Sunshine

Capítulo 28

Sunshine narrando

Parecia que eu estava vivendo um sonho. Como era possível ele ser melhor do que eu pensei?
Joon é o homem mais educado, gentil e amoroso que eu conheço.
Por um instante pude lembrar de como meu pai tratava minha mãe, me fez sorrir.
Coloquei algo no meu coração, se eu fosse tão boa com ele igual a minha mãe era com meu pai, ele me amaria igualmente meu pai amou minha mãe.
Sempre pensei que eu queria um  relacionamento igual ao deles, hoje estou tendo esta grande oportunidade, não abrirei mão dele por nada nessa vida.
Estou disposta a tudo pelo nosso amor. Como eu sempre vivi sozinha mesmo, não tenho muito o que perder. Carlos e Isabel com certeza me apoiaram na minha decisão, as vezes eu tocava no nome de Joon e eles sempre diziam que ele era um bom menino.

Tenho que ligar para eles para contar o que aconteceu conosco. Mais tarde farei isso.
Enquanto eu fazia nosso café da manhã, cantarolava as músicas que vinham na minha cabeça.
Nunca fui de cantar e te mostrar meus sentimentos, mas com Joon é diferente. Quero falar meus sentimentos toda hora, quero gritar pro mundo que o amo e se pudesse passaria o dia cantarolando.

- Como você consegue ser tão lindo desse jeito? - Ele estava descendo a escada, parecia que andava em câmera lenta.

- Você acha que eu sou lindo, é? É por que nunca viu minhas poses. - Ele fez uma cara de sexy e abriu o colarinho da blusa social preta. Olhou para o meu rosto passou a língua nos lábios. - O sorriso veio logo atrás.

- Vou te morder. - Falei entre os dentes. - Vem aqui pra eu te beijar.

- Eu sou louco de não ir? - Ele veio andando em minha direção e me puxou pra perto dele. Seus lábios eram macios e quentes.

- Você está proibido de fazer essa cara em público, me escutou? - Ele estava com os braços envoltos em minha cintura e eu falava apontando pro tórax dele.

- Sim senhora, ouço e obedeço. - Ele me soltou, juntou as mãos e abaixou para frente. Assim como os coreanos se cumprimentam.

- Que bom... Quase tive um treco agora. - Passei a mão na testa. - Senhor, meu coração é fraco. Não aguento com isso não.

- Por quê que você quase teve um treco?- Ele deu um sorriso de lado.

- Você ainda pergunta? É muita beleza pra uma pessoa só. Meu coração não aguenta. - Ri pra ele e o puxei pela mão. - Vem tomar café , antes que você me cause um infarto. - Ele foi rindo.

Tomamos café e fomos em direção ao meu apartamento. Ele parou o carro em frente ao prédio, me deu um beijinho antes de ir.

- Bom trabalho meu amor, agora você pode falar que tem namorada, quando for pedido em namoro ou casamento pelas suas pacientes assanhadas. Diz que eu sou ciumenta e não aceito relacionamento aberto. - Ele riu pra mim. - Pode falar que eu sou surtada e que você tem medo de mim. - Rimos juntos e eu desci do carro.

- TE AMO! - Ele falou quando eu desci. Enfiei a cabeça na janela do carona pra respondê-lo.

- Te amo meu amor. Vai com Deus, que seu dia seja abençoado.

Ele saiu com o carro e eu entrei no prédio.
Fiquei esperando o elevador, eu cantarolava uma canção alegre, que meus pais sempre cantava juntos.
Quando a porta do elevador abriu, Pablo deu de cara comigo.

- Sunshine, onde você estava? Eu estou igual a um louco te procurando, ia na delegacia agora. Pensei que foi sequestrada ou coisa assim.

- Que exagero. - Entrei no elevador. O elevador foi até a garagem, enquanto isso ele foi tagarelando no meu ouvido.

- Exagero? Eu nem tenho dormido direito, nem me alimentando eu estou. E você fala que é exagero!

- Desde quando você começou a se importar comigo? Aliás, chegou na garagem. Já pode ir pra onde você estava indo.

- Eu já falei que eu ia procurar por você.

- Não precisa se preocupar comigo, eu estou bem. Vai viver a sua vida. Cadê a sua noiva? - A porta do elevador fechou e começou a subir.

- Pera aí... Como você sabe? Ah...  Ramony, aquela fofoqueira. 

- Não fala mal da sua irmã. Você que é o errado na história. E tem tempo que eu não a vejo e nem falo com ela.

- Mas eu vou terminar tudo, eu vou tentar ser uma pessoa melhor. Eu vou mudar por você.

- Não precisa, não estou interessada na sua mudança.

- Sunshine, não faz isso não. - Ele veio andando em minha direção e me encurralou na parede. Colocou um braço de cada lado e me prendeu no meio.

- Me deixa sair!

- Não faz isso não... Eu estou precisando de você. - Com uma mão ele me puxou pela cintura e me prendeu entre o elevador e seu corpo.  - Estou com saudades do seu beijos. - Ela falava com uma voz sedutora.

- Me larga Pablo! - Eu virava a cabeça de um lado para o outro, tentando evitar ele me beijar. - Me solta! Para com isso! Ele tentava me beijar.

- Eu quero você... Para de se fazer de difícil.

- Me respeita! Por isso que nunca vou ter nada com você. Você se acha, né?
Acha que pode ter todas que você quer.  - Ele segurou meu rosto e ia me beijar a força. Na hora só pensei nisso, dei uma joelhada no meio das pernas dele. Ele caiu ajoelhado sentindo dor, as portas do elevador se abriram no quinto andar e eu desci.

- Isso não vai ficar assim. Você ainda vai ser minha. - Ele falou rangendo os dentes.

- Nem que você seja o último homem da terra. Aprenda a respeitar uma mulher. - Minha vontade era de dar um bico nas costelas dele.

Saí andando rápido e entrei no meu apartamento. Tranquei a porta e então pude respirar aliviada. Meu medo era ele vir atrás de mim e fazer algo.
Meu celular começou a vibrar, era Joon. Eu não queria que ele
soubesse que estava acontecendo alguma coisa, mas também não queria esconder nada dele.

- Oi meu amor.

- O que houve?  Sua voz está diferente.  -Ele realmente me conhecia.

- O problemático do Pablo... - Comecei a chorar.

- O que ele fez? Ele te machucou?  - Sua respiração era pesada e tinha raiva em sua voz.

- Não, não me machucou. Ele tentou me beijar a força.

- Filho da mãe! Onde você está agora? Eu estou indo pra aí. Eu não devia ter deixado você subir sozinha, me desculpe.

- Eu estou trancada no meu apartamento. Não precisa voltar. Pode cumprir seus compromissos, eu não vou sair daqui. Não tem como ele entrar.

- Você te certeza? Quer que eu mande a polícia aí?

- Não precisa meu amor, eu vou ficar bem.

- Promete?

- Sim prometo.

- Quando eu sair vou direto para aí. Não chora mais não, tá bom? Eu não aguento vê você chorar.

- Vou tentar. Te amo.

- Te amo. Me liga se precisar de algo.