Capítulo 6

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Memórias de Adam

Eu poderia ficar naquela posição por horas. Não queria soltar Serenity e pelo visto ela também não queria me soltar. Me afastei um pouquinho e ela me puxou pela gola do casaco.
Eu preciso dessa mulher na minha vida, nunca quis tanto estar com uma pessoa.
Nos soltamos vagarosamente e encostamos nossas testas. Ela mordeu o lábio inferior e eu ainda saboreava seu gosto nos meus lábios.

- Adam, o que fazemos agora? - Me afastei um pouco para olhar ela.

- Como assim? - Fiz uma cara de quem não entendeu a pergunta.

- Eu não quero que você me tenha como uma pessoa interesseira, mas eu acho que me apaixonei por você a primeira vista. Quando entrei nessa cafeteria, eu só enxerguei você, por isso fui em sua direção. Não consegui dormir, de tanto que pensei em você. Eu devo estar louca, ou é carência mesmo... - Ela cobriu o rosto com as duas mãos e balançou negativamente a cabeça. - Eu nunca fui de querer me envolver com ninguém, mas penso que a vida é muito curta pra não arriscarmos, temos que viver o hoje e ser feliz hoje. E eu quero muito estar com você, mas não sei o que faço.

- Eu estava tentando te falar isso tudo, só não sabia como. - Tirei as mãos dela do rosto. - Então você entende o que eu estou sentindo. Pensei que eu estava ficando louco, pensei também ser carência. - Sorri e cocei a cabeça.

- Então... O que faremos? Eu não quero ter que ficar sem você. - Ela me olhou nos olhos e seus olhos estavam rasos de lágrimas.

- Eu também não quero ficar sem você. - Uma lágrima escorreu em seu rosto, eu a sequei com meu polegar. - Por favor, não faz isso. Não chora, isso faz meu coração doer.

- Eu tenho medo. - Ela deu um sorriso fraco.

- Medo de quê? Eu estou aqui falando que eu estou loucamente querendo ficar com você...

- E se eu te decepcionar? E se as pessoas falarem...

- Xiiiuuu. - Coloquei meu indicador em seus lábios. - Não quero questionamentos agora. Se estamos com medo, temos que ir com medo mesmo. Pelo menos tentaremos.
Eu não quero ter que viver sem você. - Segurei seu rosto com as minhas duas mãos. - Serenity, eu estou aqui procurando um jeito de te dizer isso, então vou direto ao ponto. Você quer namorar comigo?

- Ahm? Lógico que eu quero. Ah, Adam... - Ela chorava tanto que chegava a soluçar.

- Para de chorar, eu já falei que isso faz meu coração doer. - A levantei pela mão e pela primeira vez eu a puxei pra um abraço. Parece que todas as minhas dores, escuridão se foram. Eu senti meu interior sendo curado, meus muros caíram. Eu estava desesperado por tê-la comigo todos os dias. Parece que um fardo enorme saiu das minhas costas.

- Eu estou sentido tanta paz, me sinto protegida, amada... - Ela respirou fundo e deitou a cabeça no meu ombro.

- É muito bom ouvir isso. Pois é bem assim que me sinto. - Ficamos ali abraçados e desfrutando o momento.

- Hoje o café é em comemoração ao nosso pedido de namoro. - Ela riu.

- Eu acho que podemos jantar em um restaurante mais tarde também. Só um café é pouco pra esse grande marco. - Você não acha?

- Sim, eu pago jantar então.

- Negativo, eu que convidei. - Ri e a abracei mais forte enfiando meu rosto em seus cabelos. Começou a chuviscar e um vento forte começou a soprar - Vamos entrar? Está esfriando aqui, não quero que fique doente.

- Sim, vamos sim. - Posso segurar a sua mão? Ou tem problema?

- Problemas algum... Eu quero que todos vejam que eu estou muito bem acompanhado. - Entrelacei nossos dedos e caminhamos em direção a entrada da cafeteira.

- Vou ao toalete rapidinho, retocar a maquiagem, deve estar toda borrada. - Ela disse ao entrarmos na cafeteria.

- Mas você está linda do mesmo jeito. Quer que eu te espere aqui?

- Não, não precisa. Eu te acho. - Ela sorriu com os olhos e eu a puxei para um selinho.

- Não demoro! - Ela falou já saindo.

- Já estou ansioso esperando sua volta.

Sentei em um lugar onde ela me acharia facilmente. A garçonete veio trazer o cardápio e me olhava de um jeito estranho, abaixou para me entregar o cardápio e ajeitou o decote. Era esse tipo de meninas que eu não queria me envolver, mulheres que me olhava apenas como um cifrão ($).

- Já quer fazer o pedido ou vai esperar mais alguém? - Ela mastigava um chiclete, começou a enrolar o cabelo no dedo e me olhava maliciosamente.

- Estou acompanhado, minha namorada está no toalete. Vou esperar ela voltar, daí ela escolhe o que vamos pedir. Muito obrigado senhorita. - Ela fechou a cara pra mim, como se eu a estivesse ofendido. E saiu pisando fundo.

Eu prendia o riso, apoiei meus cotovelos na mesa e abaixei a cabeça encostando as mãos nas testa. Respirei fundo pra não dar uma gargalhada, quando foi difícil controlar o riso? Eu realmente estava diferente.

- Ei... Ora, ora... Quem está aqui, se não é o sr. Adam. - Essa voz era familiar, era um dos meus sócios da Coréia, Woo-bin.

- Olá Bin, como você está? - Ele veio andando em minha direção e sentou-se. - O que te traz aqui?

- Vim pra trazer uns sócios pra ver umas empresas. Decidi vir aqui tomar um café. Tenho umas dores de cabeça pra resolver também. Você acredita que me pai arrumou um casamento pra mim? - Ele sorriu e coçou a cabeça.

- Sério? Que barra!

- Sim, pelo menos a menina não é feia, vi a foto.

- Que loucura! - Eu estava surpreso com a notícia.

- Temos alguns meses pra nos casar.

- Estou sem saber o que dizer. É ruim casar sem amor, sem conhecer a pessoa.

- Sim, feliz é você que não se prende a ninguém e não precisa assumir um compromisso obrigado. Por falar em você, o que houve que não está de preto ou cinza? Esse sobretudo verde aí? E você está com um sorriso no rosto... Acho que não é só eu que tenho novidades, não.

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