Capítulo 52

13 4 2
                                    

Seo-joon narrando

Tinha anos que eu não via meu pai, mas confesso que eu estava doido para ele ir embora. Além de querer ficar a sós com Sun, senti algo forçado da parte dele para Sun.
Talvez ele estivesse desconfiando de Sun e eu. Mas eu estava disposto a falar a verdade .

Almoçamos e eu ajudei Sun a tirar a mesa. Comemos Banoffee com sorvete de sobremesa. Sun tinha feito, ela sabia que era a minha sobremesa preferida. 
Mariano ficou encantado com o sabor, nunca tinha experimentado.
Após o café da tarde Mariano foi para casa, falou que tinha umas coisas para arrumar e que em breve voltaria pra Milão. Ele agora ficava indo e vindo, por causa das empresas que tinha que visitar.  Sun me deixou a sós com meu pai e foi para o quarto deitar. Ela iria passar a rotina da empresa para Lua, então decidiu fazer logo. Meu Aline eu entramos no escritório para conversar.

- E aí filho, pensa em casar cedo? - Veio meu pai com essa história novamente.

- Se for com quem eu amo, caso até amanhã. Só não quero um casamento arranjado, não quero ter que abrir mão da minha felicidade por causa de uma tradição, que eu nem faço parte.

- Você pode perder sua herança, poderia ser deserdado.

- Mesmo assim, eu não abriria mão do amor da minha vida por alguém que eu não conheço.

- Eu queria ter a sua coragem na sua idade. Mas também, se eu não tivesse me casado com sua mãe eu não teria você. Por isso não me arrependo.

- Obrigado pai!

- E você e a Sunshine, o que está rolando? Eu sei que vocês se gostavam quando criança. O pai dela me contou uma vez, ela tinha um príncipe que chamava de Joon. E com você não era diferente, víamos o jeito que você olhava pra ela.  O que está rolando entre vocês?

- Eu não vou mentir, até porque não dá pra esconder uma coisa desse tipo. Eu vivi esses quatorze anos pensando nela, quando entrei na adolescência fiz uma rede social escondido só pra procurá-la. Esse tempo todo quis entrar em contato, mas minha mãe não deixou. Então acompanhei de longe.
Um belo dia, como uma coisa do destino, ela entrou no meu consultório para uma consulta. Desse dia pra cá não nos desgrudando mais.

- Mas o que vocês tem é só amizade, certo?

- Não, é mais do que isso. Eu descobri que tudo o que eu nutria por ela, ela também nutria por mim. Eu tive medo de falar e perder a amizade dela e ela a mesma coisa. Até que nos declaramos um para o outro, desde então estamos juntos. Eu estou noivo dela e acabei de pedi-la em casamento lá no banheiro. - Respirei aliviado, parece que tirei um fardo das minhas costas.

- O quê? Você está dizendo que vai casar com ela? Mas... Mas você não pode! - Ele se levantou e passou a mão nos cabelos, ele ficou meio alterado. Eu conhecia bem o comportamento humano.

- Me dê um motivo para eu não ficar com ela.

- Eu... Quer dizer... Seu avô vai te deserdar, é uma tradição do nosso país.

- Do seu país, o meu país é o Brasil. Eu já sou adulto, tenho uma profissão. Eu posso escolher o que fazer com a minha vida. Se ninguém me apoiar, eu não me importo. O que eu quero é ficar com quem me faz feliz.

- E se ela mudar de idéia? E se ela não quiser casar cedo, ela tem o quê, vinte e um anos?

- Ela já aceitou pai. Ela também está disposta a tudo por mim.

- Vocês são loucos... - Ele andava de um lado para o outro. - Agora eu sei porque você não quer sair comigo, ela deve estar te obrigando a ficar com ela.

- Olha aqui, eu te respeito porque você é meu pai. Mas você não tem direito nenhum de falar de Sun. Eu não te dou permissão pra você falar da minha vida e do meu relacionamento.
E se ela pedisse pra eu não ir, eu não iria. Ela é o que eu tenho de mais importante.

- Sua mãe já sabe disso? Acho que não, né?

- Eu vou para Coréia, vou contar pessoalmente.

- Sei... - Ele andava de um lado para o outro, passou a mão nos cabelos e parou de frente pra mim. - Olha só, me escuta, tá? Vocês não podem se casar.

- Por que não? Eu não vejo nenhum motivo pra que isso não ocorra.

- Eu tenho algo pra te falar, daí se você souber lidar com isso, você pode ir enfrente. - Ele sentou na poltrona e abaixou a cabeça, passou a mão no cabelo.

- Diz, estou esperando. - Sentei de frete para ele.

- Eu vou ser direto, assim como você foi cingo. Eu fui o culpado pela morte dos pais de Sunshine.

- O que o senhor está dizendo? - Meu mundo girou por um momento, como assim ele foi o culpado pela a morte dos pais dela?

- Sim, isso mesmo que você ouviu. - Ele levantou a cabeça e olhou pra mim. Seus olhos estavam rasos de lágrimas. - Eu me arrependo todos os dias de ter saído de casa naquela manhã. Eu sinto muito! Mas infelizmente não deu pra voltar atrás. - As lágrimas escorreram em seu rosto.

- Pai, pai... Me explica isso, como assim! O que houve? O que o senhor fez?

- Eu tentei forçar algo com Serenity, eu estava bêbado. Estava armado, pois eu tinha que transportar muitas jóias naquele dia. Alan se deparou comigo tentando agarrar a mulher dele, houve uma discussão e eu saquei a arma. Eu não esperava que ela estivesse carregada.

- O quê...  - Eu coloque a mão na boca.

- Eu apertei e ela disparou, eu não sabia o que fazer na hora. Não era para ter acontecido aquilo. Serenity abraçou Adam e tiro pegou nela. - Ele parecia recorda do dia, seus olhos estavam escuros. - Adam a abraçou tentando mantê-la com ele, eu tentei me explicar mas os seguranças me levaram. Quando me colocaram no carro da polícia vi que retiraram dois corpos do navio, Adam teve um infarto fulminante.

- O quê, o que o senhor está me dizendo? - Eu não sabia mais o que pensar, meu coração parecia que ia sair pela boca.

- Por isso sua mãe não me procurou esse tempo todo. E nem deixou você ter contato comigo. Ela sabe de toda a verdade.

- Você sabe o que você causou na vida de Sun? Você entende isso? Por isso ela não me permitia falar com Sun...

- Eu entendo... Infelizmente eu perdi as melhores pessoas do mundo naquele dia. Adam era meu melhor amigo. Eu sinto muito! - Eu não conseguia assimilar aquilo tudo.

- Como que eu vou olhar pra Sun agora, sabendo disso. - Eu comecei a chorar desesperadamente. Será que ela iria me aceitar, eu sendo o filho do assassino de seus pais?

- Desculpa filho! Eu só achei que eu tinha que te contar isso, antes que fosse tarde demais. Eu já vou indo, manda um abraço pra ela.

SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora