Capítulo 15

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Sunshine narrando

Comecei a dirigir em direção a casa de Joon. Estava tão feliz que até cantarolava algumas músicas que vinham na minha cabeça.
O condomínio em que Joon morava  era lindo e muito seguro. Era um condomínio de luxo. Não esperava menos, pois ele me disse que tinha uma mãe superprotetora. Aqui ele estava bem seguro.
Comuniquei na  portaria onde e estava indo, disseram que ele já estava esperando. Parei o carro em frente sua casa e desci, fui andando em direção a calçada e logo ele apareceu.
Agarrei em seu pescoço e dei um beijo em sua bochecha, ele era diferente de todas as pessoas que já convivi. Dava vontade de ficar grudada nele o dia todo.

- Como você está linda! - Eu usava um vestido midi de alças finas. O vestido era rosa floral, tinha um tule por cima.

- Você gostou? - Segurei a barra do vestido e fiz um movimento pra frente em forma de agradecimento.

- Lembrei do seu vestido dos seus sete anos. Mas esse é bem mais bonito.

- Você lembra? Nossa, a cor é parecida mesmo. Também tinha tule.

- Lembro sim. - Ele sorriu e passou a mão nos cabelos . - Vou por a mala no carro, tá bom?

- Claro, está aberta.

- Vem conhecer minha casa, é um pouco exagerada. Mas foi a menor que achei aqui. - Ele pegou minha mão e me conduziu pra dentro, após colocar a mala no carro.

A casa era de madeira e blindex. Na entrada tinha uma sala enorme, que se dividia em sala de estar e sala de jantar. Tinha uma lareira enorme. A cozinha era aberta, dava pra área nos fundos e pra sala.
Tinha um banheiro entre a sala e a escada. A escada era de madeira. No começo do segundo andar tinha um banheiro, logo após vinha dois quartos do lado direito, do lado esquerdo tinha a suíte dele e no final do corredor tinha uma sala enorme e uma sacada.
Na sala tinha uma escada que dava para o terraço, era todo fechado de blindex e tinha um telescópio.

- Eu amo vê as estrelas, quase todos os dias subo aqui pra olha-las. - O lugar era bem aconchegante.

- Sua casa é linda Joon. Você não se sente sozinho aqui? Ela é muito grande.

- Me sinto sim, eu me sinto sozinho desde meus oito anos. Desde que minha mãe nos escondeu do mundo. Ela falava que sentia vergonha do que o meu pai fez, tinha medo das pessoas não entenderem que não tínhamos nada haver com a história. Por isso eu não tive amigos, era só ela e eu.
Sempre me senti sozinho.

- Você nunca namorou? Não é possível que nesses dois anos morando sozinho você não se apaixonou.. 

- Eu até namorei uma menina, por uma semana. - Ele sorriu e fez aquela covinha na bochecha. - Só que ela não entendia que eu tinha que estudar, queria ficar aqui vinte e quatro horas por dia. Quando eu falei que não queria mais ficar com ela, ela me ameaçou. Ela me perseguiu por um tempo, eu tive que denuncia-la. - Ele deu uma gargalhada.

- Seo-joon, o arrasa corações. - Eu falei de uma forma sarcástica e ele riu mais ainda.

- Já recebi muitas propostas de casamento, ainda mais das pacientes que eu atendo. - Estávamos descendo as escadas do terceiro andar.

- Aaah, me conta mais. - Eu sentei no sofá da sala, no segundo andar e cruzei as pernas, apoiei o queixo na mão.

- É sério que você quer ouvir? - Ele ria tanto que as lágrimas rolavam em seu rosto. - Vou contar de uma e vamos, tá bom?

- Tá ok. - Eu ria tanto que minhas bochechas doíam. O jeitinho dele tímido e sincero .

- Teve uma paciente que chegou com uma caixinha de anel e me pediu em casamento, ajoelhou e tudo. Eu tive que ser bem delicado pra não magoa-la. Daí na outra consulta ela voltou com outra caixinha maior. Me entregou a caixinha, e mandou eu escolher uma cor da lingerie que estava dentro da caixinha, que ela ia no banheiro se trocar pra mim. - Ele deu uma gargalhada, chega tossiu. - Tinha lingerie de tudo que era cor, vi quando ela abriu a caixa.

- Você tem que receitar calmante para suas pacientes... - Queria ter visto sua cara. Deve ter ficado todo vermelho.

- Fiquei mesmo, daí tive que me retirar da sala, porque ela queria me agarrar e me beijar a todo custo. 

- Quem não se apaixonaria por esse homem lindo que você é? - Levantei e dei um beijo em seu rosto. - Agora vamos, depois quero ouvir outras histórias heim!

- Quer dizer que você me acha lindo? Ganhei meu dia.

- Para, seu bobo. E eu acho sim, sempre achei. Até ciúmes das outras meninas eu tinha. - Ri ao lembrar e balancei a cabeça.

- Ah, essa é nova. Me conta tudo, eu quero saber dessa paixão platônica por mim.

- Para Joon.  - Eu  tentava não sorrir, prendi meus lábios, mas acabei que não aguentei e soltei a gargalhada.

- Me fala, heim... - Ele me cutucava, me fazendo cócegas.

- Eu tinha ciúmes da Ramony. Pronto, falei! - Fiz uma cara feia pra ele e franzi a testa. Entrei no carro e tentei manter a cara. Me controlando pra não rir.

- Da Ramony? É sério? - Ele enfiou a cabeça na janela do carona. - Da Ramony?

- PARA. - Comecei a rir novamente. - Ah, ela era legal e bonita. Me julgue! 

Fizemos uma viagem tranquila, contamos nossas histórias e experiências. Rimos um do outro e de nós mesmos.
Chegamos no hotel por volta das dezessete horas.
Estacionei  o carro, pegamos as malas e fomos caminhando em direção a recepção do hotel.

- Boa tarde, temos duas reservas. Liguei hoje mais cedo. Está no nome de Sunshine.

- Sim, está aqui. Só que tem um probleminha, a menina que fez a reserva esqueceu de reservar dois quartos, apesar de ter anotado aqui. Só temos um quarto disponível aqui e o outro fica do outro lado, em um chalé.

- Você prefere ficar aqui ou em um chalé? - Perguntei pra Joon.

- Tanto faz... Você decide.

- Então tá, vamos ficar aqui. Nós dois vamos ficar no mesmo quarto. Não precisa do outro não. Tem cama de casal?

- Tem sim, todos os quartos tem.

- Então tá, pode ser o daqui mesmo.

- Tem certeza Sun? - Joon parecia meio desconfortável.

- Você ronca ou peida enquanto dorme? - Ele virou de lado, tentando não rir. - Até se fizer, eu não ligo. Tem muito tempo que não sei o que é ter companhia pra dormir.

- É que eu nunca dormi com ninguém. Não sei como vai ser. - Ele falou entre os dentes pra mim.

-Tem sempre uma primavera vez. Eu não estou conseguindo dormir direito a noite mesmo, qualquer coisa eu fico na sala.

- Até parece que vou deixar.

- Então vamos andando. - Caminhamos em direção ao elevador e subimos para o quarto.

SunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora