Capítulo vinte e três - Peter

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- Brandon? - Exclamo assustado, e levanto-me rapidamente.
- Droga! - Katherine cochicha, levantando também.
- Então... Vocês dois...
- Não é o que está pensando! - Kate diz imediatamente.
- Por favor, invente qualquer desculpa menos essa. - ele diz.
- Brandon tente entender! - replico.
- Entender? Quer que eu entenda o que? Que você está ficando com uma garota que tem idade pra ser sua filha? Foi por isso que se separou de tia Stella?
- Você não sabe nada! Não sabe o que eu passei por todos esses anos, desde que Christian morreu! - digo.
- Não põe Christian nessa história!
- Ponho sim! Desde que ele morreu, Stella tenta fazer com que eu me sinta culpado! Infernizando minha vida! Mas eu cansei! E foi esse o motivo, Katherine chegou para completar o que faltava na minha vida!
- Desculpa, mas não acredito em nenhuma palavra sua depois do que eu vi aqui! - Brandon diz por fim, e logo saiu, deixando Katherine e eu sozinhos.
- Ele vai contar tudo, Peter... - Kate diz.
- Ele não vai! - respondo quase de imediato. - Fique tranquila.
- Como posso ficar tranquila? Seu sobrinho, aquele que eu beijei ontem - ela acrescenta - viu nós dois! Não tem como ficar calma.
- Katherine, ele não vai contar nada! Confia em mim.
- Estamos ferrados! - Katherine exclama colocando a mão na testa.
- Quer ficar calma? - insisto.
- Não me peça para ficar calma! Se meus pais descobrirem minha vida acaba!
- Para de fazer drama e relaxa!
Eu sabia que Brandon não contaria para ninguém sobre o que viu, ele provavelmente agiu por impulso, pois ele sabe que eu estava falando a verdade. Já presenciou algumas brigas minhas com Stella. E também, pode estar magoado, por Katherine ter beijado ele ontem, sendo que ela está comigo. Coisa de garoto.
- Isso não é drama, Peter! - Katherine se altera.
- É sim! - seguro seus dois braços para tentar fazer com que ela parasse de agir feito louca. - Vamos entrar em casa, preparar um lanche para seus pais, e fingir que nada aconteceu, ok?
- Ok... - ela acaba cedendo.
- Vem... - Envolvo meu braço direito em volta de seu pescoço e caminhamos em direção à casa.
Ao entrar, fomos até a cozinha. Fazia muito tempo que eu mesmo não a usava, e isso me deixava com ainda maia vontade de por a mão na massa, mesmo que seja para fazer simples sanduíches. Abri a geladeira e peguei os ingredientes que utilizaria - queijo, presunto, maionese, pimenta, alface e tomate - simples e fácil.
- Pegue quatro pratos para mim, por favor! - Katherine fez o que pedi, colocando os pratos um ao lado do outro.
Peguei pão de sanduíche dentro do armário e os separei em pares, colocando-os nos pratos. Passei maionese em todos, depois, coloquei o queijo, presunto, tomate, e o alface.
- Você ou seus pais tem problemas com pimenta? - pergunto.
- Não... - Katherine responde, apenas observando com atenção cada movimento que eu realizava, do outro lado do balcão.
Apliquei algumas gotinhas no sanduíche e depois, coloquei a parte de cima.
- Prontinho! - Exclamo sorrindo.
- Rápido. Será que o gosto vai ser de sanduíche? - Katherine pergunta.
- Como assim? Não entendi... - respondo com uma pergunta, confuso.
- Tudo que você toca fica melhor. Estou ansiosa para ver se consegue fazer isso com um simples sanduíche também.
- Você está exagerando! - sorri, dando a volta no balcão, chegando até ela.
- Me tornei melhor assim que você tocou em mim pela primeira vez. Quer prova maior? - Katherine fica de frente para mim.
Com certeza aquilo me deixou sem palavras. Eu não sabia nem o que responder. Apenas sorri e aproximei meu rosto do seu. Levei minha mão direita até sua cintura, e com a outra, peguei sua mão. Katherine olhou-me com uma expressão confusa. Afastei seu corpo do balcão e colei ainda mais ao meu. Com passos leves e calmos, dancei com ela. Katherine sorriu, provavelmente me achando um bobo sem noção.
Dei-lhe um beijo rápido e afastei-me, girando-a, colei novamente nossos corpos. Em minha cabeça tocava Holding On And Letting Go do Ross Copperman. E no momento certo, juntei meus lábios aos dela. Um beijo calmo e com ternura. Precisava daquele beijo. Agarrei sua cintura calmamente, empurrei Katherine até o balcão, e a coloquei em cima dele. Quebrei o beijo e fiz uma trilha até seu pescoço.
- É arriscado... - Katherine sussurra.
Não lhe dou resposta, apenas prossigo com os beijos por sua pele lisa e macia.
As carícias urgentes de Katherine em meu cabelo e costas causava-me arrepios, e aumentava ainda mais minha vontade de tê-la mais perto. A peguei no colo e caminhei até a dispensa. Empurrei a porta com o pé, fechando-a. O lugar era um pouco escuro, havia apenas uma pequena janela no alto da parede. Coloquei Katherine sob uma pequena cômoda, ao lado da porta, e a beijei novamente, agora com mais desejo e desespero. Colei nossos corpos com força. Meu membro ficava cada vez mais duro. Com a ajuda dela, retirei seu short, caindo sobre meus pés. Desabotoei o botão da minha bermuda e em seguida, abri o zíper. Katherine baixou minha cueca rapidamente, e minha ereção ficou visível.
Puxei sua calcinha, deixando a passagem livre. Penetrei com calma, e comecei com movimentos lentos de entra e sai.
- Oh Peter... - Katherine gemeu em meu ouvido.
- Shii... - a beijei.
Aumentei o ritmo e a força das estocadas. Eu já estava quase explodindo.
- Katherine? - ouço a voz de Simon na cozinha.
Droga!
Afasto-me de Katherine rapidamente. Puxo minha cueca e a bermuda novamente. Katherine estava assustada, e com razão, desceu da cômoda rapidamente, mas em silêncio. Colocou novamente sua calcinha e o short.
Aponto para o espaço que tinha entre a estante e a parede, ela se agachou ali.
Peguei a primeira coisa que vi pela frente - um vidro de picles - e sai da dispensa, fechando a porta rapidamente. Simon levou um susto ao me ver surgir do nada.
- Peter! - ele põe a mão no coração. - Já não sou um homem novo, vá com calma.
- Desculpe! - ri.
- Viu Katherine? - ele pergunta.
- Hã... Ela acabou de sair daqui... Acho que foi para a varanda... - menti.
- Picles? - ele olha para o vidro em minha mão.
- Ér... É para o sanduíche! - menti novamente. - Que por sinal já estão quase prontos... Poderia chamar Katherine e Isabel para comerem?
- Claro! - Simon replica. - Ah, Peter...
- Que foi? - Pergunto imediatamente.
- Obrigada! - ele diz.
- Pelo o que? - pergunto confuso.
- Por ter deixado eu e minha família passar o final de semana aqui... Fez muito bem para Isabel, a gravidez está deixando-a cansada.
- Não precisa agradecer. - respondo sorrindo.
- Bom... Vou chamá-las. - Simon diz sorrindo, e em seguida, saiu da cozinha. Abri rapidamente a porta da dispensa.
- Katherine venha! - chamo.
Ela levanta e sai de lá, correndo para a sala.
Pensei que conseguiria ficar com Katherine mais tempo durante esse final de semana. Mas nunca foi tão difícil. A única vantagem foi conseguir ficar longe de Stella.
O resto do dia foi tranquilo. Estamos preparando uma fogueira em frente a casa, uma pequena despedida da praia, já que amanhã cedo voltaremos para casa.
Eu e Simon ficamos responsáveis por cuidar da fogueira, enquanto Katherine e Isabel voltavam do mercado. Foram comprar marshmallow e algumas outras besteiras para comer.
- Faz muito tempo que não acendo uma fogueira. - Simon comenta.
- Somos dois. Sinto falta disso... - digo e em seguida sento em um dos troncos. - Morei aqui até meus quinze anos, e se eu pudesse, voltava para cá.
- Por que não pode? - ele indaga.
- Tem uma coisa que me prende em Santa Monica... - replico.
- Stella?
- Não... - respondo.
- Não entendo o porquê se divorciou dela.
- Stella conseguiu me fazer bem por muito tempo... Mas depois, só soube me fazer mal, e eu burro, nunca fui homem o suficiente para dar um basta...
- O que te fez ter coragem agora? - ele interroga, e eu fiquei pensando em alguma resposta que não desse tão na cara.
- Conheci uma pessoa que me fez ver que a vida seria melhor sem Stella... Essa pessoa me faz bem como ninguém, e eu posso dizer que... - Avistei Katherine chegar.
- Que...? - Simon pergunta.
- Estou apaixonado por ela. - declaro por fim.
- Bom, eu lhe desejo felicidades Peter, e que dê tudo certo. Pelo jeito que você fala dessa mulher ela deve ser mesmo importante para você.
- E ela é! - sorri.
- Voltamos meninos! - Isabel diz, vindo em nossa direção.
Katherine estava logo atrás com algumas sacolas, levantei-me e fui ajudar.
- Obrigada! - ela exclama sorrindo.
Preparamos os marshmallow's e sentamos em nossos lugares. A noite estava perfeita para isso. Sem vento, o mar estava calmo, e a lua estava exposta. Lembra muito a época de infância. Passar quinze anos aqui foi a melhor fase da minha vida. E com certeza, se não fosse por Katherine, eu já estaria morando aqui.
Pensei em vir para cá quando estava com Stella, mas na época quem morava aqui era Judith. Mas mudou-se quando teve Sophie.
Outra vantagem de ter vindo para cá esse final de semana com certeza foi Sophie. Ela faz com que eu sinta Christian presente conosco. Talvez seja carência.

***

Chegamos em Santa Monica por volta das dez horas. Agora, eu aguardo Stella sair de casa para pegar minhas coisas. Vou ficar na casa perto da praia por um tempo, até porque não tem como eu passar o resto da vida na casa de Katherine sendo que nem da família eu sou.
- Peter pode ficar aqui se quiser! - Isabel diz, conversávamos na cozinha.
- Muito obrigado, mas realmente não posso. Não me sentiria bem com isso. - Digo.
- Por que não? Se você incomodasse ou não ajudasse teríamos motivo para deixar você ir. - Simon insiste.
- Eu agradeço muito pelo convite, mas é melhor eu ir, além do mais, vai ser bom não ter que dar de cara com Stella toda vez que eu sair de casa. - acrescento.
- Mas não deixe de vir aqui! - Simon diz. - Você sabe que já é praticamente da família e pode aparecer a hora que quiser.
- Com certeza! E vocês também, nunca foram lá, poderiam ir, posso fazer um jantar, talvez um almoço.
- Opa, falou em comida de Peter, estou dentro! - Isabel brinca e todos riram.
- Stella acabou de sair! - Katherine aparece na cozinha.
- Bom... Esta é minha deixa. - digo. - Muito obrigado por me receberem esses dias.
- Não precisa agradecer! - Simon exclama. - Conte sempre conosco.
- Vocês também. - sorri.
Me despedi de todos, inclusive de Katherine, que corou quando me aproximei dela na frente de seus pais.
Fui para a sala e sai. Caminhei até a minha casa - ou de Stella. Abri a porta e entrei. O ambiente parecia estranho, diferente. Os retratos de casamento que antes ficavam pendurados nas paredes já não estavam mais lá. Stella juntou tudo que era meu, e colocou no canto, perto da porta.
- Já coloquei ai para sua visita ser mais rápida. - Viro-me. Stella estava parada na porta. - Imaginei que viesse.
Não falei uma palavra sequer.
- Foi viajar no final de semana, espero que tenha se divertido. Parece que virou melhor amigo dos Cooper.
- Eles são pessoas ótimas! - digo seco.
- Quando é que eles vão adotar você? - Stella é irônica.
Ignorei suas palavras. Peguei minhas malas e passei por ela, que por sinal não fez nenhum esforço para sair do lugar.
- Não, espera, seria estranho um homem adotado transar com a nova irmã, ou não? - Parei de andar por impulso. - Simon e Isabel adorariam saber disso.
- Não sei do que está falando! - falei a primeira coisa que veio na cabeça.
- Não sabe? Tem certeza? Pois um passarinho verde me falou, e mostrou coisas que provam isso. Não teria problema se eu mostrasse para os pais de Katherine, né?
- O que você que Stella? - indago, virando-me para ela.
- Acha que vou chantagear você? Que se você não voltar para mim contarei tudo? Pois se acha isso está enganado. Eu vou fazer assim... - ela prossegue se aproximando. - Vou deixar você ir, e te atormentar com a ideia de que eu posso a qualquer momento contar tudo para eles. E seu lindo romance de verão acaba.
Eu estava nas mãos de Stella. Qualquer coisa que eu fizesse agora seria arriscado demais. David provavelmente deve ter contado para ela. Aquele filho da mãe!
Eu não posso perder Katherine.

Desejos Proibidos - Livro 1 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora