Capítulo 42

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Sunshine narrando

Eu estava apavorada e pedia a Deus para aquilo tudo passar logo. Quanto mais eu mexia as mãos, mais sentia meu pulso cortar. Respirei fundo e tentei me acalmar. Pedia a Deus pela vida de Matias, tomara que esteja tudo bem com ele.
Ouvi um barulho de porta abrindo e escutei passos. A luz do comodo onde eu estava era fraca.
Primeiro entrou um homem, parecia que era o chefe deles, eles abaixaram a cabeça assim que ele entrou. Ele veio até mim e me segurou pelo queixo.

- Gente, o temos aqui? Que bebê mais linda. - Ele virou meu rosto para os lados me examinando. Parou os olhos no colar no meu pescoço. - E tem bom gosto... - Ele desceu o dedo pelo o meu pescoço e parou na altura os meus seios. Minha respiração ficou ofegante e meus olhos encheram de lágrimas.

- O que está fazendo Gates? - A voz veio por trás dele. - Quando ele se virou eu vi Pablo. Ele estava com os botões da  blusa abertos e com uma garrafa quase vazia de vodka na mão.

- O que eu falei com você? Você é um imbecil mesmo, não é?  - Ele foi andando em direção a Pablo. - Nada de nomes! Nada de nomes!

- O combinado não foi esse também. Tira a mão dela.  Por que o segurança está desacordado? - Ele olhou e viu Matias com a cabeça pendurada.

- Eu faço as regras agora. - O tal do Gates veio andando em minha direção.

- É o quê? Você faz as regras? Cara, eu só quero conversar com ela, esse foi o trato.

- Mas eu não posso deixa-la ir embora , já que ela viu meu rosto e já sabe meu nome. Você acha que eu sou otário? - Ele olhou pra mim  e parou ao lado de Pablo. - Você não me disse que ela era linda assim... Posso brincar com ela... O que acha Pablo?

- Não foi esse o combinado. Eu já te paguei pelos os seus serviços. Vocês já podem ir embora que eu me viro com eles.

- Você acha mesmo que vamos embora? Fala o que você tiver que falar pra ela e depois vaza. Estou pensando ainda no que posso fazer... Talvez peça um resgate ou talvez brinque com ela e a mate depois. - Ele veio andando em minha direção.

- Você não está falando sério, está? - Havia preocupação no rosto de Pablo.

- Nunca falei tão sério na minha vida. - Ele estava parado na minha frete me olhando. Parecia mais uma análise. - Vou sair e deixar vocês a sós, conversem. Logo pela manhã eu volto, tenho um trabalho pra fazer agora. Se é que me entende... - Ele colocou dois dedos do lado da cabeça e simulou um tiro com o polegar. - Não ouse me trair, eu sei onde te encontrar. - Ele bateu no ombro de Pablo. Ele caminhou até a porta e saiu. Pablo andava de um lado para o outro coçando a cabeça.

- Que droga que eu fiz! - Ele bateu com a garrafa na lateral da cabeça. Veio andando até mim e tirou a fita da minha boca. Senti meus lábios sendo rasgados e logo após o gosto do sangue.

- Pablo, o que está acontecendo? - Minha voz era trêmula.

- Eu fiz uma grande besteira, tá? Eu só queria conversar com você. Só isso! Mas você me evitou, não foi? - Ele segurou no meu rosto e apertou.

- Você está me machucando, me solta! - Falei entre os dentes.

- Eu só queria te explicar umas coisas... - Ele ajoelhou na minha frente.

- O que você fez Pablo? Me explica o que está acontecendo.

- Eu queria te explicar o motivo de ter agido daquela forma com você. Mas você me ouviu? Não! Sumiu e não deixou rastro. Eu tinha que falar com você de algum jeito. Eu estou queimado de ciúmes, tá legal? Eu não suporto a idéia de ter perdido você!

- Você ficou louco? Sempre disse que não queria nada sério comigo e agora isso?

- É porque eu sabia que você sempre estaria ali me esperando. Quando voltei e não te vi mais lá me esperando, isso me fez surtar. Eu preciso de você Sunshine. Eu sou louco por você.

- Não é possível que isso esteja acontecendo.

- Está!  Eu estou aqui ajoelhado na sua frente te implorando pra ficar comigo. Eu vou mudar, por você. Eu te amo!

- De você eu não quero nada. Olha o que você está fazendo, olha onde eu estou. Que amor é esse que causa dor nos outros?

- Não era pra ser assim, eu juro que não era.

- E agora? O que vai acontecer? Eu ouvi falar que eu não vou poder ir embora, vão me matar? Vão pedir dinheiro?

- Eu vou conversar com eles, tá legal? Eles não vão fazer nada com você.

- E quanto ao Matias? O que vão fazer com ele?

- Por que você tinha que estar com um segurança Sunshine? Eles vão mata-lo, eu ouvi eles falarem sobre isso.

- Você... Você não pode estar falando sério. Eu não posso acreditar nisso. - Ele sentou no chão e ficou me olhando.  - Ele não tem nada haver com tudo isso, deixa ele ir. - Comecei a chorar e Pablo me olhava.

- Eu sinto muito! Isso não está dentro do meu controle.

- Você é filho da mãe egoísta Pablo! Você só pensa em você! Só pensa nos seus sentimentos. E se eu falar que eu não quero nada com você, heim? Vai me manter aqui presa?

- Se for preciso eu mantenho. Não vou aceitar ver você com outro. 

- E você acha que isso é amor?

- Eu só não quero que ninguém toque em você. Você vai ser minha.

- Você está doente Pablo, tem que se tratar. Isso não é normal.

- Sabe, eu sempre achei que nunca sofreria por mulher. Por isso sempre me fiz de forte. Me aproveitei da sua fragilidade, fiz você  ficar louca por mim. Eu sempre gostei de você, só não quis dar o braço a torcer. Quando vi que você estava muito apegada a mim, fiquei na área de conforto. Você parecia não ter amor próprio e isso me ajudou muito. Agora você é outra pessoa, tão confiante...

- Eu descobri o que é ser amada de verdade, sem ter que mendigar atenção.

- Infelizmente você não vai poder viver o que planejou... Seja ao lado do Seo-joon ou ao lado do Mariano. Eu não vou deixar você ir.

- Para de ser louco Pablo! Você vai prejudicar a sua vida e a dos seus pais.

- Desde que eu tenha você, eu não ligo.

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