Capítulo 37

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Mariano narrando

Tem uns seis meses que terminei uma relação de que cinco anos. Peguei minha noiva com o melhor amigo de infância.
Na hora eu quis mata-los, mas vi que não valia a pena.
Após uma breve discussão, peguei minhas roupas que estavam no nosso apartamento enfiei na bolsa e sai sem olhar pra trás.
Recebi muita educação dos meus pais e não queria envergonha-los.
Apesar de ter vinte e sete anos, sou muito maduro para minha idade.
Voltei para a casa dos meus pais e comecei a ajudar meu pai com as ações e investimentos.
Apareceu uma empresa brasileira para fazermos um investimento. Eu teria que me instalar mais próximo da empresa para não ficar indo e vindo. São quatro horas de viagem pra ir e quatro para voltar.

- Filho, e aí decidiu se vai ou não? - Meu pai entrou na sala onde eu estava assistindo televisão.

- Estou pensando só na distância. Levantei e fui ao encontro dele.

- Se for esse o problema, está resolvido. Nesse período que você estava fora, comprei uma casa naquela região, deve ser umas meia hora ou uns quarenta minutos da empresa que estamos pensando em investir. Daí você pode ir e ver o que acha. Depois da reunião você pode ver se vale a pena ou não.

- Não custa tentar, né? Pelo menos vou conhecer um lugar novo. Vou arrumar algumas coisas e amanhã eu vou. Obrigado pai. - Abracei meu velho e dei um beijo em sua cabeça. Fui até o quarto de minha mãe e ela estava sentada lendo um livro.

- Oi meu filho, está aí há muito tempo?

- Não , cheguei agora. Estou admirando o quanto a senhora é linda. - Sentei na beirada da cama e deitei na altura do seu tórax.

- O que foi? Tem algo acontecendo? - Ela fechou o livro e passou a mão no meu rosto.

- Não, não é nada. Só queria mesmo deitar aqui um pouquinho. Amanhã eu vou ver uma empresa para fazermos uns investimentos, papai falou que tem uma casa próxima de lá. Caso eu feche com eles, vou morar lá por tempo indeterminado.

- Sabe, compramos aquela casa pensando em dar pra você mesmo. Fomos lá umas quatro vezes. Mas depois de tudo o que você passou, não tocamos mais no assunto.

- Entendo, eu já superei. Mas não quer dizer que não tenha medo de me envolver novamente. - Ela acariciava meus cabelos.

- Que bom filho. Mas não tenha medo, as pessoas são diferentes umas das outras. Você merece ser feliz e ter uma família. Você é um menino bom, com certeza Deus vai por alguém especial em seu caminho.

- Obrigado mãe, vou arrumar umas coisas e vou deitar. Amanhã vou pra empresa e depois sigo viagem. - Dei um beijo em sua testa e fui para meu quarto.

Deitei na cama e fiquei pensando no que minha mãe me disse. Será que eu devo abrir esse coração que já foi muito machucado para novas oportunidades?
Amanhã devo começar uma nova vida, caso dê tudo certo. Arrumei as minhas malas e deitei.

Acordei pela manhã e fui para meu vício, academia. Desconto toda a minha raiva, angústia e frustrações nos pesos.
Após o treino, tomei uma ducha, tomei café com meus pais, coloquei as malas no carro e fui a nossa empresa, logo segui viagem.

Conheci a empresa que iríamos investir, mas o tal do Pablo não me agradou muito. É um tipo de playboy mimado.
Quando entrei na sala ele estava tentando falar com uma tal de Sunshine, pelo jeito deu um toco nele, sua cara não era das boas.
Pessoas assim sempre causam problemas. Evito ao máximo o convívio.
Fiquei de conversar com meu pai e logo voltaria com a resposta.
Liguei o GPS e fui para o endereço da casa.
O lugar era bem seguro e bonito também. Passei por uma vizinha que estava lavando o carro, era bem animada. Estava dançando uma música engraçada, acho que era Kpop.
Quando ela olhou na minha direção, tive vontade de parar na hora.
Uma das mulheres mais lindas que já vi na vida. Fui até a casa e voltei para cumprimentar-la, vai que ela viu minha cara de besta a olhando. Não quero que tenha um pensamento ruim sobre mim.

Por um instante pedi aos céus pra ela não ser comprometida. Examinei sua mão e não tinha aliança, isso me trouxe uma certa esperança.
Não quis ser desagradável, fui logo saindo para não enfadar Sunshine.
Fiquei pensando, onde eu tinha ouvido esse nome...
Eu estava em dúvida se ia ficar ali até aquela hora. Sunshine me fez ter certeza de ficar. Liguei para meu pai e resolvi tudo com ele. Como o nosso compromisso vai ser com pai de Pablo, não vejo problema nisso.

A casa estava limpa, mas eu teria que arrumar alguém pra mantê-la assim.
Tinha uma piscina enorme e uma acadêmia. Não pensei duas vezes, tirei a roupa e cai na piscina.
A água gelada me fez esquecer as tensões do dia a dia.
Vi algumas luzes acendendo na casa do lado, parecia que tinha pessoas lá.
Após o banho de piscina tomei uma ducha e fui buscar meu carregador no carro. Queria pedir almoço, mas o celular estava descarregando.
Dei de cara com Sunshine e um rapaz, parecia ser algo dela. Não sabia se eles estavam vindo da casa ao lado e resolvi perguntar se eles conheciam os moradores dali.
O rapaz parece ser muito ciumento, deu pra ver o sorriso preso de Sunshine. Me despedi deles, esqueci até de perguntar o nome dele e entrei novamente, nem peguei o carregador.

Eu não o julgo, eu também morreria de ciúmes de uma mulher linda assim. Até inventei que gostava de mulheres mais velhas, só pra não causar mais desconforto.
Mas acho que não o convenci.

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