Capítulo 45

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Seo-joon narrando

Após resgatarem Matias, a outra equipe conseguiu colocar uma escuta na casa. Escutei dois homens falando, um dele parecia que era Gates. Em uma tela dava pra acompanhar o movimento via satélite, todo equipamento era de primeira qualidade, coisa que só vi em filme.
Escutei como se fosse um tapa e o Gates falava com Sun. Ouvi seu grito e ela implorando pra ele não tocar nela.
Aquilo me fez perder as pernas, eu caí de joelhos. Não conseguia imagina-la sofrendo daquele jeito. Minha vontade era sair dali correndo e toma-la em meus braços.

- Mariano, me fala que ela vai ficar bem... - Eu abracei as minhas pernas e me permiti chorar. - Talvez isso case um trauma muito grande em Sun.

- Eles estão fazendo o impossível, vamos manter os pensamentos positivos. Esse desgraçado não vai ficar impune. - Os olhos dele estavam rasos de lágrimas.

Ouvimos  Gates falando que ia resolver as coisas com Pablo e que voltaria pra cuidar de Sunshine. Só de pensar nele tocando em Sun... Eu poderia mata-lo com minhas próprias mãos.

- Equipe Beta, estão posicionados? - Capitão Vietto falou no rádio.

- Sim senhor!

- Ao meu comando podem invadir. - Ele olhava pelo monitor de oitenta polegadas. O dia já estava claro, isso facilitou bastante.

- Sim senhor.

Pablo apareceu andando saindo da casa, foi caminhando por uma trilha em direção ao seu carro. Como ele deixaria Sun lá assim? Ele a conhecia desde criança...
Gates e o outro capanga sairam e foram na direção de Pablo. O capanga deu uma coronhada nele e começou uma série de ameaças.
Ele implorava pra não matarem ele. Gates avisou que depois mandaria um presente pra ele pelos correios. Lembrei do que ele disse pra Sun, que mandaria o dedo dela pra Pablo.
Pablo entrou no carro e os dois voltaram pela estrada, em direção a casa.

- Equipe Beta, posição. Ao meu sinal... - Capitão Vietto falou. - Ação! - Como um passe de mágica o capanga caiu e logo após Gates. - Certifiquem-se que está tudo ok.

- Sim senhor.

Um monte de homens com farda camuflada apareceu na tela . Uns entraram na casa e outros foram em direção aos corpos no chão.  Uma equipe prendeu Pablo, uma outra cuidou dos corpos e uma outra foi até Sun.

- Como está a vítima na casa? - Capitão Vietto perguntou.

- Não está nada bem, ela está desacordada e seu batimento está muito baixo. Está com um corte profundo no pulso e perde muito sangue, está desidratada e com hipotermia. Temos que correr se quisermos salva-la.

Minha cabeça queimava de tanto que doía, o que eles estavam dizendo? Minha Sun estava correndo risco de vida?

- Eu vou sair daqui! Eu preciso encontrar com ela. Pra onde vão levá-la? ME FALA! PELO AMOR DE DEUS ME FALA! - Eu segurei o capitão e implorava pra ele me responder.

- Eles vão levá-la para o Hospital Regional Genaro Pausine, se você sair agora chegará junto com eles.

- Muito obrigado Capitão Vietto, não tenho palavras pra agradecer. Eu preciso ir. - Olhei no monitor e vi um dos homens com Sun no colo, correndo em direção ao carro.

- Obrigado pela confiança! Eu vou resolver as bagunças e já chego lá.

- Obrigado Capitão Vietto. Vou informar meu pai que acabou tudo bem. Vou com Seo-joon, eu acho que não está bem pra ir sozinho. Além do mais, viemos no meu carro. Mais um vez, obrigado.

- Eu que agradeço pela confiança. Graças a Deus deu tudo certo. Agora é orar pra Sunshine ser forte. - Ele abaixou a cabeça e esfregou a testa.

Mariano dirigiu igual a um piloto de fuga, parecia até que era uma pessoa da família dele. Graças a Deus ele se localizou perfeitamente ali. Ele conhecia onde ficava o hospital, chagamos o mais rápido que o previsto.
Desci do carro correndo e entrei na emergência. Perguntei por Sunshine, nos avisaram que ainda não tinha chegado, mas já tinha uma equipe médica a esperando. Eles tinham sido informando pela equipe que estava com ela.

Mariano e eu andávamos de um lado para o outro na entrada da emergência.
Ouvi algumas sirenes e logo o maqueiro saiu correndo com a maca e alguns enfermeiros o acompanhou.
Vi eles tirando Sun de dentro do carro, ela estava desacordada. Colocaram ele na maca e cortaram seu vestido no mei do peito. Um  enfermeiro subiu na maca e a prendeu entre as pernas dele, enquanto eles corriam com ela pra dentro do hospital, o enfermeiro fazia a massagem cardíaca.

Eu tentei correr atrás dela, mas fui impedido pelo segurança. Eu sabia das normas do hospital, mas eu só queria ficar com a minha Sun.

- Eu quero vê-la! Me deixe entrar pelo amor de Deus. - Por um momento esqueci que poderia entrar devido a minha profissão. Acho que no fundo eu não queria vê-la naquele estado, eu não iria poder ajudar.

- Vem aqui Seo-joon, vem aqui cara. Senta aqui, tenta se controlar. Ela vai precisar de você bem.

- Se acontecer alguma coisa com ela, eu morro junto. Eu não vou conseguir viver em um mundo onde ela não exista.  - Mariano segurou nos meus ombros e foi me levando em direção a poltrona. Então desabei, fazia muitos anos que eu não chorava assim. Era um misto de medo e desespero.

- Ela é forte! Ela vai sair dessa. Tenta se acalmar. Vou buscar água pra você.

Ele saiu e eu fiquei ali sentado, segurando a cabeça e pela primeira vez fiz uma oração.

- Deus, se o Senhor está aí me ouvindo... - Eu falei em voz alta. -Eu estou precisando muito da Sua ajuda agora. Permita que minha Sun volte pra mim... Eu não acredito em coincidências, acreditava no destino. Mas hoje eu passo a acreditar em Ti.
Me ajuda onde eu sou limitado, se Tu existe mesmo, me mostre que o Senhor está lá com ela. Traga a minha Sun de volta, por favor!
Nos permita vivermos tudo aquilo que planejamos. Eu te imploro!
Me perdoa ser tão fraco e não ter a protegido. Me dá mais uma oportunidade de fazer tudo diferente. Eu prometo que vou ser a melhor pessoa do mundo pra ela.
Só não leva ela agora. Eu te imploro! - As lágrimas molhavam minha roupa e eu soluçava.  Quando abri os olhos e levantei a cabeça, Mariano estava parado com o copo de água na mão, esperando eu terminar a oração. 

Um médico saiu da sala de emergência e veio até nós. Eu me levantei e fiquei esperançoso no que ele nos falaria. Ele perguntou se éramos parentes de Sunshine. Respondi que eu era o noivo e Mariano nosso amigo.

- Bem, tenho boas e más notícias. A boa é  que como um milagre, o coração dela voltou a bater. - Eu juntei  mãos e agradeci mentalmente. - A ruim é que temos que esperar vinte e quatro horas para dar um diagnóstico. Ela perdeu muito sangue e ficou parada por meia hora.  Tivemos que entuba-la, está em coma induzido. Ela está estável, mas seus batimentos estão muito fracos. Talvez tenha algum dano neurológico. É cedo ainda para falar, precisamos dessas vinte e quatro horas.

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