Capítulo 16

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Seo-joon narrando

Como Sun era maravilhosa. Ela me fazia sorrir como ninguém. Pude me abrir com alguém pela primeira vez na minha vida. Até com minha mãe era difícil, pois ela sempre queria opinar nas coisas e me proibir de tudo.
Entramos no quarto e colocamos nossas malas. Tinha uma sala, um banheiro e o quarto. O quarto era grande, muito espaçoso.

- Temos uma cama de casal e um sofá confortável. Você pode dormir na cama, eu durmo no sofá. - Eu disse pra ela .

- Negativo! Ou eu durmo com você na cama ou eu durmo no sofá. Eu não quero atrapalhar seu sono. Eu não tenho dormido bem mesmo.

- Eu não posso deixar você dormir no sofá. - Coloquei um dedo em sua testa e empurrei.

- Então eu durmo com você na cama. Pronto. - Ele falou e piscou um dos olhos.

Ela era muito decidida, além de muito educada. Sempre foi assim e isso me chamava muita atenção.
Deixamos as coisas e fomos para o restaurante do hotel. Tinha uma variedade enorme de comida.
Sunshine parecia estar no parque de diversões, ela olhava as comidas típicas e queria experimentar tudo.

- Vou sair daqui com dez quilos a mais.
Mas não estou nem aí, estava sem apetite mesmo, perdi até peso. Agora a apetite voltou... - Ela esfregou uma mão na outra.

- Pode deixar que eu te acompanho.

- Não vai me deixar passar vergonha sozinha? - Ela virou e ficou de frente pra mim, já com o prato na mão.

- Não, não vou deixar. - Ela levantou uma mão pra eu bater.

- Isso que é amigo. - Eu bati em sua mão.

Pegamos as coisas e nos sentamos, tinha muita variedade de massa.
Ao sentar olhei pro lado e lá estava a menina que eu namorei por uma semana. Olhei pra Sunshine e arregalei os olhos.

- O que foi?  -Ela me perguntou em português. Pois geralmente falávamos em italiano, só falávamos português quando estávamos a sós.

- A menina, aquela do namoro de uma semana...

- Ela está aqui? - Ela meio que quis olhar em volta, mas disfarçou.

- Sim e está vindo pra cá.

- Ah é? - Ela levantou da minha frente e sentou do meu lado. - Deixa comigo!

- Olha quem está aqui! Se não é o senhor ocupado. - Ela bateu palma e cruzou os braços. Enquanto isso ela batia o pé no chão.

- Quem é ela amor? - Sunshine ajeitou meu cabelo e meu óculos. Falou com uma voz de pessoa mimada.

- Amor? - Então quer dizer que você teve tempo de procurar uma namorada. Parece que não é tão sem tempo assim... Me explica isso direito Seo-joon! - Ela estava bufando. - Pelo jeito é uma morta de fome. - Ela olhou pro prato de Sun e fez uma cara de nojo.

- Essa é uma pessoa que eu namorei há um tempo atrás. Mas não aceitou bem o término. - Expliquei pra Sun.

- Entendi... Com licença um pouquinho, Vida. - Sunshine levantou. - Olá, muito prazer. Me chamo Sunshine, sou a namorada de Joon. Você está nos incomodando. Não sou morta de fome não, é porque Joon sugou todas as minhas energias, se é que você me entende. Ele tem essa carinha ali, mas é um furacão.  Eu estou me alimentando bem porque a noite é longa, sabe como é... - Ela falava educadamente e se abanava com a mão, derrepente elevou a voz. - TEM SÓ MAIS UMA COISA, SE VOCÊ NÃO SE RETIRAR AGORA EU VOU LIGAR PARA  A POLÍCIA . VOCÊ ESTA NOS IMPORTUNANDO - Os seguranças do hotel vieram e a fizeram sair.

- Isso não acabou! -Ela  falou antes de sair. - Tira a mão de mim. - Falou pro segurança que a levava.

O gerente do hotel veio até nossa mesa e pediu desculpas pelo ocorrido, disse que nossa estádia seria por conta da casa.

- Eu já ia embora daqui, mas como ainda existem pessoas civilizadas e educadas, vou permanecer. Aliás vocês não tem culpa de uma louca estar aqui. Não é mesmo?

- Mais uma vez, nos desculpe. Já pedimos pra ela se retirar. Ela está indo hoje mesmo.

- Fico aliviada, muito obrigada. - O gerente se retirou e ela olhou de soslaio pra mim.

- Você é hilária. - Comecei a rir.

- Deixa essa lambisgoia vir novamente. - Ela riu e deu uma garfada na massa.

- Eu quase me engasguei com a água, eu te deixei fraca é? - Balancei a cabeça e tirei os óculos sorrindo.

- Sim, tinha que ter uma desculpa pra tanta comida.  - Ela falou de boca cheia e caiu na gargalhada.

- Você é demais.

- Isso realmente está delicioso, experimenta. - Ela pegou meu garfo, espetou a massa e enfiou na minha boca.

- Realmente... Está maravilhoso.

- Vamos comer, é de graça. - Eu sorri pra ela e ela retribuiu. - Eu amo quando você sorri, você tem covinhas linda. - Ela colocou o dedo na covinha que se formou. - Seu sorriso é perfeito demais, eu não me canso de olhar essa perfeição.

- Você está me deixando sem graça. - Falei sentindo meu rosto corar.

- Não posso elogiar meu namorado? Eu heim! - Ela sorriu e voltou a comer.

Após jantarmos, fomos caminhar em volta do lago que tinha no quintal do hotel, era tudo iluminado.

- Posso segurar seu braço. - A voz de Sun era delicada e baixa.

- Claro que sim. - Peguei sua mão e coloquei no meu braço. - Você está bem? - Vi que ela estava muito calada.

- Estou tão feliz. Não lembro de ter me sentido assim algum dia. - Ela parou e ficou na minha frente. - Obrigada por me fazer sorrir. Obrigada por esse dia especial, por compartilhar algumas coisas de sua vida comigo. - Ela segurou meu rosto e olhou nos meus olhos. - Você merece uma pessoa que te faça muito feliz. Você é maravilhoso em tudo que faz. - Ela encostou a testa na minha e isso fez meu coração acelerar. - Obrigada por tudo Joon, meu Joon. Me sinto abençoada por ter você em minha vida. Obrigada por sempre cuidar de mim, mesmo de longe. - Ela pegou minha mão e segurou, voltamos a andar.

- Sun, eu sempre estarei aqui pra você. A puxei e abracei seu pescoço, ela passou o braço pela minha cintura e assim fomos caminhando o resto do caminho. - Obrigado por me escutar, eu nunca tinha me aberto com ninguém. Você é uma boa ouvinte, ainda faz piadas das coisas. - Eu sorrir e virei o rosto pra ela. - Obrigado mesmo.

- Sabe qual é meu grande medo hoje?

- Não, quer me contar?

- Tenho medo de te perder. - Eu parei e segurei em seus ombros.

- Ei, o que é isso agora? Por que está falando isso? Eu vou ser abduzido ou coisa do tipo? - Eu tentava fazê-la sorrir.

- Não, espero que não. - Ela limpou os olhos com as mãos. - Mas daqui a pouco vai casar, ter filhos. Eu vou ter que seguir minha vida. Não sei se um dia casarei, sou travada nessa parte.

- E você acha que minha mãe vai deixar eu casar? - Eu ri pra ela, ela abaixou a cabeça e eu a levantei segurando seu queixo. As lágrimas escorriam em seu rosto. - Por que você está assim Sun? Vamos viver um dia de cada vez, ok?

- Tá bom... Eu estou muito sensível hoje. Me desculpe.

- Não tem porque se desculpar. Eu sou terapeuta, esqueceu? Eu entendo de sentimentos.

- Ah, isso é verdade. - Ela sorriu.

- Vem, vamos voltar para o quarto, está começando a esfriar. - Limpei o rosto dela e segurei sua mão, ela apoiou a cabeça no meu ombro e fomos andando. Como eu queria poder cuidar dela todos os dias de minha vida.

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