CAPÍTULO 25: O PLANO DE HUNT

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Raios de sol, boa noite!
Como vão?

Amores, eu sei que os dias de atualização sempre foram aos sábados, mas eu estou cogitando pública-los durante a semana, porque eu passo o sábado escrevendo e não consigo revisar no mesmo dia. Vocês acham que é viável, quero a opinião de vcs!

Bjs, boa leitura 💛☀️

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HUNT
SEGUNDA-FEIRA

Ayan e Akk pareciam duas crianças perdidas esperando pela mãe em um shopping lotado, seus olhos carregavam um misto de medo e ansiedade enquanto aguardavam o mais velho buscá-los.

Hunt destrancou as portas traseiras do carro e os dois entraram rapidamente. Apenas no conforto do carro os garotos se permitiram respirar aliviados.

— Vocês podem me contar o que está acontecendo? Porque ao menos que a diretora tenha ameaçado a vida de vocês, não vejo razão para tanto medo!

Hunt lançou um olhar furioso pelo retrovisor do carro enquanto entrava na rodovia. Akk tinha ligado para ele e pedido para que Hunt os buscasse na escola antes mesmo do início da primeira aula. O homem saiu de casa às pressas, acreditando que o pior estava prestes a acontecer.

— Suppalo não é um local seguro, nossa casa não é um local seguro, a casa de Ayan não é um local seguro! — Akk listou todos os fatos nos dedos e Hunt se perguntou porque o adolescente levou tanto tempo para perceber algo que para si já era um fato há séculos.

— Precisamos de um plano de ação! - Ayan foi direto ao ponto e Hunt os encarou pelo retrovisor do carro.

— Ah, então agora vocês querem um plano?!

Hunt soltou uma risada nasalada e dirigiu em silêncio até sua casa. Quando chegou, desceu até o porão com os garotos e pediu para que sentassem no sofá.

Akk e Ayan estavam assustados, perguntavam-se se a calmaria de Hunt era como o silêncio que antecede o trovão. Akk sabia que teria que escutar Hunt a partir daquele momento, porque o amigo estava fazendo muita mais do que devia ao abriga-lo em sua casa e protegê-lo.

— Primeiro, eu quero saber se vocês realmente estão dispostos a fazer o que eu vou propor, ou se estão apenas tomados pelo medo. Porque se estivessem agindo por medo, não vão conseguir cumprir um terço do que é necessário!

Akk e Ayan se olharam por alguns segundos, seus olhos de pupilas dilatadas conversavam silenciosamente, esperando encontrar um no outro forças para responder a pergunta.

Obviamente ambos estavam com medo, mas não havia escapatória. Akk precisava começar a agir como um adulto e se responsabilizar por suas escolhas, bem como Ayan tinha que encontrar uma forma de vingar o passado do irmão.

— Eu aceito! - Akk falou primeiro e Ayan o acompanhou.

— Estou dentro!

Hunt caminhou até uma das extremidades da sala e abriu um armário velho. De lá retirou uma caixa de metal que estava trancada com um cadeado grosso e enferrujado.

— Quando tudo aconteceu, Pete me fez garantir que iria guardar comigo as provas que tínhamos para destruir Suppalo, então eu coloquei tudo aqui dentro! - os garotos olharam para o objeto velho, que mais parecia uma caixa de sapatos de metal — Eu tenho apenas metade das provas, a outra parte foi apreendida pelos assassinos que tentaram matá-lo.

— E onde estão as outras provas? - Ayan perguntou, mas algo em seu subconsciente lhe alertou sobre a resposta.

- Provavelmente tudo foi destruído pela diretora de Suppalo, então teremos que conseguir novas!

— Deixa comigo! - Akk deu um passo à frente, mas Hunt colocou a mão em seu peito, imobilizando o garoto onde ele estava.

— Calma, aí, garotão! Você não pode se arriscar e entrar na sala da diretora assim!

— É melhor que seja eu! - Akk reafirmou, projetando o queixo para frente em uma posição imponente. — Ayan não conseguiria nem passar da porta, todos os olhos estão nele!

— E você por acaso é diferente? - Ayan cruzou os braços em frente ao corpo, adquirindo uma postura impotente. — Você é tão vigiado quanto eu em Suppalo, Akk!

— Jura? E porque será?

Akk sentiu o sangue fervendo. Não conseguia entender a dificuldade de Ayan em aceitar ajuda. Mesmo que ele tivesse razões recém descobertas para travar aquela batalha com Suppalo, Akk estava ali há muito mais tempo e poderia ser de grande ajuda.

— Foi por sua causa que eu perdi o reconhecimento frente a diretora. Eu tinha tudo orquestrado até você aparecer em Suppalo e ferrar com tudo!

Ferrar com tudo?

Ayan sentiu a garganta amargando, não conseguia acreditar que Akk podia ser tão egoísta. Pete tinha passado por uma experiência de quase morte por tentar desvendar os podres de Suppalo e agora que ele queria fazer o mesmo era visto com maus olhos.

— Escuta aqui, você não sabe um terço das merdas que eu passei cuidando do meu irmão sozinho. Eu não tive apoio, não tive ajuda, não tive sequer alguém para ligar e desabafar nas minhas noites mais difíceis. Então não venha dizer o que eu posso ou não fazer nessa merda!

Ayan encarou Akk nos olhos, percebendo que toda a raiva que emanava de seus olhos foi se dissipando ao se deparar com a realidade dos fatos.

— Tudo bem, já chega!

Hunt interrompeu, percebendo que daquela discurso nenhuma boa ideia surgiria. Ele tirou do bolso seu celular, que não tinha muitas funções além de realizar ligações e tirar fotos, ele acreditava que manter redes sociais era um facilitador para os perseguidores do Movimento e tecnicamente, depois de tudo o que ele passou ao lado de Pete, não estava errado.

Os garotos o observaram enquanto discava um número e colocava o celular no ouvido.

— Você está bem? - ele perguntou a pessoa — Certo, precisamos nos reunir. Existem coisas que eu preciso te contar!

Akk se levantou, curioso para saber quem estava do outro lado da linha. Hunt não era nenhum amador no que de tratava de agir com cautela, então Akk soube naquele momento que ele estava contatando alguém de muita confiança.

— Era a Angel! - Hunt sanou a curiosidade do garoto.

— Pera aí...você vai envolver a Angel nisso?

Akk estava confuso. Hunt havia mentido para todos os membros do Movimento sobre o paradeiro de Pete e Angel era a pessoa que mais buscou por ele após o acidente. Pedir ajuda para ela naquele momento significava que ele teria que explicar tudo o que escondeu durante os anos.

— E você acha mesmo que só nós três vamos conseguir derrubar Suppalo? - Hunt guardou o celular no bolso e pegou a caixa de metal, colocando-a no mesmo lugar em que estava. — Akk, mesmo com ajuda de todos os membros do Movimento, ainda corremos riscos. Alem do mais, você e o Ayan são adolescentes, não podemos arriscar a vida de dois garotos!

— Com ou sem ajuda, nós vamos correr riscos! - ele retrucou — Ou você se esqueceu do dia em que tentaram invadir meu dormitório?

— Eu não esqueci daquele dia e é exatamente por isso que eu não vou deixar vocês sem proteção durante essa ação. Não vou deixar que aconteça com vocês o mesmo que aconteceu com o Pete!

Akk, que estava tomado pela raiva, sentiu seus músculos vacilarem. Em seu imaginário, ele acreditava que Hunt não lhe permitia tomar iniciativa porque achava que ele era fraco, impotente, mas na verdade ele tinha medo de perder mais uma pessoa para os perseguidores.

— Me desculpe, Hunt!

Akk se sentou novamente e fitou o chão. Sentiu a mão de Ayan repousar-se sob sua perna, mas não teve coragem de olha-lo nos olhos. Estava envergonhado demais para tal.

O Novato | AkkayanOnde histórias criam vida. Descubra agora