - Fecho a porta da casa e Peter a chaveia.
- Vocês irão adorá-la... Judith é uma pessoa incrível.
- Apenas pelo o que você fala já da de perceber que sua família inteira é boa. - mamãe declara.
- Todos são de bem com a vida, nunca arrumaram problema com ninguém. - Peter diz.
Ao ouvir isso, lembro-me de quando Peter disse que sua mãe era taxada de arrogante pelos outros, então acredito que ela não seja tão doce quanto parece.
O caminho até a casa de Judith foi realmente curto. Em menos de cinco minutos havíamos chegado.
A casa dela era um pouco mais simples que a de Peter, porém, maior. A cor era de um amarelo claro e os detalhes nas janelas eram brancos.
Nos aproximamos da casa. Fomos surpreendidos por uma mulher com cabelos escuros e roupas simples. Vestia uma calça preta de yoga e uma regata branca.
- Peter! - Ela abraça Peter alegremente.
- Judith! - ele sorri, e afastou-se em seguida. - Esses são Simon, Isabel e Katherine!
Peter nos apresenta.
- É um prazer conhecê-los! - a simpática moça sorri.
- Igualmente! - Mamãe replica sorrindo.
- Bom, vamos entrar? O almoço está quase pronto. Sophie está ansiosa para ver você, Peter. - Judith diz.
Peter abre um sorriso enorme. Um sorriso realmente verdadeiro e feliz. Provavelmente Sophie é a sobrinha de quem ele falou noites atrás.
- Onde está Brandon e Emma? - Peter pergunta.
- Ah você sabe como são esses dois. Não saem da praia por nada, voltarão apenas a noite.
- Não perdem o costume nunca! - ele sorri.
Peter correu para dentro da casa, e nós entramos logo em seguida.
A casa de Judith lembrava-me a de minha mãe. Simples e com muitos detalhes coloridos, passando a impressão de que quem vivia ali era feliz.
- Onde será que minha pequena está? - O tom de voz de Peter muda, com certeza nunca imaginei vê-lo daquele jeito antes.
Ele investigou todo o ambiente à procura da garota. E ao passar os olhos pela cortina - finas e quase transparentes - encontra seu esconderijo.
- Acho que... - Peter puxa a cortina para o lado e a linda menininha de cabelos castanhos claros e olhos escuros é revelada. Usava um vestidinho com algumas flores rosa bebê e uma tiara na cabeça. - Achei você!
Peter se agacha e Sophie corre em sua direção, abraçando-o.
- Bom, vou terminar o almoço. - Judith diz sorrindo.
- Eu ajudo você! - mamãe protesta.
- Não é necessário, fique à vontade.
- Não há incômodo algum, irei ajudar.
- Tudo bem então. - A moça sorri.
Ambas foram para a cozinha, deixando eu, papai, Peter e Sophie na sala.
Posso dizer que eu estava um tanto envergonhada com a situação. Não sabia se sentava no sofá, ou se ficava parada ali mesmo.
- Katherine, por que não brinca com Sophie? - Peter propôs.
- Hã... Claro... - sorri, me aproximando dos dois.
- Sophie, por que não mostra aquela sua casa de boneca para Katherine? - Peter diz novamente.
- Vêm! - A pequena Sophie corre inquieta, obrigando-me à correr também.
Sigo ela até seu quarto. Papel de parede rosa e tapete peludo e macio faziam-me lembrar de minha infância. Tudo era fácil, tudo era simples. Sem preocupações, ou sermões. Inocência e ingenuidade faziam falta na minha vida.
Havia bonecas grandes espalhadas por todo canto, além também da famosa e tradicional Barbie, que com certeza não podia faltar.
Estou surpresa com esse quarto, pois atualmente as crianças dessa idade já estão conectados na internet e não largam seu celular. Por incrível que pareça, ainda existe infância boa por ai.
- Vem aqui! - Sophie ordena, batendo no chão, para que eu me sentasse ao seu lado.
Em sua frente, havia uma grande casa de boneca cor bege por fora, e por dentro, diversos móveis em miniatura que me deixaram encantada.
- Puxa vida! Que casinha linda! - tentei agradá-la, mas devo confessar que lidar com criança não é meu forte.
Sophie sorri, colocando uma bonequinha na minúscula cama. Avistei um desenho pintado de giz de cera, pendurado em um pequeno arame com mais três desenhos.
- Quem é? - pergunto, apontando para o desenho que havia dois homens, três mulheres, e um pequeno menino flutuando, a cima das nuvens.
Sophie levanta e pega o desenho com pouca dificuldade, por ser da sua altura.
- Mamãe... - ela indicava cada um com o dedo. - Mano... Mana... Tio Peter, e o filhinho dele...
- Ah sim... - Digo com um tom de voz baixo.
Não pergunto onde está o pai dela, para não ser indelicada.
- Ele virou anjo... - Sophie diz, tocando certa parte da minha sensibilidade que até então eu desconhecia.
Não sou de ficar triste ou mexida com certas situações. Mas tem ocasiões que eu não aguento e isso acaba me deprimindo e faz com que eu para pensar no quanto sou egoísta quando reclamo da vida. Provavelmente Sophie nem chegou a conhecer Christian, mas mesmo assim, o considera alguém muito importante na vida dela.
- E o que é isso? - Aponto para uma bola marrom no desenho.
- Essa é Fiona!
- Fiona? - gargalhei ao ouvir o nome.
- Aqui! - Ela pega minha mão, puxando-me e obrigando-me a levantar imediatamente.
Não havia percebido que ao lado da penteadeira, havia uma gaiola quadrada, com um coelho dentro.
- Oh meu Deus! - me aproximei para vê-lo de perto. - Eu sempre quis ter um coelho!
O que não deixava de ser verdade. Passei minha infância inteira implorando para meus pais um coelho ou um gato, mas eles sempre diziam que faziam mal à saúde. Hoje eu sei que era desculpa para não me dar um.
- Quer tocar? - ela pergunta.
- Claro! - exclamo animada. Sophie abre a pequena portinha e leva minha mão até Fiona. - Ela é tão fofa!
Ela sorri.
- Olá! - Peter entra no quarto.
- Tio Peter! - Sophie corre até ele.
- Como está Fiona? - ele pergunta.
- Bem! Ela parou de ter pesadelos.
- Pesadelos? - questiono.
- É uma longa história... - Peter diz sorrindo, provavelmente "pesadelo" devia ser algum código que inventaram, como sempre fazem.
- Sophie venha comer sua sopa! - Judith grita da sala e Sophie corre para lá.
- Que pesadelos?
- Há um tempo atrás, Sophie estava com medo de dormir sozinha com a luz apagada - Peter se senta na cama. - Então Judith inventou que Fiona tinha pesadelos quando a luz ficava acesa durante a noite, e disse que a coelhinha só poderia ficar aqui se a luz permanece apagada a noite.
- Ah sim... Inteligente. - declaro. - Sempre quis ter um coelho.
- Pensei que preferisse cachorro.
- Eu gosto de cachorro, mas sempre preferi mais os gatos e os coelhos.
- Nunca teve?
- Não... Papai e mamãe nunca deixaram... - digo, retirando a mão da gaiola e fechei a portinha. - O que aconteceu com o pai de Sophie?
- Ele saiu de casa quando Sophie havia nascido... Um ano depois ele veio atrás de Judith querendo ver a filha, mas minha irmã não deixou. Orgulho-me dela referente a isso... Amou aquele homem por anos, pensei que se deixaria levar e que aceitaria Dylan novamente, mas deu a volta por cima.
- Nossa... Que triste... - replico.
- Sim... Bom, vamos comer? - Peter levanta.
- Claro, só vou lavar as mãos... Onde fica o banheiro? - Pergunto.
- Quer ajuda para lavá-las? - ele lança um olhar malicioso.
- O que? - questiono rindo - Não!
- Ah... - Peter bufa.
- Onde fica? - insisto.
- Posta ao lado. - ele responde.
Saio do quarto e vou direto para o banheiro. Lavo minhas mãos rapidamente e as seco.
Caminho em direção a sala de jantar, onde meus pais já estavam sentados.
- Onde está Dona Judith e Senhor Peter? - Pergunto.
- Peter está ajudando com Sophie, já estão vindo. - Mamãe responde.
- Vamos comer? - Judith aparece, Peter logo em seguida. Sophie corre entre eles, indo direto para o sofá da sala. - Sophie não corra! Você acabou de comer!
- Sente-se Katherine, fique à vontade! - Peter convida.
Sento-me de frente para papai. Peter sentou ao meu lado, de frente para mamãe, e Judith, na ponta.
- Espero que gostem! - Judith exclama sorrindo. - Fiquem à vontade.
- Obrigada! - Papai diz.
Todos se serviram, e começaram a comer, enquanto Sophie assistia desenho animado na sala.
Essa manhã está sendo perfeita para mim. Para onde eu olhasse trazia certa lembrança da minha infância e de como aquela época era maravilhosa.
- Como está mamãe? - Peter, como sempre, quebra o silêncio.
- Está bem... Não falou com ela? - Judith pergunta.
- Não... Liguei para ela umas dez vezes e em nenhuma delas ela atendeu.
- Deve estar chateada por causa de Stella.
- Ela tem que superar isso! - Peter se altera e todos olham para ele. - Desculpem... Tente conversar com ela, e diga que estou melhor sem Stella... Diga também que em breve ela conhecerá uma pessoa maravilhosa que está realmente me fazendo feliz!
Gelei ao ouvir as palavras de Peter.
- Hum, Peter está apaixonado! - Mamãe brinca rindo.
- Posso dizer que sim! - ele declara, arrancando-me um sorriso discreto.
- Quem é a azarada? - Judith pergunta, provocando gargalhada nos meus pais. - Brincadeira irmão! Quem é a moça?
- Por enquanto não posso revelar quem é, futuramente quem sabe. - Peter sorri.
- Qual o problema em contar? - Judith pergunta.
- Apenas confie em mim irmãzinha, melhor não saber por enquanto.
- Tudo bem! - Ela sorri e volta a comer, e ao engolir a comida, prossegue. - E você Katherine? Não abriu a boca ainda.
Ótimo! Atenção voltada para mim.
- Hã... Eu não sei muito o que falar... - confesso sem graça.
- Você estuda? - pergunta-me.
- Sim! As aulas começam em uma semana. - replico.
- Está com quantos anos?
- Dezessete. - respondo sorrindo.
- Nova ainda! - Judith exclama. - Olha, vou lhe dar um conselho... Aproveite muito essa fase! Não perca seu tempo com preocupações agora...
- Judith! - Peter interrompe. - Ensinando coisas ruins para ela desde já?
- Concordo com ela! - brinco.
- Katherine graças a Deus não nos deu tanto problema até agora. - Papai diz.
- Graças a mim, por que se fosse depender do pai dela... - mamãe esnoba e todos riram.
- Ei! - papai protesta. - Eu sempre fui um homem disciplinado!
- Não minta para eles Simon, conte o que fazia na faculdade!
- A faculdade foi uma fase que quero esquecer! - Papai declara.
- Simon dava muitas festas na casa dele! Foi em uma delas que nos conhecemos! - mamãe conta assim mesmo.
- Eu já ouvi essa historia uma porção de vezes! - digo rindo.
- Não morrerá se ouvir de novo! - mamãe exclama. - Os pais de Simon haviam ido para o bingo naquela noite e nós sabíamos que eles não chegariam muito tarde, mas mesmo assim a festa, que naquela época era super cafona comparando com as de agora, continuou. Eu estava dançado perto da escada e ele passou por mim com a namoradinha nojenta dele...
- Isabel sempre a odiou. - papai acrescenta.
- Então, eu não sabia quem era Simon, ou que ele era o dono da festa, estava acompanhada de uma amiga. Eu acabei bebendo demais e dei em cima de Simon, a namorada dele endoidou e ordenou para que me expulsasse da casa. Essa mosca morta fez o que ela pediu. E uma semana depois veio atrás de mim.
- Nossa... - Judith diz. - Eu estava esperando uma história mais romântica que essa.
Todos riram.
- Eu acho essa história a mais sem graça e morta que já ouvi. - brinco. - Sempre achei que estavam apenas brincando.
- Mas não estamos! Foi assim que conheci seu pai. Melhor fase.
- Você era nova e bebia, por que não posso fazer o mesmo? - questiono.
- Por que naquela época ninguém se aproveitaria de uma garota bêbada! - Peter se intromete.
- Exatamente! - Judith diz.
- Hoje em dia as coisas mudaram Katherine! - papai exclama.
Pronto, começaram com os sermões.***
Perto das três horas da tarde voltamos para casa. Brinquei muito com Sophie e conversei com Judith. Ela contou diversas histórias da adolescência dela, o que foi extremamente divertido.
Papai e mamãe estão tirando uma soneca, e eu, preparando-me para ir para praia com Peter. Coloquei um biquíni rosa e um short jeans.
Peter aparece na porta do meu quarto - Vamos? - ele pergunta.
- Sim! - replico.
Ele usava apenas uma bermuda, exibindo seu abdômen. Sai do quarto e desci as escadas com ele.
Ao chegar na praia, sentamos na areia e ficamos observando o mar.
- Pretende me apresentar para sua mãe? - pergunto.
- Claro que sim! Uma hora ou outra teremos que contar para seus pais, e se tudo der certo, vou apresentar vocês duas sim! - ele responde.
- Talvez ela não goste de mim... - digo.
- Está maluca? Por que não gostaria?
- Eu estou substituindo Stella, Peter! Aquilo que Judith falou prova que sua mãe gostava de Stella.
- Ela está assim agora por que se acostumou com Stella, mas uma hora ela esquece... Fique tranquila, tá? - assenti e Peter se aproxima, dando-me um beijo.
- Tio Peter? - uma voz surge atrás de nós, fazendo-me gelar por completo.******
Olá amores, como estão?
Quero dar as boas vindas aos novos leitores e leitoras
Estou pensando em criar um grupo no WhatsApp para interagir com vocês, terão spoilers, brincadeiras, enfim, conversar sobre qualquer tipo de coisa. Mas, só criarei se tiver pessoas o suficiente, caso não tenha vou descartar essa ideia. Quem quiser participar, manda o número e o seu nome por comentário ou por privado. Beijos!Grupo no Facebook: Leitores da Bia
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Desejos Proibidos - Livro 1 [COMPLETO]
ChickLit*Não permito adaptação ou qualquer tipo de plágio, por favor, respeitem o trabalho dos outros! E lembrem que plágio é crime, se eu tiver problema com isso de novo vou direto para a justiça!* Katherine Cooper acha que tem a vida perfeita para uma ad...