Capítulo 25

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Sunshine narrando

Fomos no mercado e logo após fomos pro meu apartamento.
Amanhã eu não teria que trabalhar. Decidi que ia ficar na casa de Joon essa semana.
Fico mega preocupada com esses pesadelos que ele tem tido. Me sinto feliz por poder fazer alguma coisa para ajudá-lo.

- Joon, tem certeza que eu posso levar essa quantidade de coisas?

- Se você quiser , eu alugo um caminhão e peço pra vir aqui buscar o resto. O que acha?

- Uma ótima proposta. Fiquei tentada agora. - Falei sorrindo e coloquei a mão no peito. - Por falar nisso... Tenho que ver quanto tempo eu vou ficar  aqui na Itália. Estou querendo comprar uma casa.

- Você pode morar comigo, pelo tempo que quiser.

- Eu tenho receio de tirar sua privacidade, talvez você queira receber uns amigos ...

-  A amiga que eu quero receber é você. Pensa na proposta direitinho.

- Tá bom. Juro que vou pensar.  Amanhã eu venho com você pro seu trabalho. Vou vir pegar meu carro.  Não quero ficar te incomodando. Sei que você vai falar que não incomodo, mas eu sinto que sim.

- E era o que realmente eu ia falar. Mas não quero que se sinta presa, quero você bem.

Acabei de arrumar minhas coisas e fomos caminhando em direção ao carro de Joon. Vi quando o carro de Pablo entrou na garagem, pelo visto ele não nos viu.
Fomos ao supermercado e comprarmos as coisas para uma janta brasileira. Era ruim estar por muito tempo em um país que não era o seu, se tratando de comida.
Até que eu amo os pratos italianos, mas dá uma saudade da comida de nosso país.

- Vem aqui, vou te ensinar a fazer, depois você vai cozinhar pra mim... Pera aí... Joon, não podemos comer isso. - Coloquei a mão na boca.

- Por que não? - Ele franziu a sobrancelha e fez uma cara de que não estava entendendo.

- A tatuagem,  vai inflamar.

- É mesmo. Como não pensei nisso? - Ele colocou a mão na testa.

- Então deixa a feijoada pra semana que vem. Congela tudo.  Vou fazer carne assada com batata. O que acha?

- Que delícia!

- Você sabe fazer comida coreana? Gostaria muito de experimentar a sopa de algas.

- Sei algumas, a sopa eu sei fazer sim. Mas caso você queira comer algo que eu não saiba, eu conheço um restaurante coreano aqui.

- Sério? Então podemos ir um dia. Mas eu quero experimentar a sua sopa.

Joon descascou as batatas, enquanto eu fazia as outras coisas. Ele se prontificou para fazer o arroz.
Enquanto estávamos esperando, sentamos no sofá e começamos assistir uma série.
Sentei do lado dele e encostei a cabeça em seu braço.
Como era bom ter alguém cuidando de você.

O jantar ficou pronto, estava realmente bom. Logo que acabamos de comer, voltamos a ver a série.
O celular de Joon tocou, era um número desconhecido. Após Joon terminar de falar ele olhou pro meu  rosto e riu.

- O que foi? Quem era?

- Era meu pai. Ele falou que quer vir passar uns dias comigo. Falou que agora já pode sair do Brasil.

- Que legal, você deve estar com muita saudade.

- Estou sim, mas eu quero que ele me explique o que realmente aconteceu. O motivo dele ter sido preso.

- Tem coisas que é melhor deixar no passado.

- Mas eu tenho que descobrir, só assim esses pesadelos  vão embora.

- Está ficando tarde e você tem que descansar. Tem que dormir pelo menos oito horas.

- Então vamos. - Ele esticou a mão para mim.

- Vamos? - Falei brincado. - Não entendi não.

- Preciso do meu nana nenê. Não vou sem você. - Em cruzou os braços, fez um bico e bateu o pé.

- Ah, então quer dizer que eu não tenho mais livre arbítrio?

- Se tratando disso, você não tem. Você é obrigada me por pra dormir. - Ele me pegou pela mão e me abraçou por trás. Aquilo causou um arrepio no meu corpo. - Vamos minha babá. - Ele foi subindo as escadas agarrado em mim.

- Olha aqui, eu quero um contrato. Tenho meus direitos. - Eu quase não conseguia falar, de tanto que ria.

- Podemos fazer um, você pode colocar o que quiser. Só deixa eu escolher uma coisa, você tem que me por pra dormir. E tem que deitar junto comigo, me fazer cafuné até eu dormir.

- Está bem. Amanhã vou ver isso. - Ri pra ele. - Vou tomar banho, minhas coisas estão no quarto da frente. Já volto.

- Tá bom, vou tomar banho também e deitar. Te espero acordado. - Ele sorriu fazendo aquela covinha linda.

Tomei banho, escovei os dentes e coloquei meu baby doll de algodão. Era um short e uma regata cheio de donuts desenhado.
Fiz uma trança no cabelo e fui andando na ponta do pé, até chegar no quarto dele.

- Não precisa tanto silêncio, eu estou acordado. Falei que ia te esperar acordado. - Eu cai na gargalhada.

- Não é que este acordado mesmo? Levei um susto. - Fui caminhando em direção a cama. Ele me acompanhava com os olhos.

- Que desenhos são esses no seu baby doll ? - Ele estava sem óculos.

- São donuts. - Ele já estava deitado, deitei do lado dele e  aproximei meu corpo do dele e levantei a barra da blusa pra ele enxergar melhor - Dá pra ver?

- Sim. Eu convivi com pessoas que usam estampas. Minha mãe só usa cores lisas.

- Entendi. Pode se acostumar então, você vai ver muitas estampas.

- Pessoas que usam estampas são  as mais felizes. Estou vendo isso no meu dia a dia. Não é uma regra, mas a maioria são felizes.

- Deve ser por isso que eu peguei esse baby doll. Eu nunca tinha usado ele, deve ser porque agora vivo feliz. Vem, deixa eu te fazer dormir.

- Você é meu filtro dos sonhos. Você prefere que eu deite de frente pra você ou de costas?

- Do jeito que você achar melhor.

- Então vou ficar de frente. - Ele enfiou o rosto no meu pescoço e respirou fundo. Envolvi meus braços ao redor dele. - Boa noite minha Sun. - Ele levantou o rosto pra dar um beijo no meu queixo e eu abaixei o rosto pra dar um beijo em sua testa.

SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora