Capítulo 36

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Pablo narrando

Sunshine me bloqueou nas redes sociais, no telefone.  Não a vejo desde o dia em que fiz a besteira de tentar agarra-la.
Queria que ela parasse pra me ouvir, eu iria explicar tudo o que está acontecendo aqui dentro de mim. Estou disposto a confessar  que eu sou apaixonado por ela desde que eu tinha quinze anos. Sim, aos quinze anos aflorou esse sentimento.  Quando ela fez doze anos e eu a vi, ela estava tão diferente. Tinha um tempo que não nos viamos, eu sempre a tratei mal, visto um personagem desde pequeno. Sempre achei que mulher é uma fraqueza, afinal, não estava errado.
Por isso sempre lutei pra não demonstrar meus sentimentos, que burro que eu fui.

Agora aquele quatro olhos do Seo-joon está com ela.
Deixa eu encontra-lo, vou quebrar a cara dele. Ele acha que o que fez vai ficar assim...
Não é possível que ele estava falando a verdade, quando disse que está namorando ela. 
O que ela viu naquele cara sem graça?
As mulheres são mesmo difíceis de entender.
Eu tenho mais dinheiro que ele, sou bem mais descolado e cá para nós, bonito também. Minha cabeça não para um minuto.

Ela não tem mais voltado pra casa, o carro nunca mais foi visto por aqui.
Eu só sei encher a cara pra tentar esquecer-la, nem sair eu estou conseguindo mais, eu olho pra as mulheres e só vejo ela.

O jeito é tentar dormir. Tenho que dormir! Pois amanhã tenho uma reunião importante com um investidor. Estou tentando esquecer essa bruxa de olhos hipnotizantes.
Dei mais uma golada no whisky e deitei colocando um travesseiro no rosto.

Consegui dormir logo, pelo menos pra isso o álcool serve pra mim.
Sonhei com Sunshine, ela estava linda em um longo vermelho com uma fenda até na coxa. Ela veio em minha direção e me deu a mão, aquele sorriso me fez arrepiar. Ela estava linda, eu dancei uma valsa com ela e ela sussurrava coisas no meu ouvido. Minha mão deslizou em suas costas nuas, ela mordeu os lábios e sorriu pra mim, se aproximou lentamente e na hora do beijo... Eu acordei com o despertador tocando.

- Aaah! Que ódio!.- Joguei o travesseiro longe. - Volta sonho, volta, volta, volta. - Eu batia na cabeça. - Despertador desgraçado!

Levantei, tomei um banho gelado e coloquei um café passar. Que falta me faz os cuidados de Sunshine, que saudade daquele café que ela faz. O café dela cura qualquer ressaca, lembro de como ela se preocupava e cuidava de mim...
Me arrumei, tomei o café e fui dirigindo para encontrar o investidor.

- Bom dia, vou esperar na minha sala. - Avisei a secretária. Passei rápido e entrei no elevador.

Eu estava com uma dor de cabeça terrível. Peguei mais um café na máquina e entrei no meio escritório.
Fiquei em pé olhando pela parede de blindex, com o café na mão. Estava pensando em como trazer Sunshine de volta. Ela vai me amar, eu vou conquista-la ... Estava envolto nos meus pensamentos, quando ouvi batidas na porta, era o investidor.

-  Bom dia,posso entrar? - Ele falou com a porta entre aberta.

- Bom dia, entra aí meu camarada. Sente-se. - Fui para atrás da mesa e ele se acomodou na cadeira a minha frente.

- E aí, novidades? - Ele perguntou pra mim, tentando examinar minha expressão.

- A novidade é que eu estou com uma baita dor de cabeça. Bebi a noite toda, pra afogar as mágoas. - Passei a mão no rosto.

- Problemas com mulher? - Ele deu um sorriso e levantou as sobrancelhas.

- Sim, mas eu vou resolver.
Então... Vamos ao que interessa. Decidiu se vai investir na empresa ou não?

- Conversei com meu pai e ele aceitou. Então, vamos investir.

- Ótimo!
Ah, deixa e e falar, recebi uma mensagem hoje pela manhã, que vai ter um evento para os empresários da região. Se você quiser ir...  De lá podemos sair pra esfriar a cabeça e sair com alguém. O que acha?

- Posso até ir no evento, mas sair depois está fora dos meus planos. Tenho que descansar bem, tenho usado muito a mente. Não curto essas coisas de noitada também...

- Tá bom então. - Ele assinou os papéis e se retirou.

Fui guardar os papéis na gaveta e achei o cartão que Seo-joon me deu. Tinha o endereço de onde ele trabalhava.
Peguei o número de telefone e decidi lugar. Liguei e perguntei se ele estava atendendo, a atendente me disse que sim, mas que não tinha mais vagas para hoje.
Decidi ir onde ele trabalha. Fiquei esperando ele sair, hoje eu iria descobrir onde ele mora.
Almocei no  carro mesmo, não poderia dar mole de perde-lo de vista.

Depois de horas esperando, finalmente o vi saindo. Aquele carro me parecia familiar, só não lembro onde  vi.
Estava tudo nos conformes, até ele acelerar e cortar uns carros. Não pude segui -lo porque o sinal fechou. Ele pegou um retorno e eu o perdi de vista.
Será que ele notou que estava sendo seguido ou aconteceu algo que ele teve que fazer essa manobra?
Não vou desistir, eu tenho que encontrar Sunshine e esclarecer as coisas.

Como não tinha mais atendimentos hoje, voltei pra casa e liguei para uns caras que conheci.
Estou arrumando um jeito de ficar a sós com Sunshine pra explicar tudo a ela.
Como vai ter o evento para empresários, talvez ela apareça.

- Alô?

- Oi Gates, aqui é o Pablo, lembra de mim? Da boate Milão.

- Ah, sim. Lembro sim. Me diz aí, o que você manda?

- Gostaria de saber se você sabe onde tem um galpão ou uma casa abandonada, onde eu possa levar alguém pra ter uma conversa.

- Sequestro?

- Não, não é nada disso. Só que a pessoa não me escuta , eu tenho que explicar algumas coisas pra ela. Você me entende?

- Sim, entendo. Vou te mandar o endereço e o valor por mensagem. Vai precisar de nossa ajuda?

- Claro, ela é muito arisca.

- Tá ok, mando as informações por mensagem.

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