Capítulo 10

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Memórias de Serenity

Quando vi que ele ia disparar eu pulei na frente de Adam e o abracei. Senti um impacto nas minhas costas.  Logo o local começou a queimar.
Tudo começou a escurecer e eu comecei a ouvir vozes bem distantes. Minhas pernas se enfraqueceram e eu comecei a cair. Adam me colocou em seu colo e segurou minha cabeça.

- Fica comigo Serenity, fica comigo. - Era a voz de Adam, aquela voz me acalmou e eu pude sorrir. Senti que não estava sozinha. Derrepente tudo ficou em silêncio e eu estava em um lugar de paz absoluta.

Memória de Adam

Estava procurando por Serenity, quando eu vi Woo-bin a forçando beija-lo. Ele estava com os cabelos dela embolado nas mãos e a segurava .
Ao chegar perto  dei um soco nele, após ele falar muitas coisas e eu o ignorar. Ele puxou uma arma e me ameaçou, não dei crédito porque sabia que ele estava bêbado. Ele não fazia o tipo que iria atirar.
Foi tudo tão rápido que eu não me dei conta do que estava acontecendo. Serenity me abraçou, ouvi um disparo e logo ela caiu no chão.
Tentei a segurar e quando olhei minhas mas estavam cheias de sangue.
Ela estava com os olhos vidrados e olhava na minha direção, ela deu um sorriso pra mim e seus olhos se fecharam.

- Serenity. - Eu a sacudia. - Serenity, pelo amor de Deus, não faz isso comigo. Acorda meu amor, acorda. SERENITY. - Eu gritava o mais alto que e podia, mas já era tarde. Não sentia mais seu pulso. A dor queimava minha garganta, meu peito parecia que ia rasgar. Meus olhos estavam embaçados de tantas lágrimas.

- Adam, o que eu fiz? ADAM... O QUE EU FIZ?  - Gritava Woo-bin.

Eu estava sentado no chão, com ela no meu colo. Acariciava seu rosto e pedia pra ela voltar pra mim. Eu a abracei e pedia a Deus pra que não a levasse.

- O que vai ser de mim sem você aqui meu amor? Me fala. Eu não posso ficar sem você. Volta pra mim... - Entendi naquele momento o que meu pai sentiu. Não era possível viver sem a pessoa que deu sentido a sua vida. Lembrei dele falando que minha mãe o tirou da escuridão. Por isso não queria voltar pra lá e que sem ela isso era impossível. Tentava pensar em Sunshine, pra ter forças pra lutar. Mas eu não conseguia.

- Adam, me perdoa. Eu não sabia que a arma estava engatilhada. - Woo-bin falava e andava de um lado para o outro. Alguns seguranças seguraram ele e o levaram, já algemado. - Deixa eu falar com ele, gente! Adam!

Tudo já não fazia sentido mais, uma dor tão grande me invadiu que eu já não conseguia respirar. Fui perdendo as forças e cai ao lado da minha amada. Eu segurava a sua mão, tentando não deixa-la.
Por um tempo tudo ficou em silêncio, derrepente ouvi um monte de pessoas falando. A dor voltou mais forte do que antes.
Uns paramédicos estavam revesando em uma massagem cardíaca. Eu só pedia para aquela dor passar, o silêncio chegou novamente. Pude lembrar do sorriso de Serenity. Na minha lembrança ela veio ao meu encontro e me estendeu a mão, com aquele sorriso, que um dia curou a minha alma, nos lábios. Eu segurei sua mão e me senti em paz, toda aquela dor passou...

Lua narrando

As crianças já estavam indo embora, o último a ir foi Seo-joon. Um motorista de sua família veio busca-lo.
Sunshine estava deitada no sofá dormindo, quando derrepente vi algumas luzes na porta da frente. Antes deles baterem eu já fui atender, com medo de que o barulho acordasse Sun.

- Olá, boa noite. - O policial me saudou.

- Olá, boa noite.

- Não trago boas notícias. A senhorita tem um contato de alguém que eu possa conversar a respeito dos moradores dessa casa?

- Sim, tenho do meu pai.

- Ele é o quê do senhor Adam?

- Ele conhece o senhor Adam desde os cinco anos de idade. Somos amigos da família. Meu pai quem cuidou dele após a morte dos pais de Adam... E ele é motorista dele também. Mas... O que está havendo?

- Deixa só eu conversar com seu pai e já te falo. - Ele pegou o número e caminhou em direção ao carro da polícia.

- Olá. - Um outro policial veio até mim.

- Olá, boa noite.

-Serenity e Adam tem uma filha, certo? - Ele estava com uma prancheta na mão.

- Sim, tem sim. Ela está ali, deitada no sofá esperando eles voltar. Hoje é aniversário dela e eles falaram pra ela escolher o lugar pra saírem. Ela até dormiu agarrada na roupa que vai vestir.

- Ah, meu Deus! - O policial encheu os olhos de lágrimas.

- O que está acontecendo? Me fala por favor.  Aconteceu algo com eles?

- Sim... Infelizmente o pior aconteceu.

- O quê? Como assim? - Eu não queria pensar em algo ruim.

- Aconteceu uma tragédia, infelizmente perdemos os dois.

- Mentira, não... Não pode ser! Isso é mentira. - Eu tentava me controlar, mas a dor da notícia me fez chorar incontrolavelmente.

- Desculpe, já falamos com seu pai. Não conte nada para a criança. Vai ser muito difícil pra ela. - O segundo policial falava comigo e eu não conseguia parar de chorar.

Nisso Sun acordou e veio em minha direção.  Eu rapidamente a peguei, o policial fez um sinal para fechar a porta, eu dei uma desculpa e subi com ela pro seu quarto.
Após alguns minutos ela adormeceu agarrada comigo.
Meu pai chegou duas horas depois dos policiais terem ido embora. Sentou na poltrona no quarto de Sunshine e só chorava. Pude ver o desespero em seus olhos.
Levantei vagarosamente e fui em direção a ele.

- O que houve pai? - Minha voz era trêmula de tanto choro.

- Uma tragédia filha, uma tragédia. - Ele tapou o rosto com as duas mãos e só chorava.

Quando ele conseguiu se recompor , nós descemos as escadas e ele me contou o que havia acontecido,
eu fiquei pasma.

- E agora, o que vamos fazer? Uma hora ela vai saber, vamos falar o quê?

- Quando ela perguntar, vamos ter que dizer a verdade. Mas diga que eles sofreram em um acidente. Diga que caíram no mar. Que infelizmente não conseguiram se salvar. Fala que foi uma tragédia.

- E onde está Woo-bin?

- Levaram ele pra delegacia. Falaram para o filho dele,  que o pai vai viajar e não tem dia pra voltar. Queria que isso tudo fosse um pesadelo. Vou lá resolver as coisas pro enterro. O que vai ser dessas crianças?

- Temos que ficar com ela pai. - Eu soluçava ao falar. - Ela não tem ninguém por ela.

- Sim filha, ela vai ficar conosco. Cuide dela e tenta descansar. Daqui a pouco eu volto, um segurança vai ficar aqui fora. Caso precise, me ligue. Sua mãe e sua irmã estão vindo pra cá. - Meu pai me deu um abraço e um beijo no alto da minha cabeça. Vinte minutos depois minha mãe e minha irmã chegaram.

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