Capítulo 51

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Sunshine narrando

Me deu um desespero ouvir Woo-bin falar sobre a tradição deles. Não queria nem imaginar longe de Joon.  Meu coração começou a acelerar e eu comecei a sentir vontade de chorar.

- Está tudo bem Sun? - Joon me conhecia muito bem, sabia que tinha algo errado.

- Está sim, daqui a pouco passa, é uma crise. Desculpa senhor Woo-bin, estou tendo uns dias difíceis. Com licença, vou ao banheiro.

- Eu vou com você. - Joon falou.

- Não precisa, fica aí... - Coloquei a minha mão em cima da dele e me levantei.

- Faço questão, vem... - Ele levantou, estendeu a mão e segurou a minha. Fomos caminhando em direção ao banheiro.

- Entra comigo? - Puxei ele pela mão.

- O que houve meu amor? Por que você está assim? - Ele entrou e fechou a porta atrás dele.

- Eu não quero perder você... - Minha voz a saiu embargada, o choro veio em seguida. - Eu estou desesperada, me desculpa por não ter aguentado ouvir seu pai falar sobre... Você sabe.

- Você não vai me perder minha vida. Eu sou seu. Para de chorar... Vem aqui.  - Ele me puxou e me abraçou. - Você não tem que pedir desculpas por nada. Eu nem me imagino na sua situação. Se eu corresse risco de te perder, eu te roubaria, fugiria com você.

- Estou com um desespero dentro de mim... Está difícil até pra respirar. Eu te amo tanto Joon, eu não posso te perder. - Falei em meio as lágrimas.

- Eu não vou para lugar nenhum, eu estou aqui e vou permanecer. Você é minha vida. Eu sou seu, está me escutando... E.U S.O.U S.E.U

- Eu te amo. Promete que não vai me deixar... Sem você eu vou morrer, eu preciso de você para funcionar. Sem você eu não funciono direito. Eu não quero ficar sozinha. Eu não posso ficar sem você.  - Eu falava acelerada.

- Mas você não vai... Se acalme! Respira fundo. - Ele sentou no vaso e me pôs sentada no colo dele. - Olha aqui pra mim. Você é minha dona, está ouvindo? Eu só vou ficar onde você estiver. Esqueceu que eu só durmo se for com você? Eu não esqueci da promessa que eu te fiz, eu cumpro minhas promessas. Eu nunca vou te deixar. - Eu olhava em seus olhos e tentava me acalmar.

- Me beija? - Parecia que ele só estava esperando o pedido. Ele me puxou pela nuca e tomou meus lábios. Eu segurei seu rosto e retribuí o beijo. Esse beijo foi diferente de tudo que já senti. Ele procurava minha boca com desejo e eu retribuía. Sua língua começou a passear na minha boca e aquilo era incrível. Nossas respirações começaram a ficar ofegantes.

- Eu sou seu, nunca duvide disso. Não tem possibilidade de você me perder. - Ele falava entre os beijos. - Eu quero ser seu marido. Casa comigo? - Ele encostou a testa na minha enquanto controlava a respiração. Ele mordeu os lábios e franziu a testa.

- Mas... E a conversa com seu avô, e a tradição... - Eu tentava assimilar o que ele acabara de falar.

- Que se exploda tudo, eu só quero você. Eu não quero que você tenha medo de me perder, eu não quero te causar dúvidas e nem sofrimentos. Eu só quero você, eu sou seu. - Ele me puxou pra mais perto e devorou meus lábios. - Eu sou seu... - Ele sussurrava com os lábios nos meus. - Casa comigo...

- É o que eu mais quero. - Sussurrei nos lábios dele. - Ele afastou a cabeça, me olhou dentro dos olhos e deu aquele sorriso maravilhoso.

- Eu quero te fazer a mulher mais feliz do mundo. - Após falar, voltou a me beijar com ferocidade. Ele me puxava pra mais perto pela minha cintura e eu me deixei ser dominada pela sensação de ser amada e desejada.  Não sei por quanto tempo ficamos ali,  lembramos que tínhamos visita e tentamos controlar as emoções.

- Vamos? - Falei para ele, após eu me recompor.

- É sério que temos que ir? - Ele me puxou pelo braço e envolveu o outro braço em minha cintura. Nossos narizes estavam encostados.

- Eu te amo, Seo-joon. - Falei olhando em seus olhos.

- Você está tornando nossa saída uma coisa quase impossível. - Ele olhava nos meus olhos. Seus olhos refletiam o que ele estava sentindo. - Eu te amo Sunshine. Se você quiser sair desse banheiro, te aconselho que seja agora. Eu não estou me controlando muito bem, você precisa me ajudar. Estou morrendo de vontade de ficar aqui com você.

- Tudo bem! Apesar de eu estar da mesma maneira. - Eu sorri e me afastei, estiquei a mão para ele segurar. - Vamos?

- Vamos. - Ele assentiu com a cabeça, passou a mão no rosto, segurou minha mão e saímos.

- O que houve? - Woo-bin foi logo perguntando.

- Desculpe senhor Woo-bin, faz pouco mais de uma semana que eu sofri um sequestro e tive uma sequência de problemas. Minha saúde ainda não está muito boa, tanto física quanto mental.

- Entendo! Graças a Deus você está aqui. - Ele tentava demonstrar afeto, mas era tudo muito forçado.

- Sim... Graças a Deus, em primeiro lugar. Graças a Mariano que conseguiu uma equipe especializada em sequestro e graças a Joon, que não aceitou eu ter partido dessa vida e pediu pra Deus me devolver. Como falei anteriormente, devo a minha vida a eles.

- Quer dizer que a coisa foi feia então?

- Sim... Está vendo esse corte aqui? - Levantei o casaco e mostrei o pulso a ele. - Perdi muito sangue por ele e tive uma parada. Tive uma parada cardíaca de meia hora. Conseguiram me reanimar e me perderam novamente. Após o médico fazer tudo o que pôde e já ter desistido, como um milagre... Eu voltei. E esse motivo foi porque Joon estava orando. - Olhei pra Joon e ele estava com os olhos rasos de lágrimas.

- É sério isso? - Woo-bin olhou pra Joon.

- Sim. Foram horas de negociação e sofrimento, dias no hospital pra ela ficar bem... Mas graças a Deus deu tudo certo. Esse cara aí nos ajudou muito. - Joon olhou pra Mariano. - Temos uma eterna gratidão.

- Só fiz o que um amigo faria. - Ele deu um sorriso.

- Que história! E como você se meteu nisso? - Woo-bin olhou pra mim.

- Você se lembra de Pablo?

- O que é gêmeos, filho de Heitor?

- Sim, tudo isso foi causado por ele. As vezes achamos que conhecemos as pessoas e que são nossos amigos, mas nos enganamos muitas das vezes.

- Verdade. - Joon falou e seu pai abaixou a cabeça.

- Mas vamos esquecer as coisas tristes. Vamos acabar de almoçar, afinal já atrapalhei muito o almoço. - Falei e voltamos a comer.

Joon conversava com seu pai, ele contava coisas e Joon prestava atenção. Mariano também participava da conversa.
Eu ainda estava processando o que tinha acontecido no banheiro, me pegava com sorriso nos lábios toda hora. Joon reparou e riu para mim, se inclinou em minha direção e sussurrou em meu ouvido:

- Eu te amo...  - Isso me fez corar. Depois disso ele entrelaçou nossos dedos e ficou segurando minha mão por baixo da mesa. Voltou a atenção para seu pai e Mariano e continuou a conversar. 

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