Capítulo 1

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Sunshine narrando

Hoje o dia não amanheceu muito bom. Apesar de ser meu aniversário de vinte e um anos, a saudade que tenho sentido dos meus pais, a falta que eles me fazem está enorme hoje. Já se passaram quatorze anos que eles me deixaram, mas tem dias que a dor e as lembranças me invadem de uma forma que eu não sei explicar. Principalmente nos dias em que eu faço aniversário, me sinto culpada de estar vivendo.
Meus aniversários nunca mais foram os mesmos desde o dia em que eles se foram. Já é ruim demais perder os pais, mas eles tinham que partir justamente no dia do meu aniversário?

Há 14 anos...

- Bom dia princesa! Quem está ficando mais velha hoje? Olha o que a mamãe comprou pra você.

- Bom dia mamãe! Que linda mamãe! - Levantei depressa e agarrei no pescoço de minha mãe, dando um abraço forte.

- Era essa almofada mesmo que você queria? Essa cheinha de paetês?

- Sim mamãe, era essa mesmo, muito obrigada. - Ela me entregou a almofada e eu fiquei distraída virando os paetês, de um lado era rosa e do outro era prata.

- Posso entrar? - A voz calorosa e forte de meu pai soou dentro do quarto.

- Olha papai! Venha virar comigo.

- Pelo jeito você gostou mesmo do presente, e eu querendo comprar algo mais caro. Sua mãe sempre sabe os nossos gostos, não é? - Ele se aproximou e deu um beijo na testa de minha mãe, que estava senda na cama. Logo após sentou do meu lado, eu peguei sua mão pra virar os paetês comigo.

- Eu vou guardar essa almofada pra sempre. - Olhei pra ele e sorri, ele retribuiu.

- Vou até a cozinha, só um minuto. - Mamãe deu beijo em minha testa e saiu.

Em poucos minutos voltou. Ela  tinha uma bandeja de madeira nas mãos, cheia de frutas, biscoitos, doces e o meu preferido... Cupcake de frutas vermelhas. No cupcake tinha uma vela de sete anos.

- Feliz aniversário! Falaram eles uníssono.

- Eu amo vocês! Me levantei depressa pra ajudar a mamãe, meu pai também foi em nossa direção.

- Coma tudo o que você quiser, caso queira mais, pede pra Lua trazer pra você. Ela ficará aqui hoje cuidando de você enquanto vamos em uma reunião. Prometo não demorar! - Mamãe olhou nos meus olhos e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Comam comigo, só um pedacinho... Por favor... - Fiz um biquinho pra eles.

- Quem resiste a essa chantagem? - Papai falou e sorriu. - Vamos acender a vela e cantar os parabéns, daí ajudamos você a comer.

Papai acendeu a vela e cantamos parabéns, daí cada um deu uma mordida no cupcake.

- Agora entendo porque esse é o seu preferido, está delicioso. Agora é o me preferido também. - Papai disse, limpando a boca com um guardanapo.

- E o meu também! - Respondeu mamãe, lambendo um dos dedos.

- Com licença senhora. - Disse Lua, parada na porta do quarto. - O senhor Woo-bin está lá embaixo esperando.

- Ok! Obrigada! - Mamãe se virou pra mim. - Vamos logo e não vamos demorar. Se ficar com saudade olhe pro horizonte, antes do pôr do sol voltaremos. Pense aí onde você quer ir pra comemoramos seu aniversário.

Mamãe deu um beijo na minha testa e papai também.

- Eu amo vocês! - Olhei nos olhos deles e dei um abraço apertado nos dois.

- Também amamos você! Não se esqueça.- Falaram uníssono, ainda abraçados comigo.

- Até logo meu raio de sol! - Mamãe disse ao sair.

Fiquei ali sentada brincando com a almofada, ouvi quando a porta da sala se fechou. Corri na janela e vi o carro partindo. Meu pai me deu um adeus pelo vidro do bando do carona. E sussurrou um E.U T.E A.M.O. Eu retribuí fazendo um coração.

Ao acabar de comer o Cupcake tomei banho e vesti um vestido rosa de tule florido, que mamãe tinha deixado separado no banheiro.
Quando desci as escadas, meus amigos estavam todos lá. Gritaram para mim

- Surpresa!

- Ah, que legal! Muito obrigada por terem vindo.

Tinha bolo, muitos cupcakes, docinhos , balões coloridos. Mamãe tinha feito umas sacolinhas com brindes para meus amiguinhos. Meu dia estava começando maravilhosamente bem. E eu queria que eles voltassem logo pra eu  agradece-los.

- Sun, trouxe pra você. Espero muito que goste. - Falou Seo-joon. Ele era meu melhor amigo. Seus pais eram muito amigos dos meus pais.

- Muito obrigada Joon. Eu amei. - Ele me deu um chaveiro que era a mini versão da almofada que mamãe me deu. Atrás estava escrito Sun, era o jeito que ele me chamava e Joon, o jeito que eu o chamava. Dei um abraço apertado nele e um beijo em seu rosto. - Muito obrigada mesmo.

- Olá, Sunshine! - Disse Pablo, me puxando pelo braço.

- Ei, seu bruto! Vai machuca-la! - Ramony vinha se aproximando,ela é irmã de Pablo.

- Fica na sua! - Respondeu ele pra ela. - Feliz aniversário, aqui seu presente, não sei o que é, a Ramony que escolheu.

- Como pode ser tão sem educação? - Ramony pegou a sacolinha da mão do irmão e me entregou. - Feliz aniversário amiga. Amo você! - Ramony era uma das pessoas que eu mais gostava. Ela era meiga e atenciosa. A contrário de seu irmão. A diferença de idade não atrapalhava,  ela me tratava muito bem.

Pablo e Ramony tinham dez anos, eram os gêmeos mais ricos que conhecia. Apesar de todos nós termos uma classe social elevada.


A festa foi bem divertida e aos poucos todos começaram a ir embora. O último a sair foi Joon. A tarde já tinha começado, e ainda meus pais não tinham voltado. Eu morava em uma casa de frente para praia. Meus pais tinham isso em comum, gostavam de ver o pôr do sol, por isso meu nome. Após olhar muito em direção ao horizonte, me senti um pouco cansada. Após o pôr do sol decidi entrar.
Estava cansada e com sono. Após a janta deitei no sofá da sala esperando que eles voltassem.
Acabou que adormeci ali. Acordei com algumas pessoas falando, a sirene do carro da polícia estava ligada lá fora.

- Lua, Lua! O que está acontecendo? - Corri em direção a minha babá que estava em pé na porta, falando com os policiais.

- Calma minha menina, não é nada. Vem! - Ela me puxou pela mão e fechou a porta da sala, me levou para meu quarto.

- O que houve, cadê o papai e a mamãe? - Olhei pra ela e as lágrimas escorriam em seu rosto. - Por que você está chorando? - Limpei o rosto dela com as minhas mãos.

- Estou um pouco triste, acho que estou resfriada também. - Ela forçou um sorriso.

- Então vem, você vai deitar aqui comigo. Até a dor de cabeça passar. - Deitei na cama e ela deitou do meu lado. Me agarrei nela e ela nos cobriu. Adormeci assim...

SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora